May quer cortar imposto para impedir êxodo pós-Brexit
21 de novembro de 2016
Primeira-ministra britânica diz que objetivo é ter a menor taxa entre os países do G20. Ministro alemão critica plano e argumenta que o grupo decidiu não reduzir impostos.
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A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta segunda-feira (21/11) a intenção de reduzir o imposto britânico para empresas para o menor percentual entre os países do G20, grupo que reúne as principais nações industrializadas e emergentes.
"Meu objetivo não é apenas ter o imposto corporativo mais baixo do G20, mas também um sistema de impostos que seja fortemente pró-inovação", afirmou May em evento da Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês), em Londres. Ela disse que vai detalhar seus planos em breve.
Segundo o jornal inglês Daily Telegraph, May quer reduzir o imposto corporativo, hoje em 20%, para menos de 15%, superando assim a promessa de campanha do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
A planejada redução visa manter no Reino Unido as grandes empresas que temem ficar em desvantagem com a saída do país da União Europeia (UE). Além disso, a intenção é atrair novas empresas para o país.
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, criticou os planos fiscais de May. Ele lembrou que o Reino Unido ainda faz parte da União Europeia e é, assim, obrigado a seguir a legislação do bloco. E mesmo que o Reino Unido deixe a UE, os britânicos ainda estão comprometidos com acordos firmados no âmbito do G20 – "ao menos se forem pessoas decentes", disse o ministro, referindo-se a um compromisso acertado na cúpula realizada na Turquia, em 2015.
Na Europa, a tributação corporativa mais baixa é observada na Irlanda (12,5%). Na Alemanha, a taxa é de quase 30%.
IP/rtr/ap/dpa
Eurocéticos comemoram Brexit
Da França à Hungria, da Holanda à Sérvia. políticos populistas de direita de todo o continente se apressaram em declarar sua aprovação à decisão dos eleitores do Reino Unido a favor da saída da UE.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Sulejmanovic
Marine Le Pen - França
"Vitória para a liberdade! Como tenho reivindicado há anos, deve agora haver o mesmo referendo na França e em todos os países da UE", disse Marine Le Pen, líder do partido francês de extrema direita Frente Nacional.
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Frauke Petry - Alemanha
"Chegou o momento para uma nova Europa!", comentou Frauke Petry, uma das presidentes do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
Foto: Reuters/W. Rattay
Geert Wilders - Holanda
"Viva os britânicos! Agora é a nossa vez. Hora de um referendo holandês!", comemorou o líder do Partido para a Liberdade (PVV), Geert Wilders,
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Norbert Hofer - Austria
"A União Europeia tem que andar numa nova direção agora, se quiser sobreviver", alertou Norbert Hofer, da legenda populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ).
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Vladimir Jirinovski - Rússia
"Vamos enviar um telegrama parabenizando o primeiro-ministro Cameron: 'Caro David, meu amigo, estamos felizes que o povo britânico tenha feito a escolha certa, independente da sua propaganda. Claro que você precisa renunciar imediatamente'", disse Vladimir Jirinovski , chefe do Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR).
Foto: dapd
Viktor Orbán - Hungria
"Bruxelas deve ouvir a voz do povo, esta é a maior lição dessa decisão. A Europa é forte somente se pode dar respostas às principais questões, como a imigração. A UE deixou de dar essas respostas", afirmou o premiê húngaro, Viktor Orbán.
Foto: Reuters
Vojislav Seselj - Sérvia
O líder ultranacionalista Vojislav Seselj, da Sérvia, disse que o resultado do referendo "trouxe alegria para os sérvios em todos os lugares". "Os Ingleses enfiaram uma estaca de madeira no coração do cadáver da UE", acrescentou, com conotações vampirescas.