Menino de 13 anos encontra tesouro viking na Alemanha
16 de abril de 2018
Após dica de garoto e arqueólogo amador, especialistas descobrem centenas de moedas e joias de mais de mil anos em ilha no Mar Báltico, da época de rei de origem viking que levou o cristianismo à Dinamarca.
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Arqueólogos descobriram na ilha alemã de Rügen um tesouro viking de mais de mil anos, da época do célebre rei dinamarquês Haroldo 1° da Dinamarca, também chamado de Haroldo Dente-Azul. A descoberta foi feita depois de uma dica dada por um menino de 13 anos e um arqueólogo amador.
Segundo informou nesta segunda-feira (16/04) o Escritório Regional de Arqueologia e Conservação de Monumentos do estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, foram resgatadas neste fim de semana centenas de peças de prata do século 10, incluindo até 100 moedas cunhadas durante o reinado de Haroldo.
Menino encontra tesouro em ilha no norte da Alemanha
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As moedas, anéis, braceletes, broches e pérolas foram enterrados entre 980 e 990, perto de um túmulo da Idade do Bronze. Naquela época, Haroldo, o primeiro rei cristão da Dinamarca, provavelmente estava na área, fugindo das tropas de seu filho.
No total, os especialistas recolheram cerca de um quilo e meio de joias e moedas em um campo de 400 metros quadrados nos arredores do vilarejo de Schaprode. A quantidade faz da descoberta uma das mais importantes da região do sul do Báltico, segundo o arqueólogo Michael Schirren. As peças são originadas da Saxônia, da Inglaterra e dos Impérios Otomano e Bizantino.
As primeiras dicas sobre o tesouro foram dadas às autoridades pelo arqueólogo amador René Schön e o estudante Luca Malaschnitchenko, de 13 anos. Os dois se dedicavam a procurar objetos arqueológicos na região, auxiliados com GPS e detectores de metais. Eles descobriram uma primeira peça em janeiro e informaram as autoridades.
Os especialistas esperaram o fim do inverno para realizar as escavações. No último fim de semana, arqueólogos e voluntários, incluindo o menino, escavaram a zona até encontrar as outras peças.
Cerca de uma centena de um total de cerca de 600 moedas foram cunhadas a mando do rei Haroldo, que viveu entre 910 e 987. A maioria delas é gravada com cruzes, que possivelmente eram uma "declaração política" do rei a respeito de sua fé cristã. Haroldo, que uniu as tribos da Dinamarca e que conquistou a Noruega, quis, como viking, conquistar até mesmo a Inglaterra.
Em 960, ele se converteu ao cristianismo. Depois de perder uma batalha para as tropas de seu filho, Svend Tveskæg (ou Sueno Barba Bifurcada), ele fugiu ferido para a ilha de Wolin, onde morreu em 987.
Segundo os arqueólogos alemães, o achado na ilha de Rügen pode estar relacionado com essa fuga, com a qual foram vinculadas também as descobertas de joias realizadas em 1872 na ilha vizinha de Hiddensee.
MD/dpa/ap/efe
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Oito tesouros lendários e seus mistérios
O ser humano sempre foi fascinado por tesouros misteriosos. Muitos acabaram virando tema de livros e filmes, como a "Canção dos Nibelungos", "A Ilha do Tesouro" e a série cinematográfica "Indiana Jones".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Walton
Trem de ouro nazista
Desde os anos 1970, circula o boato de que os nazistas esconderam um trem carregado de ouro, mas não há documentação a respeito. No fim da Segunda Guerra Mundial, na tentativa de preservar dos soviéticos a preciosa carga, os nazistas teriam deixado os vagões num túnel da ferrovia entre Wroclaw e Walbrzych, na zona mineira da Baixa Silésia. A região é cortada por numerosos caminhos subterrâneos.
Foto: Getty Images/AFP/J. Skarzynski
Cidade submersa
A Atlântida teria sido uma cidade magnífica na Antiguidade. Pena que desapareceu no fundo do mar 11 mil anos atrás. Durante séculos, pesquisadores e mergulhadores investiram fortunas em busca de indícios de que ela realmente existiu. Afinal, a Atlântida não foi inventada por um marinheiro bêbado, mas citada pelo filósofo grego Platão em pessoa.
Foto: picture-alliance/KPA Honorar & Belege
Câmara perdida na guerra
Muitos consideram a luxuosa Câmara de Âmbar do Palácio de Catarina, perto de São Petersburgo, Rússia, uma das maravilhas do mundo. Na 2ª Guerra Mundial, o original foi transportado em 28 caixas pelo exército alemão até o castelo de Königsberg. Depois da guerra apenas algumas partes reapareceram, o resto continua perdido. Uma réplica pode ser vista no Palácio de Catarina.
Foto: picture alliance/akg
Tesouro de Lima
Em 1820, em meio à resistência ao domínio colonial espanhol, o administrador do Peru e a Igreja se apressaram em salvar suas riquezas. Entre elas, uma estátua da Virgem Maria, de ouro e decorada com joias, a qual teria sido escondida na Ilha dos Cocos, na Costa Rica. Robert Louis Stevenson se inspirou na lenda para o clássico "Ilha do Tesouro", filmado por Orson Welles em 1965, entre outros.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
Arca da Aliança
A Arca da Aliança teria sido confeccionada há 3 mil anos em madeira de acácia, revestida em ouro por dentro e por fora, a fim de transportar as pedras onde estavam inscritos os Dez Mandamentos. Especialistas acham que a arca desapareceu por volta de 2.600 anos atrás, podendoo encontrar-se sob o Monte do Templo, em Jerusalém. Sua existência nunca foi arqueologicamente provada.
Foto: DW/Maksim Nelioubin
Tesouro dos Nibelungos
Também na Alemanha há tesouros esperando ser encontrados. De acordo com o poema épico "Nibelungenlied" (Canção dos Nibelungos), perto da cidade de Worms, Hagen von Tronje teria despejado no fundo do rio Reno o correspondente a 12 caminhões de joias e ouro. Inúmeros mergulhadores já procuraram o lendário tesouro, sem sucesso.
O Santo Graal, o cálice que Jesus teria usado na Última Ceia, é procurado deste os tempos do legendário rei Artur, no século 12. Quando Cristo foi crucificado, diz-se que um de seus discípulos perservou um pouco do sangue divino nessa taça. Ela é a causa das aventuras de Harrison Ford e Sean Connery no filme "Indiana Jones e a Última Cruzada", de 1989.
Foto: picture alliance/United Archives/IFTN
No fim do arco-íris
Para encerrar, a lenda do homem convencido de que havia um tesouro no fim do arco-íris. Depois de uma longa e cansativa busca, ele desistiu, mas acabou encontrando a si mesmo. Só então entendeu que o tesouro que procurava estava dentro dele o tempo todo: a felicidade. Aí talvez esteja algo que todos os aventureiros têm em comum.