Merkel diz que queda do Muro é exemplo para áreas em conflito no mundo
9 de novembro de 2014A chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse neste domingo (09/11) que a abertura da fronteira há 25 anos é um modelo para outros movimentos de libertação.
"A queda do Muro nos mostrou que os sonhos podem se tornar realidade", afirmou a chefe de governo, na abertura de uma nova exposição permanente no Centro de Documentação do Muro de Berlim.
A cerimônia é parte das festividades do aniversário da queda do Muro na capital alemã. "E queremos compartilhar esta experiência com os nossos parceiros em todo o mundo", completou a chanceler.
A chanceler citou, entre outros, Síria, Iraque e Ucrânia. Ela também afirmou que uma "Europa fundamentada sobre bases de valores comuns oferece a cada um todas as chances para viver a vida livremente".
"Podemos mudar as coisas para melhor, essa é a mensagem do Muro de Berlim", frisou Merkel, lembrando que isso se aplica especialmente nos dias de hoje a outras regiões do mundo onde a liberdade e os direitos humanos "são ameaçados ou pisoteados".
Injustiça deve ser lembrada
Merkel reiterou que a injustiça ocorrida na Alemanha Oriental deve continuar a ser designada como tal e que lugares como o Centro de Documentação do Muro de Berlim são necessários para que tais coisas não caiam no esquecimento. A nova exposição permanente do lugar custou três milhões de euros.
O centro é localizado na Bernauer Strasse, rua que se tornou um símbolo da divisão berlinense. Após a construção do Muro, em 1961, prédios em um lado da cidade passaram a pertencer a Berlim Oriental, enquanto a calçada do mesmo lado passou a fazer parte de Berlim Ocidental. Dias após a construção do Muro, pessoas tentaram fugir pulando das janelas de seus apartamentos, em cenas dramáticas.
A chanceler destacou que o dia 9 de novembro não lembra somente a queda do Muro de Berlim, em 1989. "O dia 9 de novembro concentra a história da Alemanha no século 20 de forma como nenhuma outra", disse, lembrando que neste dia, em 1918, o Império Alemão terminou; em 1923, Hitler tentou derrubar a República de Weimar e, em 1938, os nazistas incendiaram sinagogas, na data que ficou conhecida como a Noite dos Cristais.
"Esse foi o prelúdio do assassinato de milhões de pessoas, do rompimento com a civilização representado pela Shoah", sublinhou a chanceler.
MD/afp/epd/dpa