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Maracutaia nos preparativos da Copa do Mundo

ef10 de março de 2004

Presidente do 1860 Munique, Karl-Heinz Wildmoser, o filho Júnior e dois testas-de-ferro são detidos por causa de corrupção na construção do estádio onde será estreada a Copa do Mundo de Futebol na Alemanha, em 2006.

Propina de 2,8 milhões de euros encarece a construção de estádioFoto: AP

A dois anos da Copa do Mundo de Futebol na Alemanha, estourou um escândalo de corrupção em torno da construção do novo estádio de Munique, onde será dado o apito de largada do campeonato mais importante do mundo. Foi cumprido mandado de prisão contra o presidente do 1860 Munique, Karl-Heinz Wildmoser, de 64 anos, o seu filho, Karl-Heinz Wildmoser Júnior, um dos responsáveis pela obra, e mais dois testas-de-ferro. Eles são acusados de recebimento de propina para revelar detalhes do edital de licitação para a construção do estádio Allianz Arena.

Um dos quatro detidos, cujo nome não foi revelado, teria feito uma confissão abrangente e já estaria em liberdade. O presidente do 1860 Munique, Wildmoser pai, ao contrário, permanece detido para investigação. Vai ser decidido ainda nesta quarta-feira (19) sobre o mandado de prisão contra o seu filho e um antigo amigo de escola.

Karl-Heinz WildmoserFoto: AP

O 1860 Munique vai eleger um novo presidente nos próximos dias, segundo anunciou o advogado de Wildmoser pai, Steffan Ufer. Este esclareceu, todavia, que Wildmoser Júnior permanecerá no cargo de diretor-gerente da firma responsável pela construção do estádio.

Propina milionária

– O Ministério Público de Munique anunciou que Wildmoser pai e filho teriam recebido propinas no valor de 2,8 milhões de euros da empreiteira Alpina. Em compensação, ambos teriam beneficiado a firma de construção civil na licitação para a construção do Allianz Arena.

Os mandados de prisão contra os quatro suspeitos foram executados na terça-feira (9), logo depois de 21 promotores, mais de 70 policiais e 30 fiscais do fisco terem revistado, de manhã cedo, mais de 30 residências e instalações empresariais em Munique, Dresden e Frankfurt, assim como na Suíça e na Áustria. Segundo o promotor-chefe, Christian Schmidt-Sommerfeld, foi apreendida grande quantidade de provas materiais. Instalações do time 1860 Munique também foram inspecionadas. O chefe das investigações esclareceu, porém, que o clube bávaro está envolvido no escândalo apenas como testemunha. As investigações de suspeitas de sonegação de impostos e de outros delitos econômicos cometidos na construção do estádio Allianz começaram no final de 2003.

Principal suspeito

– As principais suspeitas recaem sobre Wildmoser Júnior, na condição de diretor-gerente da sociedade anônima responsável pela construção do estádio Allianz Arena de Munique. O motivo é o superfaturamento do preço da construção, em conseqüência de pagamentos em dinheiro vivo na forma de propinas. Wildmoser pai é acusado de cumplicidade com corrupção, como esclareceu o promotor-chefe Schmidt-Sommerfel. Uma eventual libertação, mediante pagamento de caução, vai depender do grau de ameaça de fuga de Wildmoser. Uma decisão sobre os mandados de prisão contra pai e filho deverá ser anunciada ainda nesta quarta-feira.

O vice-presidente da polícia federal na Baviera, Johann Georg Koch, garantiu que o inquérito contra os Wildmoser e seus testas-de-ferro não vai afetar as partidas da Copa do Mundo de 2006 em Munique. Uma testemunha de Dresden, que já se encontra em liberdade, teria facilitado as investigações com uma confissão minuciosa. O principal suspeito, Wildmoser Júnior, ao contrário, continuaria silenciando sobre as graves acusações que pesam contra ele.

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