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Merkel: "Não há descanso até que ataque seja esclarecido"

23 de julho de 2016

Chanceler alemã lamenta "noite de terror" em Munique e diz que o Estado está fazendo de tudo para garantir a segurança e proteção dos cidadãos: "Vamos descobrir o que há realmente por trás do ataque."

Nach Schießerei in München Angela Merkel
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

A chanceler federal alemã Angela Merkel afirmou neste sábado (23/07) que o Estado e a polícia estão fazendo o possível para garantir "segurança e liberdade a todas as pessoas" de Munique, depois do tiroteio que deixou nove mortos, além do agressor, e 16 feridos na noite de sexta-feira.

Em pronunciamento após reunião com o Conselho Federal de Segurança em Berlim, Merkel disse que o povo de Munique viveu uma "tarde e uma noite de terror" e expressou compreensão com a sensação de vulnerabilidade que ataques como esse podem gerar na população, já que ocorreu num "lugar onde qualquer um poderia estar" e deixou os alemães se perguntando: "Onde estamos seguros?".

"Uma tarde e uma noite como essas são difíceis de suportar. E é ainda mais difícil porque tivemos muitas notícias terríveis em tão poucos dias", lamentou a chanceler, referindo-se a outros recentes ataques, num trem regional em Wüzburg, também no estado da Baviera, e em Nice, na França.

"Todos nós, e eu digo isso em nome de todo o governo, lamentamos com o coração pesado aqueles que nunca mais retornarão a suas famílias", afirmou. "Estamos pensando em vocês, compartilhamos sua dor e sofremos com vocês", acrescentou Merkel, dirigindo-se aos familiares das vítimas.

Veja imagens do ataque em Munique

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A chanceler agradeceu às forças de segurança envolvidas na operação em Munique – que trabalharam com "o mais alto profissionalismo" – e também aos cidadãos que mostraram compaixão e abriram suas casas às pessoas que ficaram sem ter para onde ir diante do caos estabelecido durante a noite.

Essas ações "mostram que vivemos juntos numa sociedade livre e revelam humanidade", disse ela, acrescentando que "nossa maior força" encontra-se nesses valores.

Merkel ainda citou as muitas mensagens de solidariedade recebidas em decorrência do ataque. "É bom saber que temos tantos amigos" numa hora como essa, disse Merkel. Líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, François Hollande, prestaram condolências.

Por fim, a chefe de governo garantiu que não haverá descanso entre as autoridades até que o caso seja esclarecido e os alemães estejam protegidos. "Vamos descobrir o que há realmente por trás do ataque perpetrado em Munique."

Munique presta homenagem às vítimas no dia seguinte ao ataque, que deixou nove mortos e vários feridosFoto: Reuters/A. Wiegmann

O ataque em Munique

Os tiros foram ouvidos por volta das 18h no horário local. O agressor primeiro abriu fogo contra clientes de uma filial da lanchonete McDonald's, na rua Hanauer Strasse, noroeste da cidade, depois seguiu para o shopping center Olympia, que fica no outro lado da rua. Durante a fuga, ele se suicidou com um tiro na cabeça.

Inicialmente, a polícia de Munique acreditava que havia três suspeitos, e montou um megaesquema para capturar os foragidos. Cerca de 2 mil policiais participaram da operação.

Logo após os relatos de tiros, a cidade entrou em estado de alerta. Todos os serviços de transporte público foram interrompidos – voltando a funcionar por volta da 1h. A polícia pediu que áreas públicas fossem evitadas e que as pessoas ficassem em casa ou procurassem um abrigo seguro.

Mais tarde, o atirador foi encontrado morto com sinais de suicídio a cerca de 1 quilômetro do shopping. Ele tinha 18 anos e possuía dupla cidadania, alemã e iraniana. As motivações para o ataque seguem desconhecidas.

Motivos não estão claros

O ministro do Interior alemão,Thomas de Maizière, confirmou neste sábado que não há evidências de que o agressor tenha ligação com o grupo "Estado Islâmico" (EI) ou outra organização terrorista. O jovem, cujos pais iranianos chegaram na Alemanha nos anos 1990 como requerentes de asilo, não tinha ficha criminal.

Segundo Maizière, entre os objetos pessoais do suspeito foram encontrados documentos sobre Anders Behring Breivik, o norueguês que assassinou 77 pessoas há cinco anos, e sobre Tim Kretschmer, o adolescente de 17 anos que, em 2009, matou 15 pessoas em seu antigo colégio em Winnenden, na Alemanha, e depois se suicidiou.

O ministro afirmou que, para os investigadores, esse documentos não revelam os motivos do ataque em Munique, mas atestam sua fixação por esse tipo de crime.

EK/afp/ap/efe/dpa