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Merkel nos EUA

25 de junho de 2009

Diversos chefes de Estado e governo já visitaram o novo presidente americano em Washington. Mas só agora a chanceler federal alemã vai à Casa Branca. Para especialistas, desavenças políticas estariam por trás da demora.

Merkel e Obama em Baden-BadenFoto: AP

A chefe de governo alemã, Angela Merkel, partiu nesta quinta-feira (25/06) para Washington, onde fará uma visita oficial ao presidente norte-americano Barack Obama. Trata-se do quarto encontro bilateral dos dois políticos em apenas um ano.

Além da situação no Irã e no Afeganistão, estão entre os temas da agenda a crise financeira, a política climática e o destino dos prisioneiros de Guantánamo. Mas, apesar de sempre enfatizarem que se entendem bem, Merkel e Obama parecem manter uma certa distância.

Desde que Obama tomou posse em janeiro último, diversos chefes de Estado e governo já o visitaram na Casa Branca. Entre os europeus, estão o premiê britânico Gordon Brown e o chefe de governo italiano Silvio Berlusconi. Mas esta é a primeira visita oficial de Merkel a Washington.

Distância estratégica

Segundo a politóloga Sally McNamara, da conservadora Heritage Foundation, a visita tardia de Merkel à Casa Branca tem um bom motivo. Merkel seria a única governante europeia que não teria se deixado enganar pelo glamour, o carisma e todo o espetáculo em torno de Barack Obama, afirmou.

Merkel não sucumbiu ao charme de Obama, diz especialistaFoto: AP

Merkel e Obama já se encontraram em duas cúpulas e também durante a visita do presidente norte-americano a Dresden e Weimar no início de junho. Segundo McNamara, os dois possuem uma boa relação de trabalho, mas, no nível pessoal, têm um problema fundamental.

"Eu acho que, em muitos aspectos, eles não se suportam", argumenta. "Diferentemente da relação entre Bush e Merkel, que apesar das diferenças políticas sempre foi amigável, ainda não se constatou uma aproximação pessoal entre Obama e Merkel. E, no tocante a questões políticas, vai ser tão difícil quanto com Bush", explicou a especialista da Heritage Foundation.

Enormes desavenças

E essas diferenças de opiniões estarão expostas durante o encontro, afirma Doug Bandow, especialista em política externa do liberal Cato Institute, também de Washington.

Segundo Bandow, o governo de Obama tentou pressionar Merkel e o governo alemão a aumentar os gastos com a política monetária e fiscal. "O presidente não ficou satisfeito, mas tem que aceitar a posição alemã. Apesar disso, talvez agora o governo dos EUA tente conseguir uma cooperação maior na transferência de prisioneiros de Guantánamo."

Em todos esses pontos, as desavenças entre os dois governos são imensas, explica o especialista do Cato Institute.

França e Alemanha

Para Sally McNamara, sobretudo a atuação das tropas alemãs no sul do Afeganistão deverá dominar a visita de Merkel a Washington. No entanto, ela alerta que Obama não pode se dar ao luxo de irritar Merkel, pois precisa dela para implementar sua política europeia.

"Obama disse que a União Europeia seria a principal peça de sua política para o continente europeu. No governo Bush, tudo girava em torno da cooperação com Estados individuais, da 'coalizão de voluntários' e da Otan", explica a politóloga.

"Barack Obama disse claramente que, a seu ver, a União Europeia é muito importante. Por isso, ele tem que ganhar o apoio da França e da Alemanha, que são agentes importantes, senão os mais importantes, em Bruxelas."

CA/dw/dpa

Revisão: Rodrigo Abdelmalack

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