Após EUA se retirarem do tratado, chanceler alemã diz que "nada pode nos impedir" de preservar as conquistas e o comprometimento global com o meio ambiente e promete "ações mais decisivas do que nunca".
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A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, se uniu a diversos líderes internacionais que condenaram a decisão do presidente americano, Donald Trump, de retirar os Estados Unidos, o segundo maior poluidor entre todas as nações, do Acordo de Paris. Ela prometeu "ações ainda mais decisivas" para preservar os avanços conquistados pelo tratado que estabelece metas para a redução das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.
Merkel, uma das maiores defensoras do acordo climático para reduzir as emissões globais dos gases causadores do efeito estufa, disse que não há como retroceder do caminho que se iniciou em 1997 com o Protocolo de Kyoto e culminou no Acordo de Paris, em novembro de 2015.
Assista: discurso de Trump sobre o Acordo de Paris
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"A decisão dos EUA de se retirarem do Acordo de Paris é bastante lamentável; e estou me expressando de maneira muito reservada ao dizer isso", disse a chanceler. "Precisamos desse acordo para preservar nossa Criação", disse, numa das raras vezes em que fez uso de uma expressão religiosa. "Nada pode ou vai nos impedir de fazê-lo."
Ela sustenta que a decisão de Trump não vai cercear os que se comprometeram com a proteção do meio ambiente. "Ao contrário, na Alemanha, na Europa e no mundo, juntaremos nossas forças para tomar ações mais decisivas do que nunca para encarar e superar os grandes desafios que a humanidade enfrenta, como o aquecimento global", afirmou.
Ao afirmar que o acordo foi um "avanço qualitativo", ela assegurou que a Alemanha cumprirá com suas obrigações, "em particular, no que diz respeito ao financiamento da ajuda climática aos países mais pobres e vulneráveis".
Segundo Merkel, o acordo que Trump considerou "injusto" para com a economia dos EUA deverá resultar em mais prosperidade e maiores oportunidades para o mundo. "A todos que consideram importante o futuro de nosso planeta, digo que devemos continuar nesse caminho para que tenhamos êxito para com nossa mãe Terra."
RC/dpa/afp/rtr
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.