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Menina que tuitava sobre Aleppo é retirada da cidade

19 de dezembro de 2016

Garota de sete anos que relatou no Twitter os horrores da guerra na cidade síria é levada com a família para um campo de deslocados. Segundo Ancara, Bana al-Abed e familiares serão levados para a Turquia.

Bana al-Abed
Com ajuda da mãe, Bana publicava no Twitter relatos sobre um país em guerraFoto: Getty Images/AFP/T. Mohammed

A menina síria de sete anos Bana al-Abed, que ficou conhecida mundialmente por publicar no Twitter imagens e relatos da guerra civil na Síria, foi retirada de Aleppo e será levada para a Turquia, afirmaram nesta segunda-feira (19/12) autoridades turcas e uma organização humanitária.

"Esta manhã Bana al-Abed foi resgatada de Aleppo com sua família. Nós os acolhemos calorosamente", publicou a ONG turca Fundação de Ajuda Humanitária (IHH), em sua conta no Twitter, junto com fotografias da menina com funcionários da organização.

Um porta-voz da IHH confirmou que Bana foi transportada para um campo de deslocados na província síria de Idlib. A menina morava com a família na região controlada por rebeldes em Aleppo. O ministro do Exterior da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que ela e a família serão levados para a Turquia.

Ajudada pela mãe, Fatemah, Bana publicou fotografias e vídeos de sua vida durante durante a guerra civil na Síria, que já dura quase seis anos. Ela conquistou mais de 331 mil seguidores no Twitter e se tornou um símbolo da tragédia que ocorre no país.

"Em Aleppo, havia bombardeios em todos os lugares. Nós saímos de ruínas, porque nossa casa foi bombardeada", disse Bana, numa entrevista à agência de notícias Anadolu.

Apelo a michelle Obama

Na semana passada, Bana e sua mãe compartilharam um vídeo no qual pediam ajuda à primeira-dama americana, Michelle Obama, para saírem da cidade. Em sua última publicação antes da retirada de Aleppo, a menina pediu ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e a Cavusoglu que ajudassem para que o acordo para a retirada de civis em Aleppo fosse cumprido.

"Estou muito triste, porque deixo meu país, deixo minha alma ali. Não podemos ficar, pois há muitas bombas e não há água potável e nem medicamentos. Quando saímos sofremos muito, porque ficamos quase 24 horas num ônibus sem água nem comida", contou Fatemah, após o resgate, à agência de notícias pró-oposição Qasioun.

A operação para evacuar os bairros do leste de Aleppo teve início na semana passada, após um acordo de cessar-fogo ter sido alcançado entre rebeldes e o regime de Bashar al-Assad. A retirada, no entanto, foi interrompida na última sexta-feira e voltou a ocorreu nesta segunda, quando milhares civis foram evacuados.

Mais de 300 mil pessoas morreram na guerra civil síria, que teve início em 2011. Entre as vítimas estão ao menos 15 mil crianças.

CN/rtr/afp

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