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Merkel defende Otan e diz que agir sozinho não é solução

18 de fevereiro de 2017

Chanceler federal alemã afirma que estruturas multilaterais internacionais, como Aliança Atlântica, Nações Unidas e G20, são necessárias para enfrentar grandes desafios globais.

Merkel discursou na Conferência de Segurança de Munique
Merkel discursou na Conferência de Segurança de MuniqueFoto: Reuters/M. Rehle

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, defendeu neste sábado (18/02) a necessidade de estruturas multilaterais internacionais, como Otan, ONU e G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), para enfrentar os desafios globais.

Em discurso durante a Conferência de Segurança de Munique, ela pediu que os Estados Unidos apoiem e fortaleçam essas organizações como instrumentos para resolver "os desafios de hoje", que "não podem ser resolvidos por um só país".

"Tenho a convicção profunda de que a atuação conjunta nos faz mais fortes", disse Merkel. No entanto, a chanceler reconheceu que as estruturas multilaterais existentes não são "suficientemente eficientes" e advogou por reforçá-las e melhorá-las, em vez de cair no "protecionismo e no isolamento".

"Estou convencida de que vale a pena lutar pelas estruturas multilaterais na comunidade internacional, mas em muitos âmbitos devemos melhorá-las", declarou.

Com o vice-presidente americano, Mike Pence, sentado a poucos metros de distância, Merkel afirmou, ainda, que a Otan não é de interesse apenas da Europa, mas também dos Estados Unidos.

A fala de Merkel foi seguida do discurso de Pence, que assegurou à Europa o compromisso contínuo de Washington com a Otan, mas também apelou para que todos os membros da aliança contribuam com 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

A chanceler ressaltou que a Alemanha se comprometeu em 2014 com seus parceiros a elevar, em uma década, seu orçamento militar até 2% do PIB, em vez dos atuais 1,3%, e garantiu que seu governo está comprometido com esse objetivo.

Preocupação com a Rússia

Entre as instituições que precisam de reformas, Merkel se centrou na União Europeia e reconheceu problemas na construção da moeda única, que provocaram a crise da dívida, e na área de livre circulação de pessoas, evidenciados com a crise dos refugiados.

Além disso, destacou a "grande preocupação" que representa o fato de a Rússia ter violado o princípio da integridade territorial, na opinião dela um dos pilares sobre os quais foram construídas a segurança e a paz na Europa nas últimas décadas.

Neste sentido, reconheceu que gostaria ter "relações razoáveis" com Moscou, mas que isso é impossível depois que a Rússia anexou a Crimeia. Apesar de suas reservas ao país, a chanceler advogou por se aferrar ao acordo de paz de Minsk, já que "é o único que temos, por enquanto".

Cooperação na luta contra terrorismo

A chanceler federa alemã advertiu também que o islã não é a causa do terrorismo, mas uma interpretação errônea do islã, e pediu às autoridades religiosas de países de maioria muçulmana que destaquem essa diferença e se distanciem do jihadismo.

Por isso, pediu que "as autoridades religiosas do islã" se posicionem com "palavras claras" sobre "a diferenciação entre islã pacífico e o terrorismo em nome do islã", já que "isso os não muçulmanos não pode fazer tão bem como as autoridades islâmicas".

A chanceler federal alemã defendeu a necessidade da cooperação "internacional e multilateral" para lutar contra a "ameaça assimétrica" do terrorismo islâmico.

Merkel e o vice-presidente americano tiveram uma conversa a portas fechadas por 45 minutos. O porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, afirmou que o foco do encontro foram as "relações bilaterais estreita e amistosas" entre Alemanha e EUA. Ele declarou ainda que Merkel e Pence abordaram os conflitos na Ucrânia e na Síria, além da situação no Afeganistão e Líbia.

FC/efe/lusa/dpa/rtr

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