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May acusa europeus de tentar influenciar eleições britânicas

3 de maio de 2017

Em início de campanha eleitoral, premiê afirma que líderes europeus lançam ameaças ao Reino Unido para tentar impedir o Brexit e destaca que vencedor das eleições precisa conseguir melhor acordo para os britânicos.

May faz acusações no início oficial da campanha eleitoral
May faz acusações no início oficial da campanha eleitoral Foto: picture-alliance/Zumapress

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, acusou nesta quarta-feira (03/05) políticos e líderes europeus de tentarem influenciar as eleições britânicas, marcadas para 8 de junho, para impedir o Brexit.

"Alguns, em Bruxelas, não querem o êxito das negociações, não querem que o Reino Unido tenha êxito", disse a premiê em frente à residência oficial, no número 10 de Downing Street, depois de ter comunicado formalmente à rainha Elizabeth a dissolução do Parlamento e o início oficial da campanha eleitoral.

May afirmou ainda que a imprensa europeia está deturpado a posição de negociação do Reino Unido e acusou a Comissão Europeia de endurecer sua postura sobre o processo do Brexit.

"Políticos e funcionários europeus lançaram ameaças contra o Reino Unido. Todos estes atos foram programados de maneira deliberada para influenciar o resultado das eleições", acrescentou a primeira-ministra.

No discurso, May desmentiu também a notícia de um jornal alemão de que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, teria dito a premiê que o Brexit poderia não ser um sucesso. A primeira-ministra disse que a notícia não passa de um boato.

Líderes europeus e representantes da União Europeia não comentaram as acusações de May, cujo Partido Conservador lidera nas intenções de voto e aparece bem à frente do Partido Trabalhista. A premiê frisou que os vencedores das eleições vão ter como principal missão "obter o melhor acordo possível para o Reino Unido". 

May anunciou eleições antecipadas em 18 de abril. A primeira-ministra procura reforçar a sua maioria conservadora no Parlamento e assegurar que estará numa posição mais forte para negociar com Bruxelas e os restantes 27 Estados-membros UE.  Em 29 de março, ela deu início ao processo de divórcio, previsto para durar dois anos.

Negociações paradas

As negociações do Brexit terão início somente após a eleição no Reino Unido, mas a UE já está se preparando para o processo. A Comissão Europeia (CE) confirmou nesta quarta-feira que a proteção dos direitos dos cidadãos (tantos europeus no Reino Unido como britânicos na União Europeia), o acordo financeiro e evitar uma fronteira exterior entre Irlanda do Norte e Irlanda são as prioridades na primeira fase da negociação.

O negociador europeu sobre o Brexit, o francês Michel Barnier, disse que a UE espera que até os últimos meses do ano exista "suficiente progresso" nesses pontos para poder começar a segunda fase das conversas, em torno da futura relação.

Barnier ressaltou ainda que a fatura que os britânicos deverão abonar por sair da UE "não é um castigo e nem um imposto", mas obedece à necessidade de Londres cumprir com os compromissos que adquiriu.

CN/efe/lusa/rtr/afp

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