Chanceler federal alemã e presidente americano classificam como barbárie recentes bombardeios na cidade e pedem que Moscou e Damasco permitam o acesso de ajuda humanitária a áreas sitiadas na Síria.
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Em meio à escalada de violência em Aleppo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, condenaram nesta quinta-feira (29/09) os ataques russos e sírios na cidade e pediram que Moscou e Damasco permitam o acesso da ajuda humanitária a regiões sitiadas na Síria.
Merkel e Obama conversaram por telefone sobre a situação na Síria, informou um comunicado da Casa Branca. Os líderes também falaram sobre o conflito na Ucrânia.
"O presidente e a chanceler condenaram categoricamente os bárbaros ataques aéreos da Rússia e do regime sírio contra o leste de Aleppo, uma área povoada por centenas de milhares de civis, dos quais a metade são crianças", destacou o comunicado.
Imagens de drones mostram Aleppo em ruínas
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"Ambos concordam que a Rússia e o regime sírio têm uma responsabilidade especial de acabar com os combates na Síria e permitir à ONU um acesso humanitário às áreas sitiadas", acrescentou.
Há uma semana, o regime sírio lançou uma ofensiva com apoio russo para tentar arrebatar o leste de Aleppo que está em poder de rebeldes da oposição. A manobra está devastando a cidade e foi criticada por diversos países, como os Estados Unidos, que ameaçaram suspender sua cooperação bilateral com a Rússia em relação ao conflito na Síria.
Apesar dos apelos para o fim dos bombardeios em Aleppo, a Rússia não manifestou qualquer intenção de interromper o conflito.
Obama e Merkel também conversaram sobre o conflito na Ucrânia e o acordo de Minsk que visa o fim do combate. "Os dois líderes urgiram as partes, respeitando o cessar-fogo, a começar a retirada das forças ao longo da linha de contato o mais rápido possível e proporcionar um acesso sem restrições aos observadores internacionais em toda a zona de conflito", disse o comunicado.
CN/efe/lusa
Síria: patrimônio histórico destruído na guerra civil
Cerca de 300 locais de interesse histórico já foram danificados, saqueados ou totalmente destruídos na guerra civil da Síria. Uma excursão aos patrimônios culturais ameaçados do país.
Foto: Fotolia/Facundo
Destruição
Em quase quatro anos, a guerra civil síria contabilizou centenas de milhares de mortos e o deslocamento de cerca de dez milhões de pessoas. Análises do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar, em inglês) feitas por satélites mostram a destruição de patrimônios culturais no país. Nesta foto, o centro histórico de Damasco.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Tödt
Mesquita dos Omíadas
A análise revelou que 290 sítios culturais foram fortemente atingidos. Do ano 708, a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, teve o mosaico de sua fachada destruído por tiros.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/Neukirchen
Imagem de destruição
Especialmente atingida foi a metrópole de Aleppo, que, com 7 mil anos de história de assentamentos, faz parte das cidades mais antigas do mundo. A imagem de satélite à direita mostra a destruição na região próxima à cidadela.
Foto: US Department of State, Humanitarian Information Unit, NextView License (DigitalGlobe)
Antes dos tiros
A Mesquita dos Omíadas, em Aleppo, também foi fortemente danificada. A mesquita, do ano 715, foi reconstruída diversas vezes nos séculos seguintes à sua construção. Especialmente o minarete, do ano de 1092, é considerado uma obra-prima arquitetônica. Aqui, uma foto da mesquita antes de ser destruída.
Foto: picture alliance/Bibliographisches Institut/Prof. Dr. H. Wilhelmy
Troca de acusações
O minarete da Mesquita dos Omíadas foi destruído durante uma batalha, em 2013. Hoje sobrou somente o escombro, já que grande parte da edificação foi gravemente danificada. O governo e os rebeldes acusam-se mutuamente.
Foto: J. Al-Halabi/AFP/Getty Images
Luta implacável
A batalha entre o governo e rebeldes por Aleppo ocorre desde 2012 e faz com que os danos sejam proporcionais ao tempo do confronto. O hotel Carlton, de 150 anos, em frente à cidadela de Aleppo, era famoso, entre outros motivos, por seu interior histórico e bem conservado.
Foto: CC-SA-BY-Preacher lad
Totalmente destruído
Hoje não sobrou nada do hotel. Em maio de 2014 foram acionados explosivos em um túnel localizado embaixo da construção. De 210 prédios históricos analisados pela Unitar em Aleppo, a metade foi danificada e um quinto foi totalmente destruído.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Mercado de "conto de fadas"
Visitantes do mercado de Aleppo se sentiam num conto de fadas das mil e uma noites. O bazar, que permaneceu inalterado desde o século 16, consistia de uma longa rede de vielas totalizando sete quilômetros.
Foto: AP
Perdido para sempre
Em 2012, um incêndio causou danos irreversíveis ao mercado. De acordo com números oficiais, 1.500 das 1.600 lojas no bazar foram danificadas ou destruídas.
Foto: AP
Inconquistável, mas…
Numa fortaleza curda, foi construído durante os séculos 12 e 13 o chamado Forte dos Cavaleiros, um castelo para cavaleiros das Cruzadas. A edificação era conhecida por nunca ter sido conquistada por meio de guerra ou de cerco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
… não indestrutível
O castelo, que se localiza ao leste de Homs e próximo à fronteira com o Líbano, foi submetido novamente à artilharia de fogo e ataques aéreos. A luta deixou o teto e muros destruídos, como também partes da edificação desmoronadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
Impossível de se reconhecer
Dura Europos foi fundada no ano 300 a.C. como uma colônia militar. Aqui não somente as batalhas, mas também os constantes saques foram responsáveis para que muitas edificações da chamada "Pompeia síria" não sejam mais reconhecíveis.
Foto: picture-alliance/akg-images/Leo G. Linder
Templo destruído
A cidade de Palmira é considerada um dos centros culturais da antiguidade. Lutas, saques e o roubo de pedras afetaram consideravelmente as atrações históricas. De 2 mil anos, o templo de Baal – na foto, antes da guerra civil – perdeu uma de suas colunas.