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Merkel prioriza inovação ao abrir Fórum de Davos

(rw)25 de janeiro de 2006

Chefe do governo alemão é a única representante do G-8 no evento na Suíça, cujos temas principais são China, Índia, desemprego, questão energética e papel do esporte na política internacional.

É preciso proteger as inovações da pirataria, disse Merkel em DavosFoto: AP

"Para manter o bem-estar social na Alemanha é preciso dar prioridade absoluta à inovação", destacou a chanceler federal Angela Merkel ao abrir o Fórum Econômico Mundial em Davos, nesta quarta-feira (25/01).

Em seu pronunciamento diante de centenas de políticos e líderes de empresas de todo o mundo, a democrata-cristã alemã prometeu esforços de Berlim para, até 2010, cumprir a meta da aplicação de 3% do PIB em pesquisa e desenvolvimento.

Ao lembrar que a sociedade industrial está se transformando em sociedade do conhecimento, Merkel salientou a necessidade de a política criar condições à indústria farmacêutica e à tecnologia genética "para que possam competir na busca pelas melhores cabeças". É de fundamental importância proteger as inovações da pirataria, acrescentou.

Acabar com a burocracia é outra meta do governo Merkel. Para isso, ela pretende criar um "conselho de controle de normas", que acabe com regulamentações supérfluas. À União Européia (UE), Merkel sugere que só sejam aprovadas diretrizes com prazo de vigência. Ela adiantou que esta será uma das metas da Alemanha quando ocupar as presidências rotativas da UE e do G8 no próximo ano. Merkel é a única chefe de governo de uma das sete principais nações industrializadas do mundo, mais a Rússia (G8), a participar do evento.

Os principais temas

O Fórum criado pelo alemão Klaus Schwab está em sua 35ª ediçãoFoto: AP

Os desafios globais só podem ser superados com criatividade, frisa o lema do encontro nas montanhas suíças, que tem mais de dois mil participantes de 89 países. A ascensão da China e da Índia no cenário econômico mundial, a questão do desemprego e problemas energéticos são os principais temas de Davos neste ano.

Entre os 14 outros chefes de Estado e de governo esperados em Davos estão o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, o premiê do Iraque, Ibrahim Jaafari, e o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.

Quase a metade dos participantes da edição 2006 do tradicional Fórum Econômico Mundial vem do setor da economia. Entre os 735 líderes empresariais – um recorde – que anunciaram presença na elegante estação de esqui na Suíça, estão os presidentes da Microsoft, Bill Gates, da Nestlé, Peter Brabeck, ao lado dos brasileiros José Sérgio de Azevedo Gabrielli, da Petrobrás, e Jorge Gerdau Johannpeter, da Gerdau.

Esporte na política internacional

Entre os temas políticos, deverão merecer abordagem a questão do terrorismo e as situações no Oriente Médio e no Afeganistão. Também deverá ser enfocado o conflito sobre o programa nuclear no Irã, já que o encontro tem a presença de representantes de países do Conselho de Segurança das Nações Unidas e também do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed El Baradei.

Pela primeira vez, o Fórum fundado pelo alemão Klaus Schwab vai debater o papel do esporte na política internacional. Entre os que se ocuparão com o tema, estão o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, o ex-pugilista Muhammad Ali e o brasileiro Pelé.

Davos hermeticamente cercadaFoto: AP

Os custos do esquema de segurança – que tem cinco mil soldados –, calculados em mais de cinco milhões de euros, são arcados pela Suíça. Ao contrário dos anos anteriores, desta vez não foram marcadas manifestações de ativistas antiglobalização em Davos. Segundo Oliver Claasen, do grupo de críticos Public Eyes of Davos, as atividades antifórum se restringirão a apenas um evento, em que serão divulgados os prêmios aos empresários especialmente antiéticos.

Fórum Social Mundial, evento paralelo

Paralelamente ao Fórum Econômico, acontece o Fórum Social, realizado pela primeira vez em 2001, em Porto Alegre, e que neste ano terá três partes.

Foto: AP

A primeira parte foi encerrada no Mali na segunda-feira (23/01), sob o lema "Outro mundo é possível". Em seqüência direta, no dia seguinte começou a segunda parte em Caracas. Entre as figuras de destaque internacional presentes na Venezuela, estão o escritor uruguaio Eduardo Galeano, o Nobel da Paz argentino Adolfo Perez Esquivel e Danielle Mitterrand, viúva do ex-presidente francês.

Os principais temas em debate são a política de poder, guerra, emancipação social, diversidade cultural e alternativas econômicas. Um dos convidados deste evento paralelo é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A terceira parte do fórum acontecerá no Paquistão, em dois meses.

Anticúpula à conferência dos críticos

Ao mesmo tempo, está acontecendo na capital venezuelana um fórum americano alternativo. Seus organizadores explicam que o Fórum Social "deixou de ser um encontro pluralista independente, aberto e autogerenciado". Em cúpulas anteriores, a presença de Chávez havia sido motivo de críticas. Também o presidente Lula participou diversas vezes do Fórum Social.