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Menos focada em público geral, Cebit aposta em negócios

Henrik Böhme (cn), de Hannover 10 de março de 2014

Maior feira de computação do mundo foca em soluções para armazenamento seguro de dados. Cebit decidiu privilegiar público especializado para fechar negócios e impulsionar setor de TI na Alemanha.

Foto: Deutsche Messe

Neste ano, a Cebit, maior feira do mundo de computação, está de cara nova, focada especialmente em negócios de tecnologia de informação (TI). O evento sediado Hannover, na Alemanha, começou nesta segunda-feira (10/03) e segue até a próxima sexta-feira. O convidado de honra desta edição é o Reino Unido.

Sobre a dedicação exclusiva ao setor de negócios em TI, Oliver Frese, diretor do evento, considera uma mudança natural. "É um desenvolvimento lógico dos últimos anos. O número de visitantes especializados tem crescido constantemente, enquanto o público geral tem diminuído", afirmou em entrevista à DW.

Segundo Frese, expositores investem consideravelmente em sua apresentação e, no final da feira, desejam ter contatos concretos de negócios. "Por esse motivo, o nosso conceito recebeu uma adesão ampla do mercado internacional de TI. Assim esperamos uma forte Cebit em 2014", conta o diretor.

Volume de dados

A atenção do setor da tecnologia da informação está voltada principalmente ao chamado big data, termo popular para descrever o crescimento das informações disponíveis. O desafio está em lidar com a quantidade gigantesca de dados que se acumulam na era de digitalização. Nessa área, é possível fazer bons negócios – mas também ruins.

Por isso, os organizadores da feira escolheram o lema Datability. "Ele descreve como lidar com uma grande quantidade de dados de forma sustentável e responsável", conta Frese. As estatísticas são assustadoras: 90% dos dados disponíveis atualmente surgiram nos últimos dois anos e esse volume cresce diariamente.

"Os expositores apresentam produtos concretos por meio dos quais esses dados podem ser utilizados, por exemplo, para melhorar o fluxo do trânsito, otimizar sistemas de energia ou o setor da saúde ou da logística", reforça o organizador.

Por outro lado, o escândalo da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos deixou todo mundo em alerta sobre a maneira de agir com dados. A desconfiança também atingiu as empresas que usam serviços de armazenamento em nuvem, ou seja, em servidores espalhados pelo mundo.

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Propaganda e desconfiança

A Cebit não deixou o tema escapar. "Nós podemos processar uma grande quantidade de dados de forma responsável e segura sob um escudo de proteção criado com soluções apresentadas aqui", diz sobre a segurança das informações Dieter Kempf, presidente da associação alemã do setor de tecnologia de informação Bitkom.

Soluções passariam pela criptografia, ou seja, a codificação de dados sensíveis, e pela transparência, "quais dados salvamos e para que eles são utilizados", argumenta Kemp. Segundo ele, a Cebit conta com muitos expositores que se sentem comprometidos com esse lema e apresentam posições equivalentes.

Para ele, o tratamento de uma quantidade grande de dados não deve ser visto somente como um tema técnico, mas também político. Uma pesquisa da Bitkom revelou que segurança na tecnologia da informação é o tema mais importante no setor entre usuários privados e empresas.

Soluções seguras

A demanda das empresas alemãs no setor cresceu depois das denúncias de Edward Snowden. Estão em busca do serviço companhias fortes também no quesito segurança, já que são, com frequência, empresas pequenas que não conseguem expandir mundialmente como as gigantes norte-americanas da internet, afirma Kemp.

Além disso, há uma carência de mão de obra especializada em TI na Alemanha. "Eu acho que a Cebit é uma vitrine do setor, mostrando para jovens que estão escolhendo a profissão as carreiras interessantes e em diferentes áreas que existem", opina o presidente. Ele dá como exemplos a carreira de engenharia de programação, "mas também precisamos de matemáticos e físicos para o tema criptografia."

A área de criptografia exige os melhores conhecimentos científicos matemáticos. "Aqui há muitos temas interessantes no setor da pesquisa", reforça o especialista. Talvez o país parceiro da Cebit deste ano, o Reino Unido, possa ser um exemplo. A cena startup está indo por um ótimo caminho para se tornar uma base industrial da economia britânica.

Nesse ano, a Cebit abriu mais espaço para empresas jovens, mais de 300 novas firmas participam dessa edição. Entre elas podem estar um novo Google ou Facebook.

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