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Merkel promete ajuda rápida às áreas atingidas por enchentes

20 de julho de 2021

Chanceler federal alemã visita cidade devastada pelas inundações no oeste do país, promete auxílio sem burocracias do governo federal e saúda solidariedade da população. "A destruição é tanta que nos deixa sem palavras."

Chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, durante visita a Bad Münstereifel
Angela Merkel em visita à cidade de Bad Münstereifel: "Vimos pessoas que perderam tudo"Foto: Wolfgang Rattay/AFP/Getty Images

Dois dias após visitar um vilarejo destruído pelas enchentes no estado da Renânia-Palatinado, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, repetiu o gesto nesta terça-feira (20/07) numa cidade da Renânia do Norte-Vestfália. Merkel viajou a Bad Münstereifel, uma cidade famosa por seu centro antigo com casas em enxaimel e que foi severamente afetada pelas inundações recentes.

"Para quem mora aqui, as condições estão em parte terríveis", afirmou. "Vimos pessoas que perderam tudo. A destruição é tamanha que nos deixa sem palavras."

Enquanto muitas casas deixaram de ser habitáveis, Merkel disse que a solidariedade demonstrada pela população serve de consolo pelo desastre. Ela agradeceu a todos os ajudantes, serviços de emergência e doadores.

Antes da visita à área afetada, a chanceler federal se reuniu com representantes de organizações humanitárias e conversou com alguns cidadãos de Bad Münstereifel. Ela reiterou sua promessa de ajuda rápida e sem burocracias por parte do governo federal. "Tudo será feito para que o dinheiro chegue às pessoas rapidamente", disse. "Espero que isso seja questão de alguns dias."

Merkel presumiu que a reconstrução da infraestrutura destruída, como estradas e ferrovias, assim como a reconstrução de parte da cidade, levará mais do que alguns meses. "É bastante evidente que vamos precisar de muita paciência", salientou. "Não vamos esquecê-los rapidamente."

Solidariedade após enchentes devastadoras na Alemanha

02:54

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A chefe de governo alemã passeou pelo centro histórico de Bad Münsterefiel acompanhada do governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet. Candidato a chanceler federal nas próximas eleições pela CDU, partido de Merkel, ele foi bastante criticado por dar risada durante um discurso do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, em outra região do estado devastada pelas enchentes. 

Nesta terça-feira, Laschet prometeu que a ajuda imediata aos afetados chegará ainda nesta semana. Ele agradeceu que, apesar das férias de verão no hemisfério norte, o gabinete do governo federal "apresentará um resultado até amanhã para aprovar a ajuda emergencial inicial". Segundo Laschet, o governo estadual da Renânia do Norte-Vestfália vai dobrar o montante no dia seguinte.

Os respectivos requerimentos serão simplificados e devem estar prontos nesta semana para que o repasse dos fundos possa ser iniciado "muito em breve", prosseguiu Laschet. Muitas das pessoas que ele e Merkel encontraram em Bad Münstereifel demonstraram confiança, "mas disseram que não sabiam como iriam se virar nos próximos dias", relatou o governador. "É por isso que [o repasse da ajuda] deve ser feito o mais rápido e com menos burocracia possível."

Risco de aumento de casos de covid-19

Após as inundações e o desastre causado pelas águas, os estados da Renânia-Palatinado e Renânia do Norte-Vestfália estão agora expostos também ao risco de aumento de casos de covid-19, em meio à alocação de moradores em abrigos de emergência e a interação com diversas equipes de socorristas que vieram de várias partes do país.

"No momento, muitas pessoas estão presentes em espaços muito pequenos para lidar juntos com a crise. Agora temos que ter cuidado para que o gerenciamento da crise não se transforme numa eventual disseminação", disse David Freichel, da equipe de comunicação sobre a covid-19 da Renânia-Palatinado. A Secretaria de Saúde do estado está preparando uma campanha especial de vacinação nas áreas afetadas pelas enchentes.

A preocupação é semelhante na Renânia do Norte-Vestfália. "Um risco maior de disseminação do Sars-Cov-2 pode se desenvolver principalmente por meio da acomodação de pessoas em abrigos de emergência", publicou a rede de notícias Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND), citando a Secretaria de Saúde do estado.

Em meio a tantas preocupações em torno do desastre, há um pequeno alívio: a barragem de Steinbach, localizada entre as cidades de Bad Münstereifel e Euskirchen, não corre mais o risco de romper, segundo autoridades locais. Moradores das redondezas puderam retornar às suas casas.

Merkel e Laschet (esq.) prometeram reduzir a burocracia e acelerar o repasse de ajuda financeira do Estado Foto: Wolfgang Rattay/AFP/Getty Images

Procura por desaparecidos e danos bilionários

A última atualização do número de mortos – apresentada na noite de segunda-feira – apontou para pelo menos 164 óbitos: 117 na Renânia-Palatinado e 47 na Renânia do Norte-Vestfália. Em ambos os estados não está descartado que novas vítimas fatais possam ser encontradas. Os serviços de emergência seguem suas buscas por pessoas desaparecidas.

A polícia de Koblenz, uma das principais cidades na Renânia-Palatinado e localizada justamente no encontro dos rios Mosela e Reno, divulgou que diversos hotéis, restaurantes e acomodações estão sendo contactados para comparar as listas de hóspedes com os relatos de pessoas desaparecidas.

Para os sobreviventes das enchentes, a rotina diária segue limitada a retirar lama, entulho e materiais e equipamentos estragados de suas casas e das ruas.

Em muitos vilarejos, a infraestrutura – estradas, ferrovias, pontes, mastros de telefonia móvel, linhas de distribuição de eletricidade e de gás, assim como o abastecimento de água potável – está comprometida. O governo federal estima ao menos 2 bilhões de euros em danos apenas em estradas e ferrovias.

Tempestades e chuvas fortes provocaram inundações e deslizamentos de terra também na região de Berchtesgadener Land, na Baviera, no extremo sul da Alemanha. Algumas localidades da popular região turística em torno do Watzmann – a terceira maior montanha da Alemanha – e do lago Königssee foram devastadas. Nesta terça-feira, a situação melhorou na região, e as escolas e creches abriram novamente.       

pv/ek (DPA, Reuters, AFP, ots)

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