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Malta oferece € 1 mi por pista sobre assassino de jornalista

21 de outubro de 2017

Recompensa está sendo oferecida em troca de informações que permitam identificar os responsáveis pelo assassinato de Daphne Caruana Galizia. Filho da repórter investigativa acusa governo de "cumplicidade" no crime.

Maltesische Bloggerin getötet Daphne Caruana Galizia
Caruana Galizia morreu quando seu carro explodiu perto de sua casaFoto: Reuters/D. Z. Lupi

O governo de Malta ofereceu neste sábado (21/10) uma recompensa de um milhão de euros a quem der informações que levem à identificação dos responsáveis pelo assassinato da jornalista investigativa e blogueira anticorrupção Daphne Caruana Galizia.

Em comunicado, o governo do primeiro-ministro, Joseph Muscat, expressou a sua determinação de solucionar o crime e levar os autores à Justiça. E decidiu oferecer a recompensa por considerar que é um "caso de extraordinária importância".

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"Deve-se fazer justiça, custe o que custar", disse o governo no comunicado, que garante também a proteção do denunciante. "É um caso de extraordinária importância que requer medidas extraordinárias e a justiça deve ser feita a quem quer que custe", sublinha o governo no comunicado.

Caruana Galizia, de 53 anos, investigava a relação entre políticos malteses, incluindo o primeiro-ministro e sua esposa, com o escândalo do Panamá Papers e outros casos de corrupção. Ela chegou a denunciar que estava sofrendo ameaças de morte.

A jornalista morreu na última segunda-feira quando seu carro explodiu a poucos metros de sua casa, um crime que comoveu a opinião pública de Malta e fez Muscat pedir ajuda internacional para solucioná-lo.

Denúncia da família

Um dia depois da morte da blogueira que integrava o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), um dos seus filhos denunciou a "cultura de impunidade" em Malta e acusou o governo de Joseph Muscat e outras autoridades de "cumplicidade" no crime. Na ocasião, Matthew Caruana Galizia referiu-se ao país insular como um "Estado da máfia".

Posteriormente, em declarações em Bruxelas antes do início da cúpula da União Europeia, o primeiro-ministro, Joseph Muscat, defendeu que Malta "não é definitivamente um país mafioso" e assegurou que o governo de La Valleta vai apurar todos os elementos deste caso.

O primeiro-ministro disse acreditar que pessoas de fora de Malta teriam sido responsáveis pela morte da repórter. Especialistas da Holanda, da Itália e dos Estados Unidos já trabalham no caso.

Enquanto tentam acessar os arquivos que a jornalista mantinha em seu computador, os investigadores discutem diferentes hipóteses para o crime, como a máfia, as milícias líbias ou os narcotraficantes que operam nessa região do Mediterrâneo, segundo a imprensa local.

CA/efe/lusa

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