McDonald's anuncia acordo para venda de unidades na Rússia
20 de maio de 2022
Comprador de todos os 850 restaurantes da rede de fast-food no país é empresário russo dono de 25 franquias na Sibéria. Com a aquisição, milhares de empregos serão mantidos.
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A rede de fast-food americana McDonald's anunciou nesta quinta-feira (19/05) que chegou a um acordo para a vender seus restaurantes na Rússia, o que permitirá a manutenção de dezenas de milhares de empregos.
O anúncio do acordo, cujos termos financeiros não foram revelados, acontece apenas três dias depois que o McDonald's comunicou o encerramento definitivo das atividades na Rússia, após 32 anos. A rede afirmou, em comunicado, que sua presença na Rússia não é "mais consistente com os valores" da empresa.
O comprador é o empresário russo Alexandr Govor, que é sócio da franquia desde 2015 e abriu 25 lojas na Sibéria.
"Segundo as condições do acordo, o senhor Govor adquire toda a carteira de restaurantes da cadeia e vai desenvolvê-la sob uma nova marca", indicou o McDonald's em comunicado.
O acordo ainda deverá contar com determinadas condições, incluindo a autorização por órgãos reguladores locais. A expectativa é que os detalhes sejam fechados nas próximas semanas.
"O contrato de compra e venda contempla a preservação, pelo menos durante dois anos, dos postos de trabalho em condições equivalentes de todos os funcionários", informou o McDonald's.
O comprador, segundo o comunicado, aceitou, também, financiar, até o fim da transação, os salários dos empregados da corporação que trabalham em 45 regiões da Rússia.
Govor também se comprometeu a cumprir as obrigações já firmadas com fornecedores, proprietários de imóveis e tarifas públicas.
Ao todo, o grupo mantém mais de 60 mil funcionários na Rússia, em 850 lanchonetes.
Presença desde a era soviética
O McDonald's iniciou suas operações em Moscou em janeiro de 1990, ainda na era soviética, e a inauguração da primeira loja na capital do país foi encarada à época como um dos símbolos da abertura do antigo império comunista para o exterior.
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"Depois de mais de 30 anos de operações no país, a McDonald's Corporation anunciou que sairá do mercado russo e iniciou um processo para vender seus negócios. A crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia e o consequente ambiente operacional imprevisível levaram o McDonald's a concluir que a propriedade continuada do negócio na Rússia não é mais sustentável, nem é consistente com os valores do McDonald's", diz comunicado divulgado na segunda-feira.
A Rússia, onde o McDonald's administrava diretamente mais de 80% dos restaurantes que usam seu nome, respondia por 9% da receita da empresa e 3% de seu lucro operacional.
O McDonald's já tinha fechado temporariamente suas 850 lojas na Rússia em março, no início da guerra de agressão do regime de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Não foi a primeira vez que a rede tomou uma decisão do gênero. Em 2014, a empresa fechou todas as suas lojas na região ucraniana da Crimeia, após a península ser anexada ilegalmente pela Rússia.
Uma rede russa chamada RusBurger acabou assumindo os antigos pontos da rede americana na Crimeia. Com o lema "sabor da Rússia", a rede russa passou a oferecer produtos como o "X-Burguer do Czar" e o "Czar de Frango" em vez dos tradicionais Big Macs e McChickens.
le/lf (EFE, ots)
A origem de 10 alimentos que hoje são globalizados
A maioria do que se coloca no prato diariamente procede de lugares espalhados pelo mundo. Um novo estudo do Centro Internacional para a Agricultura Tropical (CIAT) identificou a origem de alimentos considerados globais.
Foto: picture-alliance/Ch. Mohr
Manga, verde, amarela ou rosa – e asiática
Ela é tropical e parece bem brasileira, mas originalmente surgiu no Sul da Ásia. A manga, assim como o coco, foi trazida para o Brasil com a colonização portuguesa e se adaptou bem ao clima. Ela faz parte da dieta de alimentos não nativos, que vem crescendo no mundo em consequência de preferências culturais, desenvolvimento econômico e urbanização, conforme comprovou o estudo do CIAT.
Foto: DW/A. Chatterjee
Arroz para meio mundo
O arroz vem originalmente da China mas virou item básico da dieta de mais da metade da população mundial. A produção de cada quilo exige de 3 mil a 5 mil litros de água. Em alguns países produtores, a contaminação por arsênico dos lençóis freáticos é tão forte, que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) alertou para as consequências do consumo do cereal.
Foto: Tatyana Nyshko/Fotolia
Trigo nosso de cada dia
O trigo já era cultivado há mais de 7 mil anos na região do Mar Mediterrâneo. Na forma de pão ou de outras massas, como o macarrão, é um dos alimentos mais importantes do mundo. Cultivado em enormes campos de monocultura, o cereal é também usado para alimentar animais . Os campeões do cultivo são China, Índia, Estados Unidos, Rússia e França.
Foto: Fotolia/Ludwig Berchtold
Milho, dos astecas aos transgênicos
Originário do Centro do México, o milho hoje é plantado em todos os continentes. Apenas 15% da safra vai parar nos pratos, pois a maior parte serve como ração para animais. A indústria o aproveita, ainda, para fabricar xarope de glucose e produzir combustível. Nos Estados Unidos, cerca de 85% da produção é de milho transgênico, e outros países vão pelo mesmo caminho.
Foto: Reuters/T. Bravo
Batata, dos Andes para a Europa
As batatas consumidas hoje em dia são variações de espécies silvestres dos Andes, na América do Sul. Só há cerca de 300 anos o tubérculo passou a ser cultivado em grande escala na Europa, sendo fundamental na dieta de países como a Alemanha e Irlanda. Atualmente, porém, o cultivo da batata no continente está em declínio, enquanto cresce nos maiores centros de produção: China, Índia e Rússia.
Foto: picture-alliance/dpa/J.Büttner
Açúcar, de cana ou beterraba
A cana-de-açúcar vem do Oeste da Ásia, embora não se saiba exatamente de onde. Já há mais de 2.500 anos era usada para adoçar. O Brasil é atualmente o principal produtor, com grande parte da safra destinada ao bioetanol, também para exportação. A colheita é um trabalho árduo e, em geral, mal pago. O açúcar de cana é mais barato no mercado mundial do que o de beterraba, originário da Europa.
Foto: picture-alliance/RiKa
Banana, a preferida global
Cheia de vitaminas, a banana engorda menos do que reza sua fama. Fruta preferida em escala mundial, ela tem origem no Sudoeste Asiático. Hoje é cultivada principalmente na América Latina e Caribe, a custos tão baixos que saem mais baratas na Alemanha do que as maçãs cultivadas no próprio país. As condições para os trabalhadores rurais costumam ser ruins e há uso intensivo de pesticidas.
Foto: Transfair
Café, prazer com reflexos sociais
Procedente da Etiópia, o café é a segunda bebida mais consumida e principal fonte de renda de cerca de 25 milhões de produtores no mundo. Contando-se as famílias, são 110 milhões de pessoas dependentes das flutuações do mercado mundial. Contudo vem ganhando espaço a negociação por cooperativas e empresas de comércio justo. Mais de 800 mil pequenos agricultores já aderiram a esse sistema.
Foto: picture-alliance/dpa/N.Armer
Chá, relíquia colonialista
O chá vem da China e era servido aos imperadores. Tirando a água pura, é a bebida mais consumida do planeta: a cada segundo, mais de 15 mil xícaras são ingeridas. Considerado bebida nacional na Inglaterra, o chá ainda hoje é produzido principalmente nas antigas colônias do Império Britânico, como o Quênia, Índia e Sri Lanka. As condições do trabalho no campo são catastróficas.
Foto: DW/Prabhakar
Cacau, presente dos deuses
Os astecas, na atual América Central, usavam os grãos de cacau como moeda e oferenda. Também preparavam com eles uma bebida que diziam vir dos deuses. Não é difícil de acreditar: hoje o chocolate é amado no mundo inteiro. Produzido numa estreita faixa próxima ao Equador, o cacau sofre flutuações de preço no mercado mundial que afetam duramente os pequenos agricultores.