Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirma que chanceler é "altamente qualificada" para assumir alguma posição de destaque na liderança do bloco após deixar o poder na Alemanha.
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O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse em entrevista neste sábado (20/04) que a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, é "altamente qualificada" para assumir algum alto cargo na União Europeia.
Ao ser questionado por um entrevistador da cadeia de jornais alemã Funke Media, Juncker disse que consegue imaginar Merkel assumindo alguma função de importância na UE após o fim do seu mandato à frente do governo da Alemanha, o que está previsto para ocorrer em 2021. Ele ainda afirmou que não considera que "Merkel vai simplesmente desaparece no ar" após deixar a chancelaria.
"Ela não é uma pessoa que suscita respeito, mas também uma obra de arte cativante", disse Juncker. "Ela é altamente qualificada".
Merkel liderou o bloco europeu durante um período de crise econômica e turbulência política depois de se tornar chanceler em 2005, ganhando a reputação de líder mais poderosa da Europa.
No final de 2018, ao anunciar a intenção de renunciar ao cargo de liderança do seu partido, a União Democrata-Cristã da Alemanha (CDU), Merkel disse que não buscaria outros cargos políticos depois de 2021. Sua aliada Annegret Kramp-Karrenbauer a sucedeu como líder do partido e é vista como uma possível sucessora também no cargo de chanceler federal.
Já Juncker deixará o cargo de chefe do braço executivo da UE em 31 de outubro, após ter completado um único mandato.
O ex-primeiro-ministro do Luxemburgo foi nomeado para o posto em 2014 com o apoio do bloco do Parlamento Europeu que reúne os conservadores de Merkel (CDU/CSU) e o Partido Popular Europeu (PPE).
Perguntado sobre o que gostaria que os historiadores escrevessem sobre sua liderança na Comissão, Juncker disse: "Ele tentou o seu melhor ... É talvez seja bom acrescentar que ele colocou algumas coisas em ordem".
Chanceler federal dá sinais de que pode não chegar ao fim de seu quarto mandato devido às constantes brigas internas na sua coalizão de governo. Especulações sobre sua sucessão já estão a todo vapor.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Kirchner
A afilhada: Annegret Kramp-Karrenbauer
Se Merkel pudesse escolher seu sucessor, a escolha recairia sobre Annegret Kramp-Karrenbauer. A secretária-geral da CDU tem alta popularidade e já venceu as eleições para o governo do estado do Sarre. Assim como Merkel, ela defende uma solução europeia para a migração e, como defensora da União Europeia, classifica o unilateralismo nacional como uma ameaça à unidade europeia.
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O nome de transição: Wolfgang Schäuble
O presidente do Bundestag é o membro com mais tempo de casa da história do Parlamento alemão e tem uma autoridade para além das frentes partidárias. Embora critique a política de migração de Merkel, ele a apoiou na disputa com a CSU. Schäuble participou das negociações dos tratados da UE, mas, devido à sua posição dura em relação à Grécia, foi tachado de "disciplinador da Europa".
Foto: Reuters/H. Hanschke
A impopular: Ursula von der Leyen
Por muito tempo, Ursula von der Leyen era tida como a candidata mais promissora para a sucessão de Merkel. No entanto, a ministra da Defesa é impopular e tem pouco apoio dentro da CDU. Von der Leyen defende um exército europeu, que "possa colocar mais peso na balança", e foi favorável à cursos de formação para refugiados pelas Forças Armadas da Alemanha.
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O compromisso: Julia Klöckner
A ministra da Agricultura e da Defesa do Consumidor, Julia Klöckner, tem sabido se posicionar entre os grupos de apoiadores e de críticos de Merkel. A estratégia pode levar a ex-rainha do vinho à chancelaria federal. Na eleição para o governo da Renânia-Palatinado, no entanto, essa estratégia não funcionou: Klöckner alternou entre elogios e críticas na questão dos refugiados e perdeu nas urnas.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O conservador: Jens Spahn
O ministro da Saúde, Jens Spahn, tem se mostrado mais comedido nas críticas à chanceler federal. No entanto, ele é considerado um dos adversários internos mais ferrenhos de Merkel e representa a renovação conservadora da CDU. Spahn quer limitar o número de refugiados, apoia a proibição da burca e rejeita a dupla cidadania, assim como um ministro europeu das Finanças.
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A esperança futura: Daniel Günther
O governador de Schleswig-Holstein lidera no norte da Alemanha uma coalizão que não se concretizou em Berlim, mas é vista como o futuro dos conservadores: com os liberais e os verdes. No entrevero entre CDU e CSU, Günther foi o mais ávido defensor de Merkel e quer, por meio de uma lei de imigração, abrir o mercado de trabalho também para requerentes de refúgio que tiveram seus pedidos rejeitados.
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A eminência parda: Peter Altmaier
O ministro da Economia, Peter Altmaier, é considerado o braço direito de Merkel. Por exemplo, no auge da crise dos refugiados, Merkel desmoralizou o então ministro do Interior Thomas de Maizière ao nomear Altmaier coordenador da política de refugiados. Na disputa comercial com os EUA, Altmaier quer mais Europa e menos Trump: "A comunidade de valores é mais forte que políticos isolados".
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O subestimado: Armin Laschet
O governador do estado mais populoso da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália, é sempre um candidato à chancelaria federal, embora pouco se especule sobre o nome do atual ocupante do cargo, Armin Laschet. Mas isso não diminui suas chances, afinal, há um ano, Laschet venceu as eleições estaduais de forma surpreendente e, na política para refugiados, defende o curso adotado por Merkel.