Tim Barrow assume cargo no lugar de diplomata Ivan Rogers às vésperas do início das negociações do Brexit. Antigo funcionário antecipou saída após desentendimentos com gestão da primeira-ministra.
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A primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou nesta quarta-feira (04/01) o diplomata Tim Barrow como novo embaixador do Reino Unido na União Europeia (UE).
Barrow substitui Ivan Rogers, um dos principais assessores do ex-primeiro-ministro David Cameron, que antecipou sua saída do cargo, prevista para novembro, nesta terça-feira.
A decisão foi tomada às vésperas de o Reino Unido iniciar as negociações para o Brexit, a saída do país do bloco, previstas para o fim de março. O motivo seria um desgate nas relações com a equipe de May.
Em sua carta de renúncia, Rogers diz que os funcionários do governo ainda não sabem quais são os objetivos das negociações: "Eu espero que vocês continuem a desafiar os argumentos infundados e o pensamento confuso", escreveu. No fim do ano passado, Rogers gerou controvérsia ao dizer que um acordo comercial com a UE, depois da saída britânica do bloco, levaria uma década para ser finalizado.
Expectativas
Um porta-voz do governo britânico informou que May elegeu Barrow após recomendação do secretário de gabinete do governo, Jeremy Heywood. O novo embaixador deve assumir o cargo em Bruxelas na próxima semana.
"Como negociador hábil e experiente, com uma ampla experiência em alcançar os objetivos do Reino Unido em Bruxelas, ele fornecerá sua conhecida energia e criatividade ao posto, e trabalhará com outros funcionários e ministros para fazer do Brexit um sucesso", afirmou a fonte.
Barrow, que já ocupou vários cargos no Ministério das Relações Exteriores britânico, disse "estar honrado" por poder representar o Reino Unido num "momento tão crucial". Ele afirmou que espera "conseguir o resultado mais adequado para o Reino Unido em sua saída da UE".
KG/efe/rtr
Eurocéticos comemoram Brexit
Da França à Hungria, da Holanda à Sérvia. políticos populistas de direita de todo o continente se apressaram em declarar sua aprovação à decisão dos eleitores do Reino Unido a favor da saída da UE.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Sulejmanovic
Marine Le Pen - França
"Vitória para a liberdade! Como tenho reivindicado há anos, deve agora haver o mesmo referendo na França e em todos os países da UE", disse Marine Le Pen, líder do partido francês de extrema direita Frente Nacional.
Foto: Reuters/Y. Herman
Frauke Petry - Alemanha
"Chegou o momento para uma nova Europa!", comentou Frauke Petry, uma das presidentes do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
Foto: Reuters/W. Rattay
Geert Wilders - Holanda
"Viva os britânicos! Agora é a nossa vez. Hora de um referendo holandês!", comemorou o líder do Partido para a Liberdade (PVV), Geert Wilders,
Foto: picture-alliance/dpa/S. Koning
Norbert Hofer - Austria
"A União Europeia tem que andar numa nova direção agora, se quiser sobreviver", alertou Norbert Hofer, da legenda populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ).
Foto: picture-alliance/dpa/H.Tosun
Vladimir Jirinovski - Rússia
"Vamos enviar um telegrama parabenizando o primeiro-ministro Cameron: 'Caro David, meu amigo, estamos felizes que o povo britânico tenha feito a escolha certa, independente da sua propaganda. Claro que você precisa renunciar imediatamente'", disse Vladimir Jirinovski , chefe do Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR).
Foto: dapd
Viktor Orbán - Hungria
"Bruxelas deve ouvir a voz do povo, esta é a maior lição dessa decisão. A Europa é forte somente se pode dar respostas às principais questões, como a imigração. A UE deixou de dar essas respostas", afirmou o premiê húngaro, Viktor Orbán.
Foto: Reuters
Vojislav Seselj - Sérvia
O líder ultranacionalista Vojislav Seselj, da Sérvia, disse que o resultado do referendo "trouxe alegria para os sérvios em todos os lugares". "Os Ingleses enfiaram uma estaca de madeira no coração do cadáver da UE", acrescentou, com conotações vampirescas.