Ventania obriga organizadores a suspender, por questões de segurança, desfiles em cidades como Colônia e Düsseldorf e em áreas da região centro-leste da Alemanha.
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Fortes rajadas de vento provocaram o cancelamento de desfiles carnavalescos neste domingo (23/02) na Alemanha. Particularmente afetados pelo mau tempo foram os eventos na região do Reno. Mas também foram canceladas paradas nos estados de Hessen e Turíngia, além de blocos de rua na Saxônia.
A prefeitura de Colônia cancelou o popular Schull- un Veedelszöch que anualmente atrai centenas de milhares de espectadores. O cancelamento do evento por questões de segurança foi comunicado quando os oito mil participantes dessa mistura de parada de blocos de estudantes e de associações de bairros já se preparavam para iniciar o desfile.
Pouco antes, autoridades da vizinha Düsseldorf já tinham decidido cancelar os festejos carnavalescos de rua no centro da cidade.
Também no leste e no sul de Hessen desfiles planejados para este domingo foram cancelados em cima da hora. Entre eles, estava o desfile infantil em Fulda, onde normalmente cerca de mil foliões desfilam, diante de um público de até 30 mil.
Na Turíngia, o tradicional desfile de rua em Heiligenstadt foi cancelado. Na Saxônia, o cortejo do Strehlaer Carnevals Club também não foi realizado por causa das previsões meteorológicas.
Para esta segunda-feira, entretanto, os meteorologistas não preveem maiores problemas. "Pelo menos no que se refere ao vento, não deve haver grandes restrições aos desfiles", diz Lars Kirchhübel, do Serviço Alemão de Meteorologia (DWD).
A partir da "Quinta-Feira das Mulheres", a folia toma conta também das ruas da Alemanha. Na região do rio Reno, o epicentro da festa é Colônia e as cidades circundantes.
Foto: Christoph Reichwein/dpa/picture alliance
O dia delas
Na Alemanha, no primeiro dia dos festejos de Carnaval quem manda são elas. Na região do Reno, na "Quinta-Feira das Mulheres" (Weiberfastnacht), elas recebem a chave da prefeitura e saem pelas ruas fazendo festa. A tradição remonta à primeira metade do século 19, quando um grupo de mulheres de Beuel (hoje um bairro de Bonn) resolveu se divertir da mesma forma como seus maridos.
Foto: Oliver Berg/dpa/picture alliance
Abertura oficial já em novembro
Apesar de a partida para a maior expressão do Carnaval ser dada na quinta-feira, a abertura oficial da assim chamada de "quinta estação do ano" transcorre muito antes, no 11 de novembro no ano anterior, às 11h11. Nas cidades ribeirinhas di Reno, o período de festas é regado a cerveja desde o primeiro dia. Na foto, os Schwellköpp, os tradicionais "cabeções" do Carnaval de Mainz.
Foto: Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance
Beijinhos por todo lado
Para os renanos não há Carnaval sem "bützchen". Na Quinta-Feira das Mulheres elas distribuem beijinhos nas bochechas, ou mesmo na boca, de quem quiserem, até mesmo de policiais. Trata-se de uma expressão de alegria que não deve ser confundida com provocação sexual. Aliás, há ameaça de castração simbólica: homens que saem de gravata correm o risco de tê-la cortada pelas foliãs e levada como troféu.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
Carnaval no frio
Cor e criatividade nas fantasias e adereços também são marcas dos festejos alemães durante todo o período. Apesar de o Carnaval transcorrer no inverno, as temperaturas baixas não espantam os foliões da festa ao ar livre, e grupos de amigos de todas as idades se divertem combinando as fantasias para celebrar em conjunto.
Foto: Federico Gambarini/dpa/picture alliance
Dialetos próprios
Apesar das semelhanças, os carnavais de cada cidade ou região têm suas peculiaridades. E não pega nada bem confundir os termos: "Jecken" é o nome dado aos foliões de Colônia, cujo brado carnavalesco tradicional é "Kölle Alaaf". Já em Düsseldorf, grita-se "Helau". Desde "aleluia" até "abriu-se o inferno", há várias explicações para a origem dessa exclamação.
Foto: Rolf Vennenbernd/dpa/picture alliance
A doçura do Carnaval
Nos desfiles, a diversão não está apenas em ver os carros alegóricos. Quando se grita "Kamelle" (doces), balas, chocolates e outras guloseimas são jogados para os foliões. Não só as crianças, mas também os marmanjos disputam um brinde em meio à chuva de doces. Os carnavalescos jogam também ramalhetes de flores e outros artigos cosméticos ou de uso diário.
Foto: Christoph Hardt/Geisler-Fotopress/picture alliance
Muito além dos adereços
Além das fantasias, outra parte essencial do Carnaval renano é a música. Para acompanhar os grupos de músicos nas ruas, os foliões devem, como manda a tradição, conhecer pelo menos as letras das "clássicas", e cantar e dançar juntos. Uma das formas de se divertir é balançando-se juntos de um lado para o outro, de braços dados, no assim chamado "schunkeln".
Foto: picture-alliance/Geisler-Fotopress/C. Hardt
Alfinetadas políticas
Outra tradição do Carnaval da Renânia são as sátiras políticas que ganham forma nos carros alegóricos que desfilam na Segunda-feira das Rosas (Rosenmontag). Com bom humor e criatividade, os carnavalescos não poupam críticas a líderes internacionais e outras figuras públicas.
Foto: Frank Rumpenhorst/dpa/picture alliance
Fim com fogo na Quarta-feira de Cinzas
A tradição em Düsseldorf exige que o bobo da corte Hoppeditz seja enterrado em lágrimas e lamentos. No ritual referido como "funeral", ele é simbolicamente queimado como boneco de papelão. Já em Colônia, ateia-se fogo à figura de palha Nubbel, que deve expiar os pecados cometidos durante o Carnaval. A Quarta-feira de Cinzas marca o fim dos dias de folia e o início da Quaresma.