Merkel é a mais poderosa da 'Forbes' pelo 9º ano seguido
13 de dezembro de 2019
Ranking de mulheres mais poderosas da revista também destaca a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e a democrata americana Nancy Pelosi. Ativista Greta Thunberg estreia na lista em 100° lugar.
Anúncio
A chanceler federal da Alemanha foi apontada nesta quinta-feira (12/12) pelo 9º ano consecutivo como a mulher mais poderosa do mundo em um ranking elaborado pela revista Forbes.
Ao anunciar sua relação das 100 mulheres mais poderosas de 2019, a Forbes ressaltou que Merkel, de 65 anos, é a líder de facto da União Europeia (UE), "liderando a maior economia da região e conduzindo a Alemanha através da crise financeira e de volta ao crescimento". Merkel também é a única mulher atualmente que comanda uma nação do G20.
Segundo a revista, Merkel demonstrou determinação "de aço" ao se impor contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e ao permitir o acesso à Alemanha de mais de um milhão de refugiados que fugiam de conflitos e da pobreza em seus países de origem. "A grande pergunta por parte do público é, quem e o que virá quando o tempo de Merkel no poder chegar ao fim", aponta a Forbes.
Em segundo lugar está a ex-presidente do Fundo Monetário Internacional e atual chefe do Banco Central Europeu (BCE) Christine Lagarde. A primeira mulher a chefiar o BCE assume a política monetária europeia "em um tempo de incertezas geopolíticas e desaceleração do crescimento econômico da região", destacou a revista.
A Forbes lembra que Lagarde, de 63 anos, também foi a primeira mulher a presidir o FMI e que no 10º aniversário da crise financeira de 2008 ela destacou o domínio masculino no setor industrial e pediu uma "reforma de gênero". Em 2018, ela foi a 22ª colocada no ranking de pessoas mais poderosas do mundo da Forbes.
A terceira colocada é a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que iniciou o processo de impeachment do presidente americano, Donald Trump.
Ao retornar à presidência da Câmara em 2019 – função que já havia exercido entre 2007 e 2011 – a democrata de 79 anos se tornou segunda pessoa na linha sucessória do governo federal dos EUA. Em 2015, ela ocupou a 38ª colocação no ranking.
A revista afirma que o poder de Pelosi "se manifesta na forma com que direciona sua autoridade: em seus próprios termos", lembrando que ela resistiu durante meses a uma enorme pressão de setores de seu partido para dar início ao processo de impeachment.
Ursula von der Leyen, a nova presidente da Comissão Europeia, foi apontada como a quarta mulher mais poderosa do mundo poucos dias após assumir o cargo. A Forbes lembrou que a alemã de 61 anos, fez parte do gabinete de Merkel entre 2005 e 2019, sendo que nos últimos seis anos esteve á frente do Ministério da Defesa. Ela aparece pela primeira vez no ranking da revista.
As demais mulheres que formam o top 10 das mais poderosas são Mary Barra, CEO da General Motors (5ª posição); Melinda Gates, copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates (6ª); Abigail Johnson, CEO da Fidelity Investiments (7ª); Ana Patricia Botín, presidente executiva do banco Santander (8ª); Ginni Rometty, CEO da IBM (9ª) e Marillyn Hewson, CEO da Lockheed Martin.
Já a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que nesta semana foi escolhida como Pessoa do Ano pela revista Time, apareceu pela primeira vez na lista da Forbes, em 100° lugar.
De jovem cientista da Alemanha Oriental à primeira mulher a liderar uma das maiores potências do mundo: em 17 de julho, a chanceler federal completa 65 anos.
Foto: imago
Futuro brilhante
Quem diria que Angela Dorothea Kasner seria um dia a mulher mais poderosa do mundo? Dedicação, objetividade, discrição, pés no chão: são as qualidades que lhe transmitiu o lar protestante em Templin, no estado de Brandemburgo, na antiga Alemanha Oriental, embora ela tenha nascido em Hamburgo. O pai era pastor luterano, e a mãe ficava em casa, cuidando de "Angie" e de seus dois irmãos mais novos.
Foto: imago
Raízes polonesas
Os avós Greta e Ludwig Kazmierczak com o filho Horst, pai de Merkel. A família de origem polonesa mudou-se de Poznań (Posen, em alemão) para Berlim e, em 1930, trocou seu nome para Kasner. As raízes não alemãs da chanceler federal só foram divulgadas em 2013, causando um alvoroço temporário, sobretudo na Polônia. O sobrenome Merkel veio do primeiro marido, Ulrich Merkel, com quem se casou em 1977.
Foto: picture-alliance/dpa
Aluna aplicada
Esta foto foi tirada em 1973, num acampamento em Himmelfort, após Merkel concluir o curso secundário com uma média de 1,0 – nota máxima no sistema escolar alemão. Seus fortes eram russo e matemática. Durante a escola, foi filiada à associação juvenil socialista Juventude Alemã Livre (FDJ). Ela é a primeira chefe de governo da Alemanha crescida no regime comunista da Alemanha Oriental.
Foto: picture-alliance/dpa
Ciência em vez de rock 'n' roll
Na década de 70, Merkel estuda Física em Leipzig. Depois, trabalha no Instituto de Química da Academia de Ciências da República Democrática Alemã (RDA). Sua tese de doutorado é sobre reações de desintegração. Nesse período, conhece o primeiro marido. "Angela me chamou a atenção por ser amigável, aberta e natural", lembra Ulrich Merkel. Um dos prazeres dela é viajar – como nesta foto, em Praga.
Foto: picture-alliance/dpa
Apoio de Kohl
"Um dia, ela pegou suas coisas e se foi do quartinho em que vivíamos", conta o ex-marido. O banheiro era compartilhado com outros estudantes. "Ela levou a máquina de lavar, e eu fiquei com os móveis." Merkel passa a ser politicamente ativa, primeiro no movimento oposicionista Despertar Democrático, depois na União Democrata Cristã (CDU). Lá, conquista a confiança do chefe do partido, Helmut Kohl.
Foto: Reuters
Apesar dos ventos contrários
Merkel esforça-se para subir e, em 1990, torna-se deputada federal no Bundestag. O então premiê, Helmut Kohl, a nomeia ministra para Assuntos Femininos e Juvenis, embora a alemã-oriental não disponha de bons contatos na CDU e tenha pouca experiência. Quatro anos mais tarde, ela se torna ministra do Meio Ambiente, além de ser responsável pela segurança das usinas nucleares.
Foto: Reuters
Sem dó nem piedade
Em 1998, Merkel é nomeada secretária-geral da CDU, e, quatro anos depois, torna-se presidente do partido. No meio tempo, renegara publicamente seu padrinho político, Kohl, retirando-lhe todo apoio no contexto de um escândalo de doações partidárias. Em 2005, por fim, se elege chanceler federal, vencendo o social-democrata Gerhard Schröder. Sob a nova chefe, a CDU se torna um partido mais de centro.
Foto: Reuters
Motivos para rir
Merkel move-se sem problemas no mundo masculino da política. Encabeçando a locomotiva econômica europeia, ela dita o tom durante a crise financeira mundial e defende os interesses alemães. Críticos no país a acusam de excesso de manobras e estratégias e também carência de palavras claras – sobretudo quando o assunto é o escândalo de espionagem da NSA na Alemanha.
Foto: Reuters
Relação com Putin
Mesmo antes da crise da Crimeia, a relação entre Merkel e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não era tão amigável como a deste com o antigo chanceler federal Gerhard Schröder. Porém, Putin diz ter grande respeito por Merkel, e ambos conversam fluentemente tanto em alemão como em russo.
Foto: picture-alliance/AA/M. Gambarini
"Primeira dama"
Com a política mundial nas mãos de sua esposa, Joachim Sauer pode cumprir sem preocupações o papel de "primeira dama" da Alemanha. Merkel casou-se com seu segundo marido em 1989. Com fama de ser avesso às atenções públicas, Sauer é professor de Química e tem dois filhos do primeiro casamento.
Foto: Reuters/A. Gebert
Como a Casa Branca para os americanos...
... ou o Palácio do Eliseu para os franceses, assim está a residência no bairro berlinense de Mitte para o casal Merkel-Sauer. A chanceler federal não necessita de muita pompa. Os vizinhos a encontram regularmente no supermercado, pois ela não abre mão de fazer as compras, nem de cozinhar de vez em quando para o marido.
Foto: picture-alliance/dpa
Música erudita e futebol
Assim como na política, também no lazer ela parece atender a uma ampla gama de gostos, mostrando ser tanto amante da música erudita (sempre presente no Festival Wagner de Bayreuth), como do futebol. Na foto, Merkel com a seleção de Joachim Löw, campeã da Copa do Mundo de 2014.
Foto: Reuters
Crise dos refugiados
A abertura das fronteiras aos refugiados em 2015 foi uma medida que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, bancou sozinha, politicamente. Não houve decisão da União Europeia, o Parlamento alemão não foi consultado, e muito menos a população do país.Isso lhe trouxe muitas críticas dentro do próprio partido e arranhou sua imagem junto à população.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Quebrando clichês
Uma mulher que cresceu na Alemanha Oriental, sem padrinhos políticos, que primeiro ascendeu à chefia do partido conservador e, depois, se tornou chanceler federal. E, desde então, já foi reeleita três vezes. Assim chega Merkel aos 65 anos. E a líder alemã já teve até uma peça de teatro dedicada a ela: "Mutti" (Mãezinha, como é apelidada no país), da autora Juli Zeh.
Foto: Reuters
Crises de tremor
Uma série de crises de tremedeira em público nas semanas anteriores fez com que Angela Merkel se decidisse a receber a premiê da Dinamarca sentada em 11 de julho último. Embora Merkel repetidamente tenha assegurado que goza da saúde necessária para continuar no cargo, desenvolveu-se na Alemanha um debate sobre a saúde da chefe de governo.