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Merkel defende concessões "dolorosas" a social-democratas

11 de fevereiro de 2018

Em primeira entrevista pós-coalizão, chanceler federal diz não ver sua autoridade abalada, e pretende permanecer até 2021 à frente de seu partido e da Alemanha. Mas ainda falta a última palavra da base social-democrata.

Angela Merkel entrevistada na ZDF por Bettina Schauste
Angela Merkel entrevistada na ZDF por Bettina SchausteFoto: picture-alliance/ZDF/T. Ernst

Após as longas e laboriosas negociações sobre a aliança de governo entre a União Democrata Cristã/Social Cristã (CDU) e o Partido Social-Democrata (SPD), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, enfrenta críticas de seus correligionários por ter perdido o Ministério das Finanças para os parceiros de coalizão.

Em entrevista à emissora de TV de direito público ZDF neste domingo (11/02), ela defendeu o resultado. Entregar a pasta de Finanças ao SPD foi "doloroso", não ideal para seu partido, admitiu, mas aceitável: teria sido "irresponsável" deixar as negociações fracassarem devido a discórdias sobre a distribuição do gabinete, afirmou.

Essa foi a primeira entrevista da chefe de governo desde a quarta-feira, quando as conservadoras CDU/CSU fecharam o contrato de coalizão com os social-democratas.

O Ministério das Finanças deverá ter à frente o atual prefeito de Hamburgo, Olaf Scholz. Como declarou no sábado, ele é contra a Alemanha ditar políticas econômicas a seus parceiros da zona do euro – numa alusão ao atual ministro, o democrata-cristão Wolfgang Schäuble, guardião da austeridade na União Europeia. A CDU também teve que ceder o Ministério do Interior a sua irmã bávara CSU, cujo presidente, Horst Seehofer, deve assumir a chefia.

Apesar de autoconfiança, social-democratas têm última palavra

Na entrevista à TV ZDF, Merkel rechaçou que as críticas internas signifiquem um declínio de sua autoridade dentro da CDU. "Entendo o desapontamento", disse, mas deixou claro que não pretende abrir mão nem de seu papel de líder partidária, nem de chanceler federal.

"Para mim, esses dois cargos são para estar em uma só mão, para também liderar um governo estável." E acrescentou: "Vai permanecer assim." Portanto, depois de 12 anos como premiê, ela pretende agora seguir governando até o fim da nova legislatura, em 2021, pois faz "parte das pessoas que cumprem o que prometem".

Na realidade, é cedo demais para ostentar certeza, já que o contrato de coalizão ainda tem um teste decisivo pela frente: depende dos 463.723 membros do SPD decidirem se o aprovam ou não. Os resultados da votação por correio serão divulgados em 4 de março.

AV/afp,rtr,dpa

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