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Martínez e Lacalle Pou disputarão segundo turno no Uruguai

28 de outubro de 2019

Representante da coalizão Frente Ampla, no poder há 14 anos com plataforma progressista, Daniel Martínez enfrentará o ex-senador Luis Lacalle Pou, de centro-direita. Em 24 de novembro, novo pleito promete ser acirrado.

Lacalle Pou e Martínez fazem discursos para apoiadores após o fechamento das urnas, no domingo
Lacalle Pou e Martínez fazem discursos para apoiadores após o fechamento das urnas, no domingo

O candidato governista Daniel Martínez, da coalizão Frente Ampla, de esquerda, e seu adversário Luis Lacalle Pou, de centro-direita, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai, segundo resultados preliminares da votação ocorrida no domingo (27/10), com mais de 92% das urnas apuradas.

Martínez, de 62 anos, é ex-prefeito de Montevidéu e representa a coalizão progressista que governa o país há 14 anos – com o atual presidente, Tabaré Vázquez, e seu antecessor, José Mujica. Até o momento, ele obteve 38,5% dos votos, contra 28,3% de Lacalle Pou, de 46 anos, que é advogado e ex-senador do Partido Nacional.

Lacalle Pou é filho do ex-presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle, que governou o país de 1990 a 1995. Derrotado por Vázquez nas eleições presidenciais de 2014, sua campanha neste ano se baseou em promessas para desenvolver a economia e combater o crime.

Os candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugar, o liberal Ernesto Talvi e o nacionalista de extrema direita Guido Manini Ríos, afirmaram que apoiarão Lacalle Pou no segundo turno, em 24 de novembro, em uma disputa que promete ser acirrada.

A apuração das urnas também mostrou que a Frente Ampla perdeu sua maioria absoluta no Parlamento uruguaio. Os apoiadores da coalizão creditam a ela a redução da pobreza e a realização de reformas sociais de cunho progressista, como a aprovação do casamento gay, do aborto e da venda da maconha em farmácias.

O país, com população de 3,5 milhões de pessoas, praticamente não tem pobreza extrema e sua classe média representa 60% da população, proporcionalmente a maior no continente americano, segundo dados do Banco Mundial.

Contudo, muitos uruguaios desejam substituir a Frente Ampla, na medida em que os índices de criminalidade aumentam e a economia patina. O índice de homicídios atingiu dois dígitos pela primeira vez na história do país, com 11,8 assassinatos por 100 mil habitantes.

Na economia, o governo espera crescimento de apenas 0,6% neste ano, enquanto o déficit fiscal aumentou para 4,8% do PIB, e o desemprego está em 9%. A gestão do atual presidente, Tabaré Vázquez, também foi atingida por alguns escândalos que reduziram sua aprovação popular, como a renúncia do vice-presidente Raúl Sendic em 2017, em meio a acusações de corrupção.

No entanto, diante da instabilidade e de protestos em massa que atingem diversos países da América Latina, como o Chile, Equador, Bolívia e Peru, o Uruguai se sobressai como uma nação estável e com uma democracia funcional, fato mencionado pelos dois candidatos durante a eleição.

"O Uruguai se tornou um oásis de certezas na região", disse Martínez ao depositar seu voto na urna. Por sua vez, Lacalle Pou afirmou que, independente do resultado da eleição, o que o Uruguai teria a oferecer é "institucionalidade, sabendo o que acontecerá e sabendo no que se pode acreditar".

BL/dpa/ap

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