Mali espera resultado de eleição presidencial
12 de agosto de 2013 Cerca de 6,5 milhões de eleitores foram convocados a votar no domingo (11/ 08), no segundo turno da eleição presidencial do Mali, disputado entre o ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita e o ex-ministro das Finanças Soumalia Cissé. Keita é tido como favorito, com 40% dos votos no primeiro turno. Seu oponente só conseguiu pouco menos de 19%.
"Eu tive uma impressão muito positiva. A votação ocorreu de forma calma e pacífica", diz Annette Lohmann, diretora da Fundação Friedrich Ebert na capital do Mali, Bamako, em entrevista à DW. Mas ela observa que, enquanto no primeiro turno a participação em todo o país foi de pouco menos de 50%, desta vez menos eleitores compareceram às urnas. Um número oficial de votantes, entretanto, não foi divulgado.
Na manhã da eleição, choveu muito em muitas regiões do país, o que dificultou a ida dos eleitores aos locais de votação, especialmente no norte, onde as estradas são ruins. Mas Christopher Fomunyoh, do National Democratic Institute, não vê a chuva como a única razão para o reduzido comparecimento dos eleitores.
"Simpatizantes dos candidatos que não foram ao segundo turno preferiram ficar em casa a votar em outro candidato", acredita Fomunyoh, ressaltando, porém, que o segundo turno teve uma melhor organização em comparação com o primeiro.
As eleições presidenciais são tidas como o início de uma nova era para o Mali, destinadas a estabilizar o país e levá-lo de volta à democracia. São as primeiras eleições depois do golpe de 22 de março de 2012 e após meses de ocupação do norte do país por radicais muçulmanos e pelo Movimento de Libertação do Azawad (MNLA). As ameaças de ataques de radicais islâmicos nas eleições não se cumpriram. Milhares de soldados africanos e franceses garantiram a segurança do escrutínio também no segundo turno.
Entretanto, nem tudo correu de forma perfeita. "Nem todos os que poderiam ter votado foram registrados. Refugiados quase não puderam votar", lamenta Annette Lohmann. De acordo com dados da ONU, cerca de 200 mil malineses fugiram para os países vizinhos, Burkina Faso, Níger, Mauritânia e Argélia, devido aos combates no norte do Mali.
O resultado não será conhecido antes de quarta-feira, de acordo com Georges Togo, governador da região de Bamako. Independentemente de quem for o vencedor, ele terá que lidar com muitos desafios. A economia encolheu no ano passado, a infraestrutura do norte foi destruída pela guerra, e a paz com os rebeldes ainda é considerada frágil.