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Merkel nega que haja aliança contra o Reino Unido

29 de abril de 2017

Chanceler alemã rebate acusação da premiê Theresa May de que a União Europeia estaria se aliando contra o Reino Unido no processo de negociação do Brexit e diz que é natural os 27 países buscarem posição comum.

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Angela Merkel durante negociações sobre Brexit em BruxelasFoto: Getty Images/AFP/E. Dunand

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, disse neste sábado (29/04) que não há uma aliança contra o Reino Unido dentro da União Europeia (UE) e que é "a coisa mais natural do mundo" que os demais 27 países busquem uma posição comum para as negociações sobre o Brexit. "Algumas pessoas no Reino Unido não entenderam bem. Queremos negociar em espírito de amizade", acrescentou.

As declarações de Merkel durante a cúpula extraordinária de chefes de Estado e governo da UE, realizada neste sábado em Bruxelas e que aprovou as diretrizes para as negociações do Brexit, são uma resposta às acusações da primeira-ministra britânica, Theresa May, que na quinta-feira passada afirmou que os integrantes do bloco europeu estavam se aliado contra o Reino Unido no processo que vai definir a saída de Londres da União Europeia.

"Queremos ter boas relações com o Reino Unido também no futuro, mas também queremos defender os nossos interesses comuns. Até agora conseguimos fazer isso muito bem", afirmou a líder alemã.

Na cúpula extraordinária sobre o Brexit, neste sábado, os 27 países-membros da UE demonstraram uma coesão incomum: os 27 Estados precisaram apenas de 15 minutos para aprovar, sem alterações, as diretrizes para as negociações da saída do Reino Unido da UE.

Merkel alerta contra "ilusões" de britânicos sobre o Brexit

01:13

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Merkel reforçou que não se deve misturar as duas fases do processo: a primeira, do acordo de separação, e a segunda, na qual se estabelece o marco das futuras relações entre Bruxelas e Londres. Quanto à chamada conta de saída, a chanceler federal alemã ressaltou que ainda não há números sobre a mesa porque "ainda não se está nesse ponto". Fontes internas em Bruxelas avaliam, no entanto, que o Reino Unido terá de pagar 60 bilhões de euros em obrigações à UE.

Para além do Brexit

Merkel reiterou ainda que há consenso sobre a necessidade de priorizar os direitos dos cidadãos da UE no Reino Unido e os dos britânicos na UE. "O importante é definir o status legal dos cidadãos da UE que vivem no Reino Unido e o dos britânicos que vivem na união, para que tenham segurança legal", declarou.

A propósito das eleições francesas (com segundo turno marcado para 7 de maio) e britânicas (8 de junho), Merkel destacou que se tratam de assuntos internos, sobre os quais prefere não opinar. No entanto, ela opinou que é sensato adiar o começo das negociações para depois das eleições britânicas, na linha do que foi expressado por outros líderes, como o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Ao mesmo tempo, e sem tirar importância do processo de saída do Reino Unido, Merkel afirmou que não se pode deixar de lado outros assuntos durante os próximos anos de negociação. "Quero sublinhar que não deveríamos esquecer que há outros assuntos dos quais necessitamos nos ocupar. O Brexit não deve nos afastar de nosso trabalho de moldar nosso futuro. Devemos cuidar de nossas relações com a China, a Turquia e os Estados Unidos", afirmou.

CA/efe/afd/dpa/dw

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