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Merkel: "Há muito a se fazer pela igualdade de gêneros"

12 de novembro de 2018

Na celebração dos 100 anos do sufrágio feminino na Alemanha, chanceler diz que país não é exemplo de paridade, apesar dos avanços e de sua chefe de governo ser mulher. Políticas pedem maior representatividade feminina.

Chanceler Angela Merkel discursa atrás de púlpito, levantando a mão direita
Chanceler Angela Merkel discursa em evento sobre os 100 anos do sufrágio feminino na AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka

Em discurso nesta segunda-feira (12/11) durante cerimônia em Berlim comemorando o centésimo aniversário do sufrágio feminino na Alemanha, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse que ainda há muito a ser feito para se alcançar a igualdade de gêneros, tanto na política, como nas áreas de economia, ciência e cultura.

"O objetivo precisa ser a paridade em todos os setores", disse. "Espero que se torne natural para mulheres e homens dividirem o trabalho, criando os filhos e fazendo os trabalhos domésticos igualmente. E espero que não leve mais cem anos para chegarmos lá."

Merkel, a primeira mulher a se tornar chefe de governo do país, destacou a fato de que apenas 30,9% dos membros do Parlamento alemão são mulheres, cota abaixo dos 36,5% do mandato anterior.

"Conseguimos muito, mas ainda há muito a fazer, e não podemos aceitar contratempos ", ressaltou, no evento realizado no Museu Histórico Alemão, diante de uma plateia composta principalmente por políticas mulheres, entre ministras, deputadas e prefeitas.

Ela listou alguns dos progressos que foram feitos no país nos últimos anos, como melhorias do atendimento infantil e na licença maternidade.

Merkel, que é formada em física, ressaltou que as meninas devem ser encorajadas a escolher empregos voltados para o futuro da tecnologia. Quanto ao seu próprio papel, reconheceu, sob aplausos efusivos, que já deu sua contribuição: "Ninguém mais ri se uma garota diz que quer se tornar chanceler."

Entretanto, ela afirmou que não gosta quando muitos citam a Alemanha como exemplo de paridade entre os gêneros só por causa dela. "Uma andorinha não faz verão”, afirmou Merkel. "O fato de que eu existo não deve ser transformado em álibi.”

Antes de Merkel, a ministra da Justiça Katarina Barley, e a ministra das Mulheres, Franziska Giffey, ambas social-democratas, pediram uma maior representação das mulheres no Parlamento alemão. "Acho que se a metade da população é composta de mulheres, a metade da maior instância representativa no nosso país também deve ser composta de mulheres”, afirmou Giffey.

Representantes do Partido Verde se disseram a favor de uma lei de cotas. "Cem anos depois da introdução do direito de voto para as mulheres, ela há muito tempo se faz necessária. Vê-se que a cota de mulheres no Parlamento não aumenta sozinha”, criticou a chefe da legenda Annalena Baerbock.

Os verdes têm uma regra estrita para fomentar a participação feminina na legenda, cuja presidência é sempre ocupada por uma dupla composta de pelo menos uma mulher. Dos 67 parlamentares verdes no Bundestag, 39 são mulheres.

Mulheres foram autorizadas oficialmente a votar na Alemanha em 12 de novembro de 1918. A primeira eleição em que elas estiveram aptas a votar e serem votadas foi a da então Assembleia Nacional Alemã, em janeiro de 1919.

MD/ap/dpa

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