Contratado para tirar empresa malaia da crise, Christoph Mueller, novo presidente da companhia aérea abalada por dois desastres no ano passado, anuncia corte de funcionários, venda de aeronaves e reformulação da frota.
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O novo presidente da Malaysia Airlines, Christoph Mueller, afirmou nesta segunda-feira (1°/06) que a empresa está "tecnicamente falida", mas pode se recuperar e voltar a ser uma das principais companhias áreas do Sudeste Asiático em 2018.
A empresa vai cortar 6 mil de seus 20 mil funcionários, como parte de um drástico programa de austeridade, informou Mueller. "Eu estou consternado por termos de nos desligar de 6 mil funcionários", disse o ex-chefe da irlandesa Air Lingus.
Contratado desde 1° de maio para tirar a empresa malaia da crise, o executivo explicou que a reestruturação é um "reajuste duro" para a companhia aérea, que terá de reduzir seus custos em 20%.
Todos os 20 mil funcionários receberam cartas de demissão. No entanto, a 14 mil deles serão recontratados por uma nova companhia que deverá assumir o controle da Malaysia Airlines.
Memória das tragédias
Mueller não informou se a companhia vai adotar um novo nome ou logomarca, mas afirmou que o problema da Malaysia Airlines é que os passageiros regularmente associam a empresa a duas tragédias que ocorreram no ano passado, dos voos MH370 e MH17.
Em 8 de março de 2014, o voo MH 370 desapareceu em rota para Pequim com 239 pessoas a bordo, e as buscas estão em andamento até hoje. Em julho de 2014, outro avião da empresa, do voo MH17, foi abatido sobre a Ucrânia, matando todas as 298 pessoas a bordo.
Os acidentes do ano passado foram um golpe fatal para a companhia, que sofria para se impor diante da concorrência. Desde então, a Malaysia Airlines tem sobrevivido graças à injeção de dinheiro por parte do governo em Kuala Lumpur.
CA/dpa/ap
Acidentes aéreos de 2014
A aeronave da AirAsia que desapareceu dos radares é mais um episódio de uma série de tragédias envolvendo aviões, incluindo dois Boeings 777 da Malaysia Airlines e o jato que transportava o candidato Eduardo Campos.
Foto: picture-alliance/dpa/Pleul
Contato perdido
O Airbus da AirAsia partiu de Surabaia, na ilha indonésia de Java, em direção a Cingapura. Por volta de 40 minutos após a decolagem, o contato com o avião foi perdido na manhã de domingo (28/12). Os destroços só foram encontrados, no Mar de Java, três dias depois. A bordo do voo QZ8501 estavam 162 pessoas.
Foto: Reuters/E. Nuraheni
Desaparecido no Mar de Java
Antes do desaparecimento do Airbus 320-200, da AirAsia, aparentemente, o piloto tentou contornar uma tempestade, pedindo à torre de controle permissão para a mudança de rota. As buscas se concentram na região entre as ilhas indonésias de Bangka e Belitung, no Mar de Java. O desaparecimento do avião da AirAsia faz lembrar o voo MH370, da Malaysia Airlines.
Foto: Aditya/AFP/Getty Images
Tragédia dupla na Malaysia Airlines
Em 2014, a Malaysia Airlines perdeu dois aviões do tipo Boeing 777. Um deles está desaparecido até hoje: o voo MH370 partiu de Kuala Lumpur em direção a Pequim em 8 de março. Após uma última comunicação de rotina por rádio, o avião desapareceu das telas do radar. Provavelmente, a aeronave caiu horas depois no Oceano Índico.
Foto: cc-by-sa/Laurent Errera/L'Union
Mistério da história da aviação
O que aconteceu a bordo do MH370 está entre um dos maiores mistérios da história da aviação. Houve um problema técnico? A aeronave foi sequestrada? Ou o piloto quis se suicidar, levando à morte também todas as pessoas a bordo? As buscas do Boeing 777 se estenderam por meses. Este avião militar neozelandês (foto) também participou das operações de busca.
Foto: Getty Images
Alarme falso
Imagens de satélite mostravam regularmente objetos boiando no mar, que não eram, no entanto, destroços do Boeing, como se supunha. Navios e submarinos tentaram detectar sinais da caixa-preta para localizar os restos do avião, o que também não se conseguiu. Portanto, o destino do MH370 e das 239 pessoas a bordo continua incerto.
Foto: picture-alliance/dpa
Vítimas do conflito na Ucrânia
Em 17 de julho, registrou-se a queda de outro Boeing 777 da Malaysia Airlines. Acredita-se que ele tenha sido abatido enquanto sobrevoava a região em guerra civil no leste da Ucrânia. A bordo do voo MH17 estavam 298 pessoas, que pretendiam voar de Amsterdã para Kuala Lumpur.
Foto: Reuters
Difícil resgate
Tanto o resgate dos corpos quanto a coleta dos destroços e a investigação das causas do acidente foram tarefas difíceis. Inicialmente, os rebeldes separatistas do leste ucraniano negaram a equipes de resgate e especialistas em acidentes o acesso ao local da queda do avião.
Foto: Reuters
Entrega tardia da caixa-preta
Somente cinco dias após a queda da aeronave, os rebeldes entregaram as caixas-pretas a autoridades da Malásia. De acordo com os primeiros resultados das investigações, há inúmeros indícios de que o MH17 tenha sido atingido por um míssil terra-ar. Até hoje não se sabe se o avião foi abatido, possivelmente de forma involuntária, por rebeldes separatistas, tropas russas ou pelo Exército ucraniano.
Foto: Reuters
Erro na aterrissagem
Somente seis dias depois da queda do MH17, a aviação civil vivenciou mais um acidente: 48 pessoas morreram em Taiwan na queda de um avião à hélice da companhia Transasia Airways. O avião caiu durante uma tempestade, após uma manobra de aterrissagem malsucedida. Dez das 58 pessoas a bordo do voo ATR72 sobreviveram ao acidente.
Foto: Reuters
Mudança de rota
No dia 24 de julho, um avião da companhia aérea espanhola Swiftair, operado pela Air Algérie, caiu no Mali, na África Ocidental. O acidente provocou a morte de 118 pessoas. A aeronave do tipo McDonell Douglas MD-83 partiu de Ouagadougou, em Burkina Faso, para Argel. Também neste acidente, o piloto havia pedido autorização para a mudança de rota devido a uma tempestade, logo depois da partida.
Foto: cc-by-sa/Dura-Ace/curimedia
Despedaçado no solo
Aparentemente, o avião da Air Algérie deu piruetas no ar antes de atingir o solo e se despedaçar, em grande velocidade. Os destroços do avião completamente destruído foram encontrados próximos à cidade de Gossi, no Mali. Uma tempestade foi a provável causa da queda do voo AH5017.
Foto: Getty Images/AFP/Sia Kambou
Acidente logo após a decolagem
Em 10 de agosto, foi a vez de um avião da companhia iraniana Sepahan Airlines. A aeronave do tipo Antonov NA-140 caiu logo após decolar de Teerã. No acidente, morreram 39 pessoas, entre elas, sete crianças. Nove pessoas ficaram feridas. A possível causa da queda do avião à hélice foi uma falha do motor.
Foto: Tasnim
Eduardo Campos a bordo
No dia 13 de agosto, o Cessna 560XL que transportava o candidato à Presidência do Brasil Eduardo Campos caiu sobre uma área residencial da cidade de Santos. O jato particular havia partido do Rio de Janeiro em direção à cidade do litoral paulista. Além do adversário da presidente Dilma Rousseff, seis pessoas morreram no acidente. Aqui, o mau tempo foi a possível causa da queda da aeronave.