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Alemanha França Rússia

(gh)23 de setembro de 2006

O programa nuclear do Irã, a crise no Oriente Médio e a questão energética foram temas do encontro informal na França. Merkel nega formação de eixo Moscou-Berlim-Paris.

Líderes encontram-se na FrançaFoto: AP

A Alemanha, França e Rússia querem adotar uma linha comum nos esforços pela paz mundial. É o que acertaram os presidentes francês, Jacques Chirac, e russo, Vladimir Putin, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, num encontro informal realizado neste sábado (23/09), no histórico castelo de Compiègne, ao norte de Paris.

Além disso, os três países também pretendem intensificar a cooperação nas áreas de energia e aeronáutica. Chirac, Putin e Merkel manifestaram interesse numa parceria estratégica entre a União Européia e a Rússia.

Na questão do conflito nuclear com o Irã, os participantes do encontro defenderam uma solução diplomática. "Deve-se fazer tudo para encontrar uma solução por meio do diálogo, que é sempre o melhor caminho", disse Chirac. "Só a unidade da comunidade internacional poderá exercer a influência necessária sobre o Irã", acrescentou Merkel.

A França, Rússia e Alemanha formam com os Estados Unidos, Reino Unido e China o grupo de seis potências que tenta convencer o Irã a suspender seu programa de enriquecimento de urânio, com o qual poderia desenvolver bombas atômicas.

Oriente Médio

Merkel reiterou a urgência de uma solução política para a crise no Oriente Médio, que garanta a soberania do Líbano, o direito à existência do Estado de Israel e a criação de um Estado palestino. "Queremos ajudar o Líbano a impedir o contrabando de armas ao Hisbolá", afirmou.

Chirac conclamou o Hisbolá a se transformar em partido democrático. "O Líbano precisa conquistar a soberania por força própria, em seu interior. Isso a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) não pode garantir", declarou.

Especulações sobre novo eixo

Segundo a chanceler alemã, estes encontros, que acontecem desde 1998, prestam "uma contribuição importante para aprofundar as relações da Rússia com a União Européia. Mas é preciso deixar claro que eles não se dirigem contra ninguém". "Também não contra os Estados Unidos", emendou Chirac.

Segundo o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, antes do encontro, a chanceler alemã havia tranqüilizado países do Leste Europeu membros da União Européia de que na minicúlupa de Compiègne não se trataria da formação de um eixo Moscou-Berlim Paris, temido sobretudo pela Polônia.

Chirac e Putin já haviam se reunido na sexta-feira à noite, um encontro que não havia sido combinado com Merkel. Os dois assinaram acordos econômicos bilaterais no valor de 7,8 bilhões de euros. O conglomerado francês Vinci construirá uma auto-estrada entre Moscou e São Petersburgo.

Os russos pretendem aumentar seu engajamento no setor de aeronáutica na Europa, "mas não contra a vontade da Alemanha e França", anunciou Putin. A Rússia já tem um posto no conselho de administração da EADS, fabricante do Airbus, depois que um banco estatal comprou 5% das ações do grupo.

Após as ameaças russas de suspender a licença de exploração de grandes petrolíferas ocidentais, Putin tentou aparar as arestas. Ele classificou de "boatos um tanto exagerados" as informações de que companhia petrolífera franco-belga Total possa ser privada de sua licença de exploração da jazida de Jariaga (norte da Rússia).

Palco histórico

O castelo de Compiègne foi palco em 1901 da assinatura de um tratado de amizade franco-russo com o czar Nicolau 2º. Fica também a poucos quilômetros de uma clareira na floresta onde, em 1918, foi assinado o armistício na Primeira Guerra Mundial, com a derrota alemã.

Em junho de 1940, na Segunda Guerra Mundial, por decisão de Adolf Hitler, o governo de Philippe Pétain assinou no mesmo local o armistício, após a derrota francesa para o exército da Alemanha nazista.

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