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Merkel quebra silêncio sobre plano de Macron para UE

4 de junho de 2018

Paris elogia "as primeiras" declarações da chanceler federal alemã sobre proposta de reforma da UE do presidente francês. Líderes dos dois países se encontrarão em Berlim em meados de junho.

Merkel e Macron
Macron se encontrará com Merkel, em 19 de junhoFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Schreiber

Em entrevista à edição dominical do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, quebrou o silêncio quanto à reforma da União Europeia (UE) proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e apresentou seus planos para o bloco.

Na entrevista publicada neste domingo (04/06), Merkel disse que a Europa precisa de "uma convergência econômica mais rápida". Ela disse, no entanto, que não compactua com a visão de Macron de um grande orçamento para investimentos ao afirmar que este deve ficar "na extremidade mais baixa dos bilhões de dois dígitos" e será gasto apenas gradualmente.

Paris saudou as declaração da líder alemã como um movimento "em direção à visão francesa" sobre as formas de fortalecer a zona do euro e a UE. Segundo o governo francês, essa foi a primeira resposta de Merkel desde setembro, quando Macron delineou suas propostas para o bloco perante estudantes da renomada Universidade de Sorbonne. O plano do presidente francês inclui um imposto para financiar um orçamento mais robusto para a zona do euro e medidas ambientais e militares conjuntas.

"Este é um movimento positivo que mostra o compromisso da chanceler federal alemã e de seu governo com a Europa", disse o Palácio do Eliseu.

A visão de Macron divulgada em setembro inicialmente provocou reações de cautela entre os partidos que acabaram por formar o quarto gabinete de coalizão de Merkel no começo de março, além de advertências de outros países europeus de que tal planejamento requeria um "formato inclusivo".

Ao receber o Prêmio Internacional Carlos Magno, na cidade alemã de Aachen, no mês passado, Macron expressou impaciência e falou em "fetiche" alemão por superávits orçamentários e comerciais.

Nove meses depois de seu discurso na Universidade de Sorbonne, Macron se encontrará com Merkel – acompanhada por seus principais ministros – no palácio de Meseberg, nos arredores de Berlim, em 19 de junho, para finalizar um plano conjunto para reformar a UE.

Líderes europeus realizarão uma cúpula nos dias 28 e 29 de junho, em Bruxelas, pouco antes de a Áustria liderada pelos conservadores do chanceler federal Sebastian Kurz, em coalizão com o nacionalista de direita Partido da Liberdade (FPÖ), assumir a presidência rotativa de seis meses do Conselho da União Europeia, em julho, depois da Bulgária. 

A turbulenta crise política na Europa inclui a posse de um governo eurocético na Itália, mudança de governo na Espanha e relações transatlânticas conturbadas pela imposição de novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio, além da saída do presidente Donald Trump do acordo nuclear de 2015 com o Irã, para o qual a Alemanha desempenhou um papel importante.

PV/ap/rtr/dpa

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