Mais de 120 integrantes da comunidade católica alemã, incluindo padres e professores de religião, se declaram gays e queers e exigem fim da discriminação. Associações e organizações católicas manifestam solidariedade.
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Em uma ação inédita, 125 pessoas que trabalham na Igreja Católica na Alemanha se declararam não heterossexuais em um manifesto divulgado neste domingo (23/01) e pediram o fim da discriminação. Entre elas, estão padres e ex-padres, professores de religião, funcionários do setor administrativo e voluntários.
Eles se opõem à doutrina da Igreja Católica que vigora até hoje, segundo a qual as relações entre pessoas do mesmo sexo não podem ser reconhecidas, diz o manifesto da iniciativa, batizada de OutInChurch - Por uma igreja sem medo.
"Queremos poder viver e trabalhar na Igreja abertamente como pessoas LGBTIQ+ sem medo", diz uma postagem da campanha no Instagram.
Direito aos sacramentos católicos
Os signatários exigem uma mudança na lei trabalhista da Igreja Católica, para que a orientação sexual e a identidade de gênero não sejam mais motivos para demissão. Além disso, declarações difamatórias sobre gênero e sexualidade devem ser removidas do ensino religioso. Também pedem que pessoas LGBTIQ+ tenham acesso aos sacramentos católicos e a todos os campos profissionais da Igreja.
LGBTIQ+ significa lésbicas, gays, bissexuais, trans, inter e queer, e o sinal de mais representa outras identidades e gêneros. O manifesto afirma, entre outras coisas, que declarações depreciativas da Igreja sobre relações do mesmo sexo, por exemplo, não são mais sustentáveis e aceitáveis à luz do conhecimento científico. "Tal discriminação é uma traição ao evangelho", diz o texto.
Em vez disso, a Igreja deve expressar "que as pessoas LGBTIQ+, seja vivendo sozinhas ou em um relacionamento, são abençoadas por Deus".
A iniciativa, que quer mobilizar o público para pressionar a Igreja, convoca todas as pessoas LGBTIQ+ que trabalham em tempo integral ou de forma voluntária para a Igreja Católica a se juntarem à iniciativa. Outro objetivo é que os bispos declararem publicamente apoio ao manifesto.
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Ação inspirada em atores
O padre Bernd Mönkebüscher, de Hamm, que já havia encabeçado serviços de bênção para casais homossexuais na Alemanha em 2021, disse que a campanha foi inspirada em uma ação similar feita por 185 atores no ano passado.
Os signatários da época, incluindo Ulrich Matthes (que está no novo filme da Netflix Munique: No Limite da Guerra) e Ulrike Folkerts, criticaram o fato de muitos artistas não poderem falar abertamente sobre ua sexualidade por temerem desvantagens profissionais.
Cerca de 30 associações e organizações católicas expressaram solidariedade ao manifesto deste domingo. "Não pode mais ser aceito que pessoas em contextos eclesiásticos tenham que se refugiar nas sombras por medo dos representantes da Igreja, se não corresponderem à imagem de gênero padronizada pela Igreja", disse um comunicado conjunto publicado nesta segunda-feira.
Dez espécies de animais que mostram como a homossexualidade é natural
Casais gays são frequentes no reino animal. Segundo estudos, ocorrem relações homossexuais entre indivíduos de cerca de 1.500 espécies – de girafas a cisnes e macacos.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Mestres do flerte
Entre as girafas, há mais relações entre o mesmo sexo do que entre sexos opostos. Estudos apontam que relações sexuais homoafetivas correspondem a mais de 90% de toda a atividade sexual da espécie. E as girafas não vão direto ao ponto. Machos da espécie sabem flertar, esfregando o pescoço no corpo do outro. Essas preliminares podem durar até uma hora.
Foto: imago/Nature Picture Library
Bissexualidade em baixo d'água
Fêmeas e machos da espécie golfinho-nariz-de-garrafa exibem comportamentos homossexuais, incluindo interações orais em que um golfinho estimula o outro com o nariz. Interações homossexuais entre os golfinhos da espécie ocorrem com mais ou menos a mesma frequência que as heterossexuais. Os machos são geralmente bissexuais, mas passam por períodos exclusivamente homossexuais.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Lealdade entre machos
A homossexualidade também é comum entre os leões. De dois a quatro machos costumam formar o que é conhecido como coalizão, trabalhando juntos para cortejar leoas. Para garantir lealdade, machos fortalecem seus laços fazendo sexo entre si. Muitos pesquisadores se referem a esse comportamento como um clássico "bromance".
Foto: ARTIS/R. van Weeren
Fêmeas difíceis
Entre bisões, interações homossexuais são mais comuns do que a copulação heterossexual. Isso ocorre, porque as fêmeas só acasalam com os machos uma vez por ano. Durante a temporada de acasalamento, os machos que sentem desejo interagem sexualmente com o mesmo sexo várias vezes ao dia. Mais da metade das relações sexuais entre bisões jovens acontece entre o mesmo sexo.
Foto: imago/Nature Picture Library
Só por uma noite
Entre macacos, tanto fêmeas quanto machos interagem sexualmente com o mesmo sexo. Enquanto machos costumam se envolver entre si só por uma noite, fêmeas estabelecem laços intensos entre si e geralmente são monogâmicas. Em algumas populações, o comportamento homossexual entre as fêmeas não é somente comum, mas é a regra. Quando não estão acasalando, elas ficam juntas para se defender de inimigos.
Foto: picture alliance/robertharding
Duas mães
O albatroz-de-laysan, comum no Havaí, é conhecido por seu grande número de parcerias homoafetivas. Cerca de 30% dos casais da espécie na ilha de Oahu são compostos por duas fêmeas. As aves são monogâmicas e geralmente ficam juntas por toda a vida, já que são necessários dois genitores para criar um filhote. Os filhotes normalmente são filhos de machos que já estão em outro relacionamento sério.
Foto: imago/Mint Images
Loucos por sexo
Também chamados de chimpanzés-pigmeus, os bonobos são considerados os parentes vivos mais próximos do homem e são conhecidos por buscar prazer sexual, inclusive com o mesmo sexo. Eles mantêm relações homossexuais por prazer ou para estabelecer laços afetivos e evitar conflitos. Cerca de dois terços dos relacionamentos homoafetivos ocorrem entre fêmeas, mas também são comuns entre machos.
Foto: picture-alliance/F. Lanting
Adoção por casais gays
Como muitos pássaros, cisnes também são monogâmicos e ficam somente com um parceiro por anos. Muitos escolhem parceiros do mesmo sexo. Cerca de 20% dos casais de cisnes são homossexuais e normalmente formam uma família juntos. Em alguns casos, eles adotam ovos abandonados. Em outros, um macho do casal gay acasala com uma fêmea e a repele após ela botar uma ninhada de ovos.
Morsas machos só atingem a maturidade sexual aos quatro anos de idade. Até lá, eles são quase exclusivamente homossexuais. Após atingir a maturidade, a maioria dos machos é bissexual e acasala com fêmeas apenas durante a temporada de reprodução. Mas não se trata apenas de prazer sexual entre os machos: eles também se abraçam e dormem juntinhos.
Foto: imago/Nature in Stock
Questão hormonal
Entre as ovelhas, estudos sugerem que até 8% dos machos preferem outros machos, mesmo quando fêmeas férteis estão por perto. No entanto, isso acontece apenas entre ovelhas domésticas. Foi descoberto nos estudos que as estruturas cerebrais das ovelhas homossexuais são diferentes daquelas das ovelhas heterossexuais e liberam menos hormônios sexuais.