Maria Sharapova anuncia sua aposentadoria aos 32 anos
27 de fevereiro de 2020
Em comunicado, tenista russa diz que depois de 28 anos está pronta para "competir num terreno diferente". Nascida na Sibéria, ela alcançou o estrelato ao vencer o torneio de Wimbledon em 2004.
Vencedora de cinco Grand Slams, Sharapova chegou a ser a atleta mais bem paga do mundo Foto: picture-alliance/PA Wire/D. Lipinski
Anúncio
A tenista russa Maria Sharapova anunciou nesta quarta-feira (26/02) a sua aposentadoria aos 32 anos. O anúncio foi feito num comunicado publicado nas revistas Vogue e Vanity Fair.
Nascida na Sibéria, Sharapova alcançou o estrelato ao se tornar a primeira russa a vencer o torneio de Wimbledon em 2004, aos 17 anos. Vencedora de cinco Grand Slams, chegou a ser a atleta mais bem paga do mundo até ser superada pela tenista Serena Williams.
"Sou nova nisso, então, por favor, perdão. Tênis, estou dizendo adeus", escreveu Sharapova no comunicado. Sua decisão não é uma grande surpresa, desde que retornou as quadras em 2017, depois de ser banida por 15 meses após ser flagrada em exame antidoping durante o Aberto da Austrália, seu desempenho não era um dos melhores.
A ex-número 1 do mundo jogou apenas duas partidas neste ano, perdendo na primeira rodada do Aberto da Austrália e figura atualmente apenas na 373ª colocação no ranking da Associação de Tênis Feminino (WTA).
"Olhando para trás, percebo que o tênis tem sido minha montanha. Meu caminho tem sido cheio de vales e desvios, mas as vistas do seu pico foram incríveis", escreveu. "Depois de 28 anos e cinco Grand Slams, estou pronta para escalar outra montanha, para competir num terreno diferente", acrescentou.
A estrela russa completou sua carreira no Grand Slam, quando ganhou o Aberto da França, em 2012. Dois anos depois, ela venceu novamente o Roland Garros, seu maior título. Sharapova entrou para a história como a primeira mulher russa a alcançar o primeiro lugar no ranking em 2005 e a conquistar o Aberto dos Estados Unidos em 2006.
Sharapova entrou em quadra pela última vez durante a primeira rodada do Aberto da Austrália deste ano, quando perdeu para a croata Donna Vekic. No texto, ela admitiu que as lesões recentes se tornaram um empecilho para que a carreira tivesse sequência. "Meu corpo se tornou uma distração", escreveu.
A tenista fez sucesso dentro e fora das quadras, tornando-se uma das atletas mais bem pagas dos últimos 15 anos. O pior momento da carreira foi a punição por doping pelo consumo de Meldonium, que a manteve longe das quadras de janeiro de 2016 a abril do ano seguinte. Depois disso, conquistou apenas mais um troféu, no WTA International de Tianjin, na China, em 2017.
Segundo a revista Forbes, a estrela russa foi a atleta feminina mais bem paga do mundo por 11 anos consecutivos até 2016. Ela também se estabeleceu como empresária e lançou uma marca própria de doces e afirmou nesta quarta-feira que continuará perseguindo vitórias.
"Não importa o que esteja por vir, eu vou investir o mesmo foco, a mesma ética de trabalho e todas as lições que aprendi ao longo do caminho", escreveu.
Seja a sogra, o irmão gêmeo não nascido ou a pasta de dente: esportistas que se dopam procuram, geralmente, pôr a culpa nos outros ou contam as histórias mais miraculosas. Aqui uma seleção de explicações curiosas.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Coch
Lista negligenciada
"Tomo este medicamento desde 2006", disse a tenista Maria Sharapova, sem explicar por que ela, uma atleta saudável, precisa de um remédio cardiovascular. Desde o início de 2016, o meldonium, usado pela tenista, está na lista de doping. A explicação da atleta: "Eu não vi a lista."
Foto: picture-alliance/dpa/M.Murat
O abacate
Com 39 anos, Linford Christie (2° da esq. para dir.) já estava no outono de sua carreira, quando foi pego num exame antidoping em 1999. O agente dopante nandrolona foi encontrado no organismo do campeão olímpico de 1992. A explicação dele é interessante: ele não tomou o esteroide, mas comeu abacates. Somente Christie sabe o que essas frutas têm a ver com a nandrolona.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
A dieta
Um fato inédito na Espanha: um esquiador de cross-country ganhou três medalhas de ouro para os ibéricos nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Johann Mühlegg se juntou à equipe espanhola após um desentendimento com a federação alemã. Ele foi pego devido ao hormônio EPO. Sua explicação: "Nos últimos cinco dias, fiz uma dieta especial, somente com proteínas e carboidratos". Ou seja, sem EPO.
Foto: Zoom Agence/Getty Images
O uísque
Inicialmente como auxiliar precioso à sombra de Lance Armstrong (dir.), o ciclista Floyd Landis (esq.) se tornou, de repente, vencedor da Volta da França após a saída de Armstrong: em 2006, Landis foi testado positivamente para testosterona. Após um colapso total, ele retornou de forma espetacular. Na ocasião, o ciclista disse que havia tomado muito uísque, mas depois admitiu o doping.
Foto: picture-alliance/dpa
A potência
Adrian Mutu só tinha boas intenções. Em 2004, o então atacante do Chelsea consumiu cocaína, mas naturalmente não para aumentar a sua perfomance em campo, mas para satisfazer o parceiro. "Só fiz isso para elevar minha potência sexual". A Corte Arbitral do Esporte (CAS) reagiu com indiferença às histórias de cama de Mutu e lhe condenou a multa de 17,2 milhões de euros.
Foto: picture-alliance/dpa
O suco
Numa coletiva de imprensa convocada às pressas, Martina Hingis anunciou a sua despedida do tênis em 2007, devido a dores nas costas e a um teste positivo. No campeonato de Wimbledon, ela foi pega por cocaína. Doping? Não, Hingis viu uma conspiração em curso. "Alguém a colocou no meu suco."
Foto: Getty Images/Michael Dodge
O espaguete
O atleta de bobsled britânico Lenny Paul foi pego em 1997 com um nível elevado de nandrolona – um clássico entre as substâncias dopantes. A sua desculpa para o teste positivo foi menos habitual: "eu comi espaguete à bolonhesa, a carne era de bovinos tratados com hormônios". Também o ciclista Alberto Contador usou o bife contaminado para explicar o seu caso.
Foto: Getty Images/P.Rondeau
A bombinha de asma
A ciclista Ivonne Kraft foi testada positivamente em 2007. A substância encontrada: fenoterol. Kraft a teria supostamente inalado: "A bombinha de asma da minha mãe estourou. Estava do lado e respirei toda a nuvem de spray." Uma coincidência muito infeliz.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
A sogra
Quase como do nada, Raimundas Rumsas subiu ao pódio da Volta da França. Enquanto os especialistas se mostravam surpresos, Edita, esposa de Rumsas, era pega na alfândega com diversas substâncias dopantes. O casal Rumsas afirmou que os medicamentos seriam para a sogra enferma do profissional do ciclismo.
Foto: picture-alliance/dpa/Repro
O romance
O ciclista Mario de Clercq era considerado, em 2003, um dos melhores na sua profissão. Então, foram encontrados com ele registros sobre medicamentos, planos de treinamento e tabelas de hematócrito (quantidade de hemácias no sangue). De Clercq negou veementemente o doping, alegando que tudo seria usado nas pesquisas para o romance que estaria escrevendo.
Foto: picture-alliance/dpa/Y.Boucau
A pasta de dente
Uma das histórias de doping mais contadas foi a do atleta alemão Dieter Baumann. O campeão olímpico de 1992 foi testado positivamente em 1999 e tentou vender a versão de uma pasta de dente manipulada. O renomado especialista em doping Werner Franke considera a ousada teoria como digna de credibilidade. Mas os dois ainda continuam devendo as devidas provas.
Foto: picture-alliance/dpa
O irmão gêmeo não nascido
Nos Jogos Olímpicos de 2004, o ciclista Tyler Hamilton conseguiu sua maior proeza: medalha de ouro na corrida contra o relógio. Então veio o choque: teste positivo para doping sanguíneo. "As hemácias estranhas no meu corpo foram produzidas pelas células estaminais do meu irmão gêmeo que morreu antes de nascer." Uma história fantástica, que posteriormente o próprio Hamilton afirmou ser mentira.
Foto: picture alliance / dpa
O presente sexual
Em maio de 1992, o velocista americano Dennis Mitchell (dir.) ganhou a medalha de ouro por equipe. Seis anos mais tarde, ele foi testado positivamente para testosterona. O atleta justificou o achado com quatro garrafas de cerveja e muito sexo. "Era o aniversário da garota. Ela merecia algo especial."
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Bombons e chá
Cuidado com as guloseimas provenientes de familiares: em 2004, o ciclista italiano Gilberto Simoni foi pego por cocaína. Segundo ele, isso não tinha nada a ver com doping. "Minha mãe me enviou bombons do Peru que estavam embrulhados em folha de coca." Numa outra declaração, ele colocou a culpa no chá da tia.