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Marcelo Odebrecht afirma que sua prisão é "ilegal"

30 de outubro de 2015

Em primeiro depoimento desde sua detenção, empreiteiro entrega documento com explicações sobre anotações e contas bancárias. Segundo ele, conclusões de que a empresa participou de cartel são "absurdas".

Foto: Reuters/E. Castro-Mendivil/Files

O presidente do grupo Odebrecht SA, Marcelo Odebrecht, prestou depoimento nesta sexta-feira (30/10) à Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. Além de falar por cerca 40 minutos, o empreiteiro entregou um documento em que rebate todas as acusações contra ele.

Em seu primeiro depoimento desde sua detenção em 19 de junho, Odebrecht afirmou que as conclusões dos procuradores de que a empresa participou de cartel são "absurdas" e "propositalmente deturpadas" e que sua prisão é "ilegal".

Acompanhado de seus advogados, liderados pelo advogado Nabor Bulhões, Odebrecht entregou ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava ato, sua manifestação por escrito. No documento, em que responde a 60 perguntas com a ajuda dos advogados, Odebrecht afirma que os bilhetes e as mensagens encontradas pela Polícia Federal eram anotações escritas para si, e que serviriam apenas para se recordar de "determinados temas" mencionados na imprensa ou em reuniões.

Segundo Bulhões, o documento trouxe "respostas e dados documentais" e pede que a prisão preventiva seja revogada. "Temos esperança que o próprio magistrado reveja a prisão preventiva decretada porque, quando decretada, o foi com base em fatos que foram absolutamente afastados durante a instrução pela palavra, não apenas de Marcelo, mas também pelas palavras das testemunhas de acusação, de defesa e pelos próprios delatores", disse.

Em comunicado, a assessoria de imprensa do grupo Odebrecht relatou momentos do depoimento do executivo. Confira aqui.

O executivo é acusado de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa, no âmbito da operação Lava Jato. O presidente da empreiteira está preso desde junho no Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de liberdade ao empreiteiro. Na decisão, o ministro Teori Zavascki entendeu que não há ilegalidade no decreto de prisão e afirmou que o acusado deve esperar o julgamento do mérito do pedido.

Confira aqui a íntegra do depoimento escrito de Marcelo Odebrecht.

PV/ab/ots

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