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McKinsey confirma

Agências (rr)4 de maio de 2008

Classe média alemã poderia responder por menos de 50% da população até 2020, caso o país não passe a registrar um crescimento econômico de pelo menos 3% ao ano, estima empresa de consultoria.

Necessitados fazem fila por comida em MuniqueFoto: AP

Partidos políticos alemães cada vez mais se dirigem à classe média na Alemanha em busca de eleitores. Mas um estudo recente da empresa de consultoria McKinsey, divulgado pelo jornal Welt am Sonntag, mostra que, até 2020, nem mesmo 50% da população alemã terá uma renda considerada média – uma diferença de dez milhões de pessoas em comparação com o começo da década de 90.

No início do ano, o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW) já havia divulgado um estudo, segundo o qual a participação da classe média na população alemã caiu de 62% em 2000 para 54% em 2006. Estes 54% pertencem ao grupo dos que ganham entre 70% e 150% da renda média alemã, que em 2006 era de 25 mil euros por ano.

Responsável pela tendência seria o baixo crescimento econômico, insuficiente para manter o nível de bem-estar social no país. "O índice de crescimento registrado nos últimos 15 anos não foi suficiente para ser repassado aos cidadãos", explica Frank Mattern, diretor da McKinsey na Alemanha. "Para cidadãos da classe média, um crescimento tão pequeno significa prejuízo."

Dois cenários

Para o estudo, intitulado Alemanha 2020, a McKinsey se baseou nas análises de 11 setores que respondem por mais de 50% da economia nacional. Especialistas compararam as conseqüências de dois cenários possíveis. No primeiro, o país manteria o nível de crescimento registrado até então. No segundo, a economia assumiria um crescimento mais dinâmico.

Se o governo optar pelo primeiro, a renda de quase 30% da população não bastaria para que estes cidadãos continuassem a ser considerados de classe média. Se conseguir tomar um rumo econômico mais dinâmico, possibilitando uma taxa de crescimento de pelo menos 3% ao ano, a renda média anual alemã poderia subir 40%, passando de 25 mil euros para 36 mil euros.

De acordo com a empresa, um crescimento anual de 3% – índice que a Alemanha registrou pela última vez em meados dos anos 80 – não é irreal. "Acreditamos que seria possível chegar a essa marca muito antes de 2020", disse Mattern. "Se a economia mundial cresce 4% ano ano, esses 3% precisam ser nossa meta." No entanto, o governo previu um crescimento de apenas 1,7% para 2008.

Segundo Mattern, só melhorias no mercado de trabalho poderiam evitar o encolhimento da classe média a curto e médio prazo. Ele pleiteia que política e economia atuem conjuntamente de modo a combater a crescente falta de mão-de-obra especializada no país e a incentivar determinados ramos com potencial de crescimento especialmente alto, tais como os setores financeiro, de saúde e de tecnologia ambiental.

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