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Merkel mostra otimismo sobre impasse político

19 de janeiro de 2018

Chanceler diz acreditar que social-democratas darão aval para o início das negociações formais de uma possível reedição da grande coalizão. Rejeição da proposta pela legenda pode levar ao fim da era Merkel.

Angela Merkel
Futuro de Merkel depende de decisão dos social-democratasFoto: Reuters/H. Hanschke

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta sexta-feira (19/01) estar otimista sobre o aval do Partido Social-Democrata (SPD) para o início das negociações da coalizão de governo com os conservadores. A declaração foi dada às vésperas da convenção especial da legenda que decidirá se aprova ou não uma possível reedição da chamada grande coalizão – com a União Democrata Cristã (CDU) e com a União Social Cristã (CSU).

Leia também: O jovem que desafia Schulz e Merkel

Merkel disse que vê uma ampla base em comum com os social-democratas, especialmente, em relação à União Europeia (UE). "E isso exige, segundo minha convicção, um governo estável", destacou a chanceler, em Paris, após um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron.

"Após intensas conversações, claro que desejo que a convenção do SPD dê luz verde para iniciarmos as negociações", acrescentou Merkel.

Neste domingo (21/01), mais de 600 delegados do SPD devem decidir numa convenção pela abertura ou não de negociações formais para uma reedição da grande coalizão.

Muitos dos membros da base do partido afirmam que o acordo alcançado entre conservadores e social-democratas na semana passada, como parte das pré-negociações, reflete muito pouco seus objetivos e insistem que a legenda deve se reinventar na oposição.

No último sábado, membros da ala jovem do partido protestaram no estado de Saxônia-Anhalt contra uma reedição da grande coalizão de governo, assim chamada por reunir as duas maiores bancadas no Parlamento.

Na segunda-feira, o braço do SPD em Berlim recomendou que seus delegados votem contra o início de negociações formais com os conservadores. Os social-democratas do estado afirmam que o acordo preliminar com Merkel fez concessões demais – ao não incluir as exigências de acabar com o sistema dual público-privado de seguros de saúde no país e de aumentar os impostos para os ricos, por exemplo.

Uma eventual flexibilização das condições pré-acordadas para a formação de governo deve enfrentar resistência dos conservadores da CSU, da Baviera. Seu líder, Horst Seehofer, já indicou que não imagina mudanças substanciais no pacto alcançado na fase de sondagens.

Depois que o SPD obteve o pior resultado de sua história, nas eleições de setembro passado, o candidato a chanceler derrotado Martin Schulz anunciou que o partido não renovaria sua parceria com Merkel e que iria para a oposição.

Mas Schulz mudou o tom no final de novembro. Depois que os conservadores não conseguiram fechar um pacto com os verdes e liberais, ele aceitou negociar uma grande coalizão. Agora, ele precisa convencer os delegados a darem o aval para a negociação.

Se a nova aliança com os social-democratas fracassar, há duas opções: ou Merkel lidera um inédito governo de minoria – o que lhe deixaria a complicada tarefa de barganhar perante outras bancadas para aprovar leis –, ou a Alemanha convoca novas eleições, algo também inédito.

CN/dpa/rtr

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