Às vésperas do Dia da Unidade Alemã, chanceler diz entender insatisfação sentida por parcela da sociedade nas regiões da antiga Alemanha Oriental. Segundo ela, unificação do país levou a "duras mudanças” para muitos.
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Nas vésperas do Dia da Unidade Alemã, a chanceler federal alemã, Angela Merkel pediu compreensão pela insatisfação de muitos cidadãos do leste do país, em entrevista publicada neste sábado (29/09) pelo jornal Augsburg Allgemeinen.
A chefe de governo frisou que a reunificação da Alemanha é uma história de sucesso mas salientou que a unidade levou a "duras mudanças”, como casos de alemães-orientais que não conseguiram mais exercer suas profissões originais na Alemanha unificada. "Muitas pessoas perderam seus empregos, tiveram que começar de novo a partir do zero. "Muitas pessoas perderam seus empregos, tiveram que começar de novo. O sistema de saúde, o sistema de aposentadorias – tudo mudou”, ressaltou Merkel.
Merkel ressaltou o fato de que no dia da unificação monetária, 13% das pessoas na região oriental do país trabalhavam na agricultura – um dia depois, elas eram somente 1,5%.
Mas ela ressaltou que essas mudanças "nunca são uma justificativa para o ódio e a violência"
Além disso, a líder alemã reconheceu que o desafio da migração provocou uma "nova cisão” entre os dois lados da Alemanha, ponderando que isso não deve levar a um "envenenamento dos debates” em torno do tema. "Destemperos de linguagem não devem ser tolerados”, alertou, se referindo indiretamente a protestos xenófobos de extremistas de direita, como os ocorridos em Chemnitz. A líder alemã lembrou que ela própria sentiu na pele, durante a última campanha eleitoral, o ódio que o tema migração provoca em alguns setores da sociedade de regiões da antiga Alemanha Oriental.
Celebrado na próxima quarta-feira, o Dia da Unidade Alemã celebra a reunificação alemã, completada oficialmente em 3 de outubro de 1990, quando a República Democrática Alemã foi incorporada à República Federal Alemã.
MD/epd/kna
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Chanceler federal dá sinais de que pode não chegar ao fim de seu quarto mandato devido às constantes brigas internas na sua coalizão de governo. Especulações sobre sua sucessão já estão a todo vapor.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Kirchner
A afilhada: Annegret Kramp-Karrenbauer
Se Merkel pudesse escolher seu sucessor, a escolha recairia sobre Annegret Kramp-Karrenbauer. A secretária-geral da CDU tem alta popularidade e já venceu as eleições para o governo do estado do Sarre. Assim como Merkel, ela defende uma solução europeia para a migração e, como defensora da União Europeia, classifica o unilateralismo nacional como uma ameaça à unidade europeia.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Schreiber
O nome de transição: Wolfgang Schäuble
O presidente do Bundestag é o membro com mais tempo de casa da história do Parlamento alemão e tem uma autoridade para além das frentes partidárias. Embora critique a política de migração de Merkel, ele a apoiou na disputa com a CSU. Schäuble participou das negociações dos tratados da UE, mas, devido à sua posição dura em relação à Grécia, foi tachado de "disciplinador da Europa".
Foto: Reuters/H. Hanschke
A impopular: Ursula von der Leyen
Por muito tempo, Ursula von der Leyen era tida como a candidata mais promissora para a sucessão de Merkel. No entanto, a ministra da Defesa é impopular e tem pouco apoio dentro da CDU. Von der Leyen defende um exército europeu, que "possa colocar mais peso na balança", e foi favorável à cursos de formação para refugiados pelas Forças Armadas da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
O compromisso: Julia Klöckner
A ministra da Agricultura e da Defesa do Consumidor, Julia Klöckner, tem sabido se posicionar entre os grupos de apoiadores e de críticos de Merkel. A estratégia pode levar a ex-rainha do vinho à chancelaria federal. Na eleição para o governo da Renânia-Palatinado, no entanto, essa estratégia não funcionou: Klöckner alternou entre elogios e críticas na questão dos refugiados e perdeu nas urnas.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O conservador: Jens Spahn
O ministro da Saúde, Jens Spahn, tem se mostrado mais comedido nas críticas à chanceler federal. No entanto, ele é considerado um dos adversários internos mais ferrenhos de Merkel e representa a renovação conservadora da CDU. Spahn quer limitar o número de refugiados, apoia a proibição da burca e rejeita a dupla cidadania, assim como um ministro europeu das Finanças.
Foto: picture alliance/dpa/C. Koall
A esperança futura: Daniel Günther
O governador de Schleswig-Holstein lidera no norte da Alemanha uma coalizão que não se concretizou em Berlim, mas é vista como o futuro dos conservadores: com os liberais e os verdes. No entrevero entre CDU e CSU, Günther foi o mais ávido defensor de Merkel e quer, por meio de uma lei de imigração, abrir o mercado de trabalho também para requerentes de refúgio que tiveram seus pedidos rejeitados.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Rehder
A eminência parda: Peter Altmaier
O ministro da Economia, Peter Altmaier, é considerado o braço direito de Merkel. Por exemplo, no auge da crise dos refugiados, Merkel desmoralizou o então ministro do Interior Thomas de Maizière ao nomear Altmaier coordenador da política de refugiados. Na disputa comercial com os EUA, Altmaier quer mais Europa e menos Trump: "A comunidade de valores é mais forte que políticos isolados".
Foto: picture-alliance/dpa/W. Kumm
O subestimado: Armin Laschet
O governador do estado mais populoso da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália, é sempre um candidato à chancelaria federal, embora pouco se especule sobre o nome do atual ocupante do cargo, Armin Laschet. Mas isso não diminui suas chances, afinal, há um ano, Laschet venceu as eleições estaduais de forma surpreendente e, na política para refugiados, defende o curso adotado por Merkel.