Marchas pró e contra Pegida em Leipzig reúnem 35 mil pessoas
22 de janeiro de 2015
Legida, a versão da cidade para o movimento "anti-islamização" da Europa, leva 15 mil às ruas e manifestação contrária tem 20 mil participantes. Acesso à cidade é prejudicado por ataques incendiários em trilhos de trens.
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A expectativa de reunir aproximadamente 100 mil pessoas, nesta quarta-feira (21/01) em Leipzig, entre manifestantes contra e a favor do Legida – a versão da cidade para o movimento "anti-islamização" Pegida – não foi concretizada.
O comício do Legida, realizado numa praça central de Leipzig, reuniu aproximadamente 10 mil pessoas, segundo dados da polícia. Muitas delas carregavam bandeiras da Alemanha. Posteriormente, a marcha pela cidade contou com 15 mil participantes. O trajeto original do protesto foi encurtado por motivos de segurança. A ópera, localizada de frente à praça do encontro do Legida, a prefeitura e outros monumentos populares da cidade tiveram suas luzes apagadas em sinal de protesto.
A manifestação contrária ao movimento Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente") foi maior e mais alta. Aproximadamente 20 mil pessoas se manifestaram a favor de tolerância social e contra o racismo e a xenofobia. No encontro de ambos os grupos, os seguidores do Legida foram recepcionados com vaias, gritos de "vão embora" e impedidos de seguir com a sua marcha.
Apesar do vasto contingente de 4 mil policiais – considerada uma das maiores operações de patrulhamento desde a Reunificação do país – houve tumultos e brigas. Na área perto da estação de trem de Leipzig, manifestantes contrários ao Pegida tentaram romper uma barreira de segurança. Segundo a própria polícia, jornalistas também foram atacados – ainda é incerto de qual agrupamento partiram as agressões. Também não há confirmação se houve feridos.
"É verdade que tivemos problemas em manter os dois lados separados na saída", disse um porta-voz da polícia. Ao menos uma pessoa foi presa.
Antes das manifestações houve dois ataques incendiários nos trilhos da ferrovia que liga Dresden a Leipzig. Muitos simpatizantes do Pegida, cuja central fica em Dresden, não puderam chegar a Leipzig, pois, segundo uma porta-voz da Deutsche Bahn (DB), companhia que opera quase todo o serviço ferroviário na Alemanha, os trens tiveram que ser desviados temporariamente de Leipzig.
Pegida não reconhece Legida
Fato curioso é que o Pegida, de Dresden, está considerando entrar com uma ação judicial contra o Legida, de Leipzig. Segundo a porta-voz e cofundadora do Pegida, Kathrin Oertel, o movimento Legida não deu nenhuma declaração clara de que eles aceitam o catálogo de exigências do Pegida.
"Tudo o que será dito e exigido hoje à noite em Leipzig não está acordado conosco. Isso pode ser contraproducente para a percepção comum de nosso movimento. Por isso, estamos considerando entrar com uma liminar", disse Oertel, poucas horas antes das manifestações.
Além disso, o líder e fundador do Pegida, Lutz Bachmann, anunciou a sua renúncia de sua posição no movimento. Bachmann havia recebido críticas devido a uma foto em que usa um bigode e um penteado semelhantes aos de Adolf Hitler. Ele afirma que foi "apenas uma piada".
A semana em imagens (de 19 a 25 de janeiro)
Veja os acontecimentos que marcaram o noticiário internacional.
Foto: Reuters/M. Brindicci
Vitória da oposição na Grécia
A vitória da aliança esquerdista Syriza nas eleições parlamentares da Grécia, realizadas neste domingo, é confirmada logo nos primeiros levantamentos após a votação. Entre as principais bandeiras do partido está a suspensão do programa de austeridade imposto em troca de ajuda financeira internacional ao país em crise. (25.01.2015)
Foto: Reuters/Y.Behrakis
Abraço de Obama e Modi
Presidente americano, Barack Obama, e primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mostram sintonia em um simbólico abraço assim que o chefe de governo dos EUA desembarca em Nova Déli. Mais tarde, eles anunciariam acordo de cooperação nuclear e nas áreas de comércio e defesa. (25.01.2015)
Foto: picture-alliance/AP Photo
Alemanha coberta de neve
Uma frente fria cobriu de branco boa parte da Alemanha neste sábado. Por volta de meio-dia, cidades como Schleswig, no norte, Emden, na Baixa Saxônia, e Düsseldorf, na Renânia do Norte-Vestfália, já tinham acumulado 7 centímetros de neve. Até o fim da noite, preveem institutos de meteorologia, a neve deve chegar ao Lago Constança – extremo sul do país. (24.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/Marcel Kusch
Morre rei saudita
O rei Abdullah da Arábia Saudita morreu vítima de uma pneumonia. O sucessor é o seu meio-irmão e príncipe herdeiro, Salman, que já exercia algumas funções do rei, internado em dezembro. Abdullah, que tinha mais de 90 anos, governou a Arábia Saudita desde 2005, mas era o governante de facto desde 1995, depois de seu antecessor, o rei Fahd (também um meio-irmão), ter sofrido um derrame. (23.01.2015)
Foto: Reuters/D. Martinez
BCE tenta aquecer zona do euro
Banco destina 60 bilhões de euros por mês para a compra de títulos públicos, na esperança de afastar a deflação da área de moeda única europeia. Programa deve ter início em março e durar pelo menos até setembro de 2016. Na foto, o presidente do BCE, Mario Draghi. (22.01.2015)
Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach
Pequeno orangotango encanta a Alemanha
Um filhote nascido no zoológico de Berlim no início da semana foi batizado de Rieke. O nome foi escolhido entre 600 propostas enviadas por leitores de dois jornais. O orangotango, que foi rejeitado pela mãe e está aos cuidados de funcionários do zoológico, mede 38 centímetros e pesa 1,8 quilo. (22.01.2015)
Foto: Zoo Berlin/dpa
Ataque a ponto de ônibus na Ucrânia
Poucas horas depois do encontro em Berlim para negociar um cessar-fogo na Ucrânia, um ataque próximo a um ponto de ônibus na cidade de Donetsk deixou pelo menos sete civis mortos e nove feridos, segundo as autoridades locais. (22.01.2015)
Foto: Reuters/Reuters TV
Líder do Pegida renuncia
Depois de a imprensa alemã divulgar uma foto em que ele aparece imitando Hitler, o líder do Pegida, Lutz Bachmann, renunciou ao posto. A foto, e denúncias de que Bachmann teria publicado ofensas a refugiados em sua página no Facebook, levaram promotores a abrir um inquérito contra ele por incitação ao ódio. (21.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
Obama em tom desafiador
Falando diante de um Congresso dominado pelos republicanos, presidente dos EUA, Barack Obama, destacou recuperação econômica e defendeu medidas que beneficiem a classe média, em detrimento das camadas mais ricas. Obama também pediu o fim do embargo econômico a Cuba. (21.01.2015)
Foto: Reuters
Nacionalidade francesa para Bathily
O muçulmano Lassana Bathily, que ajudou a salvar a vida de várias pessoas no atentado a um mercado judaico de Paris, em 9 de janeiro, recebeu a nacionalidade francesa das mãos do primeiro-ministro Manuel Valls e do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. "Estou muito feliz por ter a dupla nacionalidade", disse Bathily, que teve um pedido recusado em 2011. (20.01.2015)
Foto: picture alliance/AP Photo
Dilma veta correção na tabela do IR
A presidente Dilma Rousseff não aprovou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas, argumentando que "levaria à renúncia fiscal na ordem de 7 bilhões de reais". (20.01.2015)
Foto: Reuters/P. Whitaker
China registra pior crescimento desde 1990
A segunda maior economia do mundo cresceu 7,4% em 2014, menos do que a meta estabelecida pelo governo e do que no ano anterior. Economistas e FMI preveem nova desaceleração em 2015. (20.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/J. Eisele
Protesto contra "Charlie Hebdo" na Chechênia
Patrocinada pelo governo, manifestação contra a publicação de caricaturas de Maomé pelo jornal satírico francês reúne 800 mil pessoas na capital Grózni. (19.01.2015)
Foto: Reuters/E. Korniyenko
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Com a diminuição de casos de ebola, governo retoma aulas depois de dez meses e adota diretrizes para proteger estudantes. No fim de semana, vizinho Mali foi declarado livre da doença. (19.01.2015)
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Desigualdade social
Segundo relatório da Oxfam, a riqueza acumulada de 1% da população mundial vai superar a dos outros 99% em 2016. Hoje, para cerca de 80% da população já restam apenas 6% da fortuna global, e 1 bilhão de pessoas vive com 3 reais por dia. (19.01.2015)
Procurador que denunciou Cristina Kirchner é encontrado morto
Alberto Nisman havia acusado, na semana passada, a presidente argentina de favorecer suspeitos iranianos de ataque a centro judaico com o objetivo de se aproximar de Teerã. Causa da morte ainda é desconhecida. (19.01.2015)