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Merkel e Hollande pedem mais esforços de Atenas para vencer a crise

23 de agosto de 2012

Durante encontro em Berlim, a chanceler federal alemã e o presidente francês apelaram para que a Grécia continue comprometida em aplicar as medidas necessárias para permanecer na zona do euro.

Bundeskanzlerin Angela Merkel (CDU) begrüßt am Donnerstag (23.08.2012) Frankreichs Präsident Francois Hollande vor dem Bundeskanzleramt in Berlin zu Beginn eines Arbeitstreffens. Foto: Britta Pedersen dpa/lbn +++(c) dpa - Bildfunk+++)
Bundeskanzlerin Angela Merkel und Francois HollandeFoto: picture-alliance/dpa

Angela Merkel e François Hollande afirmaram nesta quinta-feira (23/08) que a Grécia deve se esforçar para permanecer na zona do euro, o que, garantem, é o desejo de Berlim e Paris. 

"Encorajo nossos amigos gregos a continuarem no caminho das reformas e sei como esses esforços são difíceis para a Grécia", disse Merkel ao final de um encontro com Hollande em Berlim, acrescentando que "é importante que todos respeitem os seus compromissos".  

Também Hollande apelou aos gregos para que façam o que for necessário para recuperar a economia. "Queremos, eu quero, que a Grécia permaneça na zona do euro. É uma vontade que exprimimos desde o início da crise. Cabe aos gregos fazer os esforços indispensáveis para que possamos atingir esse objetivo", sublinhou o chefe de governo francês.

Na discussão sobre um possível alargamento de prazo para a implementação do programa de reforma grega, Merkel disse que é melhor aguardar o relatório da troika, formada por representantes da União Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional. A análise é aguardada para setembro e deverá ser a base para uma decisão sobre a liberação de mais ajuda financeira.

Berlim rejeita apelo grego

Tema central do encontro entre Merkel e Hollande foi a atitude a ser tomada em relação ao primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, que visita Berlim nesta sexta-feira, prosseguindo para Paris no sábado. A Grécia, altamente endividada, necessita urgentemente de mais verbas para evitar a bancarrota.

O conservador Samaras vem pedindo mais tempo para cumprir as metas estabelecidas pelos credores internacionais. Em entrevista à imprensa alemã, ele afirmou que seu governo não pede "mais dinheiro" e sim "mais espaço para respirar". Falando ao jornal francês Le Monde, Samaras alertou para o efeito dominó que a saída de seu país da zona do euro pode causar e pediu que cessem as especulações sobre uma saída da Grécia da moeda comum europeia.

"Como é possível privatizar alguma coisa se a cada dia líderes europeus especulam sobre uma 'possível saída da Grécia da zona do euro'?", queixou-se o primeiro ministro grego. "Isso tem que acabar".

Uma ampliação no prazo para a implementação do programa de reformas, como quer Samaras, é ideia que encontra forte resistência em Berlim. "Mais tempo não é uma solução para os problemas", ressaltou o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, em entrevista a uma rádio alemã. Na opinião do político, dar mais tempo pode também significar, em última instância, ter que "dar mais dinheiro", o que exigiria um novo programa de resgate, que poderia desestabilizar os mercados financeiros e prejudicar a zona do euro.

MD/lusa/afp
Revisão: Francis França

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