Chanceler alemã diz que, para aqueles que trabalham na ajuda aos refugiados e também para os que necessitam mesmo de proteção, seria especialmente revoltante saber que responsável é uma pessoa que pediu refúgio.
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Veja trechos do pronunciamento de Merkel sobre a tragédia
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A chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse nesta terça-feira (20/12) que, considerado o que se sabe até o momento, deve-se presumir que o atropelamento de pessoas num mercado de Natal em Berlim por um caminhão foi um atentado terrorista.
"Pelo que se sabe atualmente, devemos presumir que se trata de um ataque terrorista", afirmou a chefe de governo alemã em Berlim. Ela disse ainda que se trata de um "dia muito difícil para a Alemanha".
A líder alemã acrescentou saber que, "para muitos de nós, seria especialmente difícil de suportar, caso isso se confirme, que essa ação foi cometida por uma pessoa que pediu proteção e asilo à Alemanha".
Segundo ela, "isso seria especialmente revoltante para os muitos alemães que, todos os dias, estão envolvidos na ajuda aos refugiados e para as muitas pessoas que realmente precisam de nossa proteção e se esforçam para se integrar em nosso país".
Merkel qualificou o ataque de "uma ação cruel e inconcebível" e garantiu que os alemães não vão abrir mão de suas feiras de Natal. "Não queremos viver paralisados pelo medo do mal", ressaltou. "Ainda que pareça difícil nesta hora, encontraremos a força para viver a vida que queremos viver na Alemanha: livres, unidos e com tolerância."
Merkel disse ter convocado uma reunião com as principais autoridades de segurança do país, incluindo chefes de serviços de informação, para discutir a situação atual e possíveis consequências.
Ela garantiu que as autoridades estão empenhadas em esclarecer todos os detalhes e que os responsáveis por ele serão punidos "com todo o rigor da lei".
MD/dpa/rtr/efe
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.