Visita aos EUA
7 de junho de 2011A lista de assuntos em discussão durante a visita da chanceler federal alemã, Angela Merkel, aos Estados Unidos é longa: a situação no Norte da África, a presença militar no Afeganistão, as negociações no Oriente Médio, a crise do euro e a conjuntura econômica na Alemanha e nos Estados Unidos.
A visita oficial da chefe do governo alemão começou nesta segunda-feira (06/06), com um jantar com o presidente Barack Obama. Nesta terça, Merkel será recebida com honras militares por Obama na Casa Branca. A relação entre os dois líderes não passou incólume pela abstenção alemã no Conselho de Segurança da ONU durante a votação que determinou a operação militar na Líbia.
A comitiva de ministros que acompanha Merkel sinaliza a importância da visita – Philipp Rösler, da Economia, Thomas de Maizière, da Defesa, Wolfgang Schäuble, das Finanças, Hans-Peter Friedrich, do Interior, e Guido Westerwelle, do Exterior. Este usou bons adjetivos para classificar as relações entre os dois países: "próxima", "de igual para igual", "amigável". É a maior delegação alemã numa visita aos EUA desde os tempos do ex-chanceler federal Helmut Kohl.
Afeganistão
Na tarde dessa terça-feira, Merkel encontra-se com o vice-presidente Joe Biden, com a secretária de Estado Hillary Clinton e com senadores. As conversas serão focadas no conflito no Oriente Médio e na missão no Afeganistão – a escolha do novo diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional) também deverá ser discutida.
O time de especialistas em segurança de Obama estaria considerando uma saída mais rápida das tropas no país asiático. Os motivos seriam o elevado custo da operação e a morte de Osama bin Laden, conforme reportou o New York Times. Os Estados Unidos intencionam iniciar a retirada já no começo de julho e a Alemanha apenas no final de 2011.
Em entrevista, De Maizière lembrou que as tropas norte-americanas ganharam 30 mil novos soldados no ano passado para intensificar a ação contra os talibãs, e já naquela época os Estados Unidos anunciaram que iriam começar a deixar o país em junho de 2011. Sobre a provável retirada dos alemães no fim do ano, Westerwelle comentou: "Os atentados e as adversidades que vemos lá são terríveis. Ainda assim, isso não quer dizer que iremos ficar outros dez anos com as nossas tropas no Afeganistão".
Medalha da Liberdade
Além de cumprir a agenda política, Merkel vai receber a Medalha da Liberdade das mãos de Obama, tida como a mais elevada premiação civil dos Estados Unidos. Ela é a segunda política alemã a receber a distinção, depois do ex-chanceler federal Helmut Kohl.
Esta é a sexta vez que Merkel visita os Estados Unidos durante o governo Obama. O presidente norte-americano já esteve diversas na Alemanha, mas não ainda em caráter oficial em Berlim.
NP/dpa/afp/rts
Revisão: Alexandre Schossler