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Mercado aguarda com instabilidade mudanças na área econômica

Clarissa Neher29 de outubro de 2014

Após dia de baixas, setor reage bem a possíveis nomes indicados para assumir Ministério da Fazenda. Porém, economistas preveem que situação deve continuar oscilante até confirmação do novo gabinete do governo Dilma.

Foto: Reuters/Roberto Stuckert Filho/Presidencia Brasil

O mercado financeiro no Brasil vive dias de instabilidade com a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Após um turbulento início de semana, com queda na bolsa e alta histórica do dólar, o cenário foi mais tranquilo nesta terça-feira (28/10). No entanto, altos e baixos devem continuar até a confirmação do novo gabinete e, em especial, do futuro ministro da Fazenda.

Depois de despencar, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) voltou a operar em alta nesta terça-feira, com o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, subindo 3,62%. O dólar, por sua vez, caiu e terminou o dia a 2,4794 reais.

A reação positiva do mercado ocorreu após a publicação de uma matéria do jornal Valor Econômico, na qual o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva indica três possíveis nomes para substituir Guido Mantega: Luiz Carlos Trabuco, presidente executivo do Bradesco; Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central; e Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Além disso, dizem economistas, as entrevistas concedidas na segunda-feira pela presidente reeleita, que se mostrou disposta a fazer mudanças em sua política econômica, também contribuíram para acalmar os ânimos do mercado.

"O fato de um dos nomes [Trabuco] que estão circulando para futuro ministro da Fazenda ser de alguém respeitado, assim como as entrevistas que a presidente deu para duas redes de televisão, ajudaram a melhorar o ambiente, mas o mercado continua no compasso de espera", avalia o economista Antonio Carlos Alves dos Santos, da PUC-SP.

Para o economista Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas, os três nomes sugeridos por Lula seriam bem recebidos pelo mercado financeiro.

"Trabuco, que é o atual presidente do Bradesco, é bem visto, pois possui experiência de mercado. Meirelles também é interessante porque vem de bancos. Já Barbosa, apesar de ser o mais improvável, já falou de vários problemas que o governo tem e sobre ajustes", afirma.

Já para o economista Newton Marques, da UnB, o melhor nome entre os apontados por Lula é Trabuco. "Ele é do mercado financeiro, e o principal ruído que acontece é no mercado financeiro, que são os credores do governo. Ao colocar uma pessoa desse meio, o mercado começa a se simpatizar", opina.

Na segunda-feira, a bolsa atingiu o menor patamar desde 15 de abril deste anoFoto: AFP/Getty Images/N. Almeida

Queda e valorização

O alívio no mercado financeiro veio depois de um dia complicado. Na segunda-feira, a bolsa atingiu o menor patamar desde 15 de abril deste ano, fechando em queda de 2,77%, para 50.503 pontos. Nesse mesmo dia, o dólar alcançou a maior cotação desde 2005, ficando em 2,5229 reais.

Mas, apesar dos números, a situação poderia ter sido bem pior, afirma Santos. "A reação do mercado na segunda até que não foi tão forte como se esperava. Na comunidade de pessoas do mercado, se esperava uma reação muito mais forte", diz o economista da PUC-SP.

A instabilidade deve continuar nos próximos dias. A expectativa é de que a situação só deva melhorar após o anúncio do novo ministro, que trará consigo possibilidades de realizar medidas para ajustar a economia brasileira.

"Enquanto Dilma não definir esse ministro e a sua própria política macroeconômica para retornar a atividade econômica, esses altos e baixos tendem a continuar e vão se misturar também com os problemas que atingem o resto do mundo, como o preço de commodities, que estão caindo, além do preço do petróleo, também em queda", afirma Marques.

No entanto, o anúncio não deve sair antes do início de novembro. "O ideal é que Dilma faça isso o mais breve possível, mas a confirmação vai depender basicamente do comportamento do mercado. Se ele continuar até quinta-feira emitindo sinais de desconforto, então, o governo será obrigado na próxima semana a anunciar o nome", especula Santos.

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