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Merkel defende manutenção de sanções à Rússia

7 de fevereiro de 2017

Em primeira visita à Polônia desde eleição do atual governo, chanceler alemã afirma que não houve avanços na resolução do conflito ucraniano. Premiê polonesa apoia declaração.

Szydlo recebeu Merkel em Varsóvia
Szydlo recebeu Merkel em VarsóviaFoto: picture-allaince/AP Photo/C. Sokolowski

Em Varsóvia, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta terça-feira (07/02), ao lado da primeira-ministra polonesa, Beate Szydlo, a manutenção das sanções europeias à Rússia devido aos pequenos avanços no processo de paz do conflito na Ucrânia. Esta foi a primeira visita oficial da líder alemã ao país desde a eleição do governo populista conservador, em 2015.

"A situação continua, como antes, insatisfatória, [o acordo de] Minsk não foi implementado e, por isso, as sanções não podem ser revogadas", destacou Merkel, apoiada por Szydlo, que acrescentou que a atual política em relação a Moscou será mantida caso a Rússia não cumpra sua parte.

O Acordo de Minsk, firmado em 2015 com a intermediação de Alemanha e França, visava estabelecer a paz no conflito da Ucrânia, que se acirrou em 2014, depois de a Rússia anexar a península da Crimeia. Moscou apoia a insurgência dos separatistas no leste ucraniano.

Em resposta a esse apoio, a União Europeia (UE) impôs sanções econômicas à Rússia em 2014. As sanções visam, principalmente, bancos estatais russos, a importação e exportação de armamento, além de bens relativos à indústria russa de petróleo e gás. Para a revogação, os europeus exigem o cumprimento do Acordo de Minsk.

Em coletiva, líderes destacaram importância da UEFoto: Reuters/K. Pempel

Antes do encontro com a premiê polonesa, Merkel conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin. Ambos pediram um cessar-fogo imediato na Ucrânia e expressaram preocupação com o recente acirramento do conflito. Segundo o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, a chanceler pediu a Putin que use a sua influência junto aos rebeldes.

Parceria entre Alemanha e Polônia

Em entrevista conjunta, Merkel e Szydlo ressaltaram a importância de aprofundar os laços entre os dois países e a necessidade de aprimorar a União Europeia. "Tenho certeza que uma boa parceria entre a Alemanha e a Polônia é necessária para o sucesso do projeto europeu", destacou a líder polonesa. "Polônia e Alemanha têm um grande papel para as mudanças que estão acontecendo na UE", acrescentou.

Merkel destacou que ambos os países são a favor de um maior controle das fronteiras europeias e expressou cautela em relação às demandas por mudanças na UE, alertando para o risco da formação de "clubes exclusivos" dentro do bloco.

Apesar de destacar os pontos em comum, as líderes expressaram também diferenças. Merkel falou do processo da Comissão Europeia contra a Polônia por causa de mudanças nas regras de funcionamento do Tribunal Constitucional Federal, adotadas pelo atual governo e que representam uma ameaça à independência da Justiça.

A chanceler disse ter ouvido de Szydlo que a Polônia irá responder aos questionamentos da Comissão Europeia e lembrou de sua infância na Alemanha comunista. "Desta época, sabemos a importância de sociedades plurais e também o quão importantes são um judiciário e uma imprensa independentes, pois isso era o que faltava", acrescentou.

Já Szydlo criticou os planos de construção de um gasoduto da Rússia para a Alemanha, que passaria por Polônia e Ucrânia. A premiê disse que o país não aceitará a obra.

A visita de Merkel visa alcançar uma base comum com a Polônia sobre o futuro da União Europeia, que enfrenta mudanças, com a saída do Reino Unido do bloco, e ataques verbais do presidente americano, Donald Trump.

CN/rtr/ap/dpa/efe

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