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Merkel lamenta que entidades judaicas precisem de proteção

27 de janeiro de 2018

No Dia em Memória das Vítimas do Holocausto chanceler destacou a importância de lembrar o passado para construir um futuro melhor baseado na abertura e tolerância.

Screenshot Podcast Angela Merkel
A chanceler Angela Merkek em mensagem de vídeo divulgada neste sábado.Foto: Bundeskanzlerin.de

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, descreveu como "vergonhoso" que em seu país "nenhuma instituição judaica possa funcionar sem proteção policial, seja uma escola, um hospital ou uma sinagoga".

"É difícil de compreender e é uma vergonha", disse Merkel em uma mensagem divulgada neste sábado (27/01), que marca mais um Dia em Memória das Vítimas do Holocausto.

A chanceler afirmou ainda que para ela é uma "tarefa diária" se posicionar "com toda a sua força contra o antissemitismo, a xenofobia e o ódio pelo outro".

Na opinião da chanceler, é "muito importante" preservar a voz dos sobreviventes do Holocausto e incluí-las na "cultura da memória" com um "conceito pedagógico razoável". "Nós só podemos estruturar um bom futuro se tivermos um passado e não tenho duvida de que ainda necessitamos fazer isso. Por isso que é muito importante para mim ter esse dia", disse ela.

Outros políticos alemães se posicionaram da mesma forma por ocasião do Dia da Memória, uma data que assumiu um significado especial este ano em face do barulho provocado pela extrema-direita na Alemanha e por causa de episódios recentes como a queima de bandeiras de Israel por parte de imigrantes muçulmanos do Oriente Médio.

O vice de Merkel e ministro das Relações Exteriores, o social-democrata Sigmar Gabriel, também disse neste sábado "que ninguém pode fazer voltar a roda da história, mas todos podem assumir a responsabilidade pelo futuro levando em conta as advertências da nossa história".

"A dor diante de que as pessoas podem fazer e fizeram para outras pessoas, o sofrimento e a lembrança de todos os que foram roubados de sua dignidade, privados de sua existência, perseguidos, martirizados, humilhados, assassinados, serão para sempre parte de nós", disse Gabriel.  "De forma muito especial, estamos comprometidos com os sobreviventes e as testemunhas", afirmou o ministro alemão. "Cabe a nós combater o esquecimento".

Monika Grütters, ministra alemã da Cultura, acrescentou: "Num tempo em que a incitação antissemita e anti-israelense cresce nas redes sociais, nas ruas e nos partidos populistas de direita, o esclarecimento sobre o nacional-socialismo é mais necessário do que nunca".

O presidente do Conselho Central de Judeus na Alemanha, Josef Schuster, também advertiu sobre as consequências do antissemitismo importado por refugiados de países de maioria muçulmana.

"É claro que vieram pessoas para a Alemanha que desde pequenas aprenderam o ressentimento contra os judeus e hostilidade frente a Israel", afirmou Schuster ao jornal Westfalen-Blatt. "Era preciso e é preciso assumir que eles não podem, simplesmente, trazer isso para a fronteira alemã".

No total, os nazistas assassinaram por volta de seis milhões de judeus. No Dia da Memória das Vítimas do Holocausto também são lembrados os sinti e os roma assassinados, os trabalhadores forçados, as pessoas com deficiência e todas as outras vítimas do nacional-socialismo.

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JPS/efe

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