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Jovens presos em caverna ainda não estão aptos para mergulho

7 de julho de 2018

Tailândia descarta tentativa imediata de liberar grupo ilhado, que não estaria pronto para uma arriscada operação de resgate. Sob ameaça de chuvas e falta de oxigênio, equipes tentam traçar plano com menos riscos.

Tailândia
Equipe de elite da Marinha tailandesa tenta encontrar saída segura para grupo de jovens presos em cavernaFoto: Reuters/A. Perawongmetha

Autoridades da Tailândia informaram nesta sexta-feira (06/07) que não haverá uma tentativa imediata de resgatar os 12 adolescentes e um adulto presos há quase duas semanas no interior de uma caverna no norte do país, pois o grupo ainda não está em condições de mergulhar.

"O grande problema agora é a habilidade das crianças em mergulhar. Eles não estão aptos. Não podem mergulhar neste momento", disse Narongsak Osatanakorn, governador da província de Chiang Rai, onde está situada a caverna. "O resgate não será nesta noite."

Segundo ele, os planos de liberar os jovens foram suspensos por ora com base nas últimas informações dos mergulhadores profissionais que estão dando aulas ao grupo. Os garotos não têm experiência nesse tipo de mergulho, e alguns sequer sabem nadar.

Em coletiva de imprensa, o político afirmou que as condições no interior da caverna estão melhorando e que, por isso, uma operação apressada para resgatar os meninos e seu treinador num time de futebol infantil só será realizada caso seja absolutamente necessário.

"Não podemos esperar até que as chuvas comecem e piorem a situação. Se houver chuva forte, devemos tirar as crianças", alertou o governador. "Mas se a situação continuar estável [dentro da caverna], podemos mantê-los lá."

Narongsak acrescentou que as equipes de resgate estão empenhadas em tentar libertar os meninos antes das chuvas previstas para os próximos dias na região, mas isso só será feito se houver "o menor risco possível" às suas vidas.

Além disso, há preocupações com os níveis de oxigênio dentro do local, que diminuíram em razão do número de trabalhadores. Os agentes se esforçam para instalar uma tubulação de ar, enquanto equipes de mergulho se apressam para enviar mais tubos de oxigênio para o interior.

O governador de Chiang Rai disse que os níveis "ainda estão razoáveis", mas reconheceu que esse seria um fator que pode apressar uma operação de resgate antecipada.

A arriscada missão de resgate já custou a vida de uma pessoa, o mergulhador Saman Kunan, de 38 anos, ex-membro da equipe de elite da Marinha tailandesa. Ele morreu nesta quinta-feira, enquanto instalava tubos de oxigênio numa potencial rota de escape do local.

O incidente representou um duro golpe para a operação – que busca uma saída segura para o grupo ilhado – e expôs o grau de dificuldade que enfrentam os agentes que participam da missão, especialmente devido às condições no interior da caverna.

Mergulhadores profissionais levam cerca de 11 horas para ir e voltar do ponto onde o grupo está preso, num caminho estreito e com baixa visibilidade que impõe dificuldades até mesmo aos mais experientes. São cerca de 2,4 quilômetros da entrada da caverna aos garotos.

Além do mergulho, outras hipóteses consideradas seriam a de perfurar uma passagem pela parte superior da caverna, retirando os meninos com ajuda de helicópteros, ou aguardar até que as águas retrocedam ao final da estação de chuvas na região, o que pode levar meses.

Os meninos, com idade entre 11 e 16 anos, ficaram presos na caverna no último dia 23 de junho, durante uma excursão ao local guiada por seu técnico de futebol, de 25 anos. Eles foram encontrados na última segunda-feira após dias de intensas buscas na qual participaram mais de 1.300 pessoas.

Visivelmente magros, mas em bom estado de ânimo e de saúde, os garotos estão sendo atendidos na caverna por militares, entre eles um médico e um psicólogo.

EK/afp/ap/dpa/efe

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