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Merkel e Macron defendem orçamento comum para a zona do euro

19 de junho de 2018

Líder alemã cede à pressão de Paris e expressa apoio à proposta do presidente francês para fortalecer união monetária, parte de uma série de reformas. Líderes consentem ainda em reduzir fluxo migratório para a Europa.

Emmanuel Macron e Angela Merkel
Macron e Merkel se reuniram no Palácio de Meseberg, na Alemanha, em preparação à cúpula da UE no fim do mêsFoto: Reuters/H. Hanschke

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Emmanuel Macron, concordaram nesta terça-feira (19/06) em fazer avançar reformas para fortalecer a zona do euro contra futuras crises, incluindo a criação de um orçamento comum para o bloco de 19 países.

Os detalhes principais sobre esse orçamento, no entanto, ainda serão discutidos posteriormente com outros líderes da união monetária – que, inclusive, podem oferecer certa resistência à medida.

Merkel saudou o resultado das conversas com Macron nesta terça-feira, em reunião na cidade alemã de Meseberg, como "um novo capítulo" na história da zona do euro. Já o líder francês falou num "segundo passo na vida da nossa moeda comum".

Em coletiva de imprensa após o encontro, Macron disse esperar que o orçamento comum seja criado no marco das próximas perspectivas financeiras da União Europeia (UE), em 2021. "Ainda queremos discutir os ritmos com outros parceiros", afirmou.

O dinheiro, acrescentou o presidente francês, virá "de transferências de gastos nacionais ou de taxações específicas, tanto nacionais como europeias".

Segundo os líderes, o orçamento conjunto servirá para impulsionar o investimento e aproximar economicamente os diferentes Estados que compartilham a moeda comum. De acordo com a chefe de governo alemã, "a convergência econômica dentro da zona do euro ainda não é suficiente".

"Sabemos que uma união econômica e monetária só pode permanecer intacta se as políticas econômicas convergirem", completou Merkel, revelando que as reformas na zona do euro foram a questão mais difícil nas negociações com o presidente francês.

Desde que assumiu o poder, em 2017, Macron vem defendendo a criação de um orçamento conjunto para a zona do euro como um instrumento de solidariedade e estabilidade aos 19 países. Com ele, o bloco teria um meio de combater crises econômicas e financiar investimentos futuros, alega o francês.

Há meses Paris vinha pressionando Berlim por um apoio à reforma, à qual Merkel acabou cedendo. Dado o impasse até então, a reunião desta terça-feira havia sido descrita pelo ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, como um "momento da verdade" para as relações bilaterais e para o futuro da zona do euro.

Entre outras reformas defendidas por Macron e acordadas por Merkel está transformar o chamado Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), introduzido em 2012 para lidar com a crise na Grécia, num fundo monetário europeu, que ofereceria empréstimos a países europeus em dificuldade.

O MEE evoluirá, portanto, "em direção ao FMI", disse a chanceler federal, que dessa forma consegue fazer com que uma das reivindicações de Berlim se consolide na proposta final do eixo franco-alemão a ser apresentada aos demais Estados-membros da União Europeia.

Com o encontro em Meseberg, Merkel e Macron buscavam pactuar as posições dos dois governos antes da cúpula de líderes da UE em 28 e 29 de junho, que deve se concentrar em dois temas principais: o futuro da zona do euro e uma solução para a crise de refugiados.

Em relação à questão migratória, os dois líderes concordaram com a necessidade de uma "resposta europeia a esse desafio", apesar de reconhecerem que a formulação de uma política migratória comum entre os 28 Estados-membros seria algo improvável. Ambos também reforçaram a opinião de que o fluxo de migrantes para a Europa precisa ser reduzido.

Macron defendeu um "sistema eficiente de solidariedade e responsabilidade" com os refugiados e expressou apoio à proposta da Comissão Europeia de fortalecer a Frontex, agência europeia de proteção das fronteiras e litorais. Em reunião com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, na véspera, Merkel concordara com medidas semelhantes.

EK/afp/ap/dpa/efe/rtr

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