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Merkel aposta na diplomacia mesmo com perda de Debaltsevo

Alexandre Schossler18 de fevereiro de 2015

Chanceler alemã e presidente francês evitam falar em fracasso de Minsk e continuam esforços diplomáticos com Putin e Poroshenko para que cessar-fogo finalmente comece.

Soldados ucranianos deixam Debaltsevo, após avanço das forças separatistasFoto: Reuters/G. Garanich

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, descartam falar em fracasso do acordo de cessar-fogo de Minsk mesmo depois de a estrategicamente importante cidade de Debaltsevo, no leste da Ucrânia, ter definitivamente caído nas mãos dos rebeldes separatistas pró-Rússia.

Em Paris, o governo francês afirmou que, apesar da perda, considera que o cessar-fogo não está morto. "Vamos continuar. Sabemos que há problemas, sabemos que nem tudo está resolvido, mas entre a situação anterior ao acordo de Minsk e a situação atual, houve progressos", disse um porta-voz nesta quarta-feira (18/02).

Em Berlim, o governo alemão condenou a tomada de Debaltsevo e sublinhou que ela viola o cessar-fogo em vigor desde domingo e os acordos alcançados na cúpula de Minsk. Mas, questionado sobre um suposto fracasso da trégua, o porta-voz de Berlim evitou pronunciar "um claro sim ou um claro não" e repetiu as palavras de Merkel, de que há "um resto de esperança, nem mais nem menos".

A aposta de Merkel e Hollande na diplomacia e na implementação do que foi acertado em Minsk tem uma explicação simples: eles não têm uma alternativa viável. Armar os militares ucranianos, como defendem alguns políticos republicanos nos Estados Unidos, seria fomentar a guerra, o que os europeus descartam com veemência. Além disso, Merkel é da opinião que o Exército ucraniano é fraco e desorganizado demais para enfrentar uma potência militar como a Rússia, e esse problema não pode ser resolvido com o fornecimento de armas.

Putin, Hollande, Poroshenko e Merkel durante o encontro em Minsk, capital de BelarusFoto: Reuters

Assim, o que foi acertado em Minsk é o mínimo denominador comum de todos os envolvidos no conflito e a esperança de paz à qual os europeus se agarram.

Merkel e Hollande vão conversar na noite desta quarta-feira com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, para avaliar a situação. Há muito pouco que os europeus podem de fato fazer, além de torcer para que os rebeldes se deem por satisfeitos com a tomada de Debaltsevo, para eles uma cidade fundamental por ser uma ligação entre Donetsk e Lugansk.

À tarde, Merkel voltou a criticar a Rússia, mas ao mesmo tempo defendeu a retomada da parceria entre a União Europeia e os russos. Segundo ela, os governos europeus farão de tudo para que a integridade territorial da Ucrânia seja mantida. Da mesma forma, farão de tudo para que a Rússia volte a ser um parceiro da UE. "Queremos uma ordem europeia pacífica com a Rússia e não contra ela", disse a chanceler.

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