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Merkel ganha nova chance de negociar governo

15 de dezembro de 2017

Atuais integrantes da coalizão no poder, social-democratas concordam em realizar conversas iniciais com partido da chanceler federal para estender parceria. Negociação é última saída para evitar nova eleição na Alemanha.

Deutschland Spitzentreffen Union und SPD
Merkel durante as conversas com os social-democratas, em BerlimFoto: picture alliance/dpa/M. Gambarini

A chanceler federal Angela Merkel conseguiu convencer nesta sexta-feira (15/12) os social-democratas a iniciarem sondagens sobre a possibilidade de formar o próximo governo alemão, ainda indefinido quase três meses após a eleição.

No poder há 12 anos, Merkel e seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), estão enfraquecidos, após perderem terreno para os populistas na eleição de setembro e depois do fracasso na negociação de uma tríplice aliança, com verdes e liberais, em novembro.

Por isso, a chanceler deposita toda a sua esperança no SPD para evitar novas eleições. O partido, do ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz, havia inicialmente prometido ir para a oposição depois do revés na eleição.

Schulz só abrandou sua postura, concordando em se reunir com Merkel, devido à pressão do presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, um correligionário, que quer evitar que a Alemanha, pela primeira vez na história, tenha que repetir uma eleição.

A próxima reunião será na quarta-feira, dia 20, inicialmente para estabelecer um cronograma para as conversas. Schulz destacou, no entanto, que seu partido não está disposto simplesmente a dar sobrevida à atual grande coalizão de governo.

Embora a coligação CDU e CSU queira, de fato, apenas negociar sobre uma possível formação de uma grande coalizão, o SPD, de acordo com Schulz, insiste na retórica de dialogar "construtivamente, mas abertamente" também sobre outros modelos, como um governo minoritário sob a liderança de Merkel.

Merkel repetidamente se mostra a favor de um "governo estável" – uma outra forma de dizer que quer uma "grande coalizão" com o SPD, mas Schulz insiste que a cooperação nos próximos quatros anos pode ter outra forma.

"Há muitos modelos diferentes sobre o que um governo estável poderia ser", afirmou Schulz nesta sexta. "Muito está em jogo, nós estabelecemos metas ambiciosas", garantiu. "Para mim, as festividades de Natal foram canceladas."

Os social-democratas também querem garantir um "estilo diferente" durante as sondagens com os conservadores. "Não haverá fotos na varanda, nem acenos", afirmaram. Também não haverá postagens intensivas no Twitter sobre resultados preliminares dos grupos de trabalho.

Na segunda-feira, está programada uma reunião do conselho dos conservadores em Berlim. Então será conhecido quem deve se sentar à mesa de negociações durante as sondagens. O SPD já definiu os 12 membros de sua delegação, liderada por Schulz e pela líder de sua bancada no Parlamento, Andrea Nahles.

Quanto tempo demorará em chegar à formação de um governo depende, evidentemente, da rapidez com que os participantes de ambos os lados cheguem a um consenso – ou não.

Há quatro anos, poucos menos de três meses passaram entre a votação e a formação de governo. Seguindo o padrão, pode ser que um possível acordo entre CDU/CSU e SPD saia apenas em março ou abril.   

PV/dpa/afp

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