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Merkel quer manter "estreita cooperação" com Trump nos EUA

9 de novembro de 2016

Chanceler federal é diplomática ao ressaltar que EUA são e permanecem o principal aliado da Alemanha fora da Europa. Demais membros do governo se mostram alarmados com resultado da eleição.

Angela Merkel diz que princípios democráticos unem Alemanha aos EUAFoto: Reuters/A. Schmidt

A vitória do candidato republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos foi recebida com choque pela classe política alemã. Enquanto a chanceler federal Angela Merkel parabenizava o presidente eleito, políticos alemães não conseguiam esconder o baque.

"A Alemanha e a América estão unidas por valores: democracia, liberdade, respeito ao Estado de direito, dignidade humana, independentemente da sua origem, cor da pele, religião, gênero, orientações sexual ou opiniões políticas", disse Merkel durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (09/11).

Merkel acrescentou: "com base nesses valores, ofereço uma estreita cooperação com o futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump". A parceria com os EUA continua sendo base da política externa alemã, ressaltou Merkel. 

Alerta para a Europa

Com opinião um pouco mais alarmada, o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse que a escolha de Trump para a Casa Branca é um sinal de atenção para a Alemanha e para a Europa, pedindo aos políticos que prestem mais atenção às preocupações das pessoas.

Sigmar Gabriel alerta contra chauvinismoFoto: picture-alliance/dpa

"Trump é o pioneiro de um novo movimento internacional autoritário e chauvinista. Isso é também um alerta para nós", disse Gabriel. "Nosso país e a Europa devem mudar se quisermos contrariar o movimento autoritário internacional", destacou o vice-chanceler alemão.

Relações imprevisíveis

O ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que ficou "alarmado com o desenrolar das eleições americanas". Segundo Steinmeier, a vitória de Trump tornará as relações da Alemanha com os EUA "menos previsíveis". "Nada vai ficar mais fácil, muita coisa vai ficar mais difícil", ressaltou o ministro.

A ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, considerou a ampla votação para o candidato republicano "um grande choque", e as eleições americanas, "um voto contra Washington, contra o Establishment". 

"Nós, europeus, obviamente sabemos que, como parceiros da Otan, Donald Trump perguntará qual é a nossa contribuição para a aliança, mas também nós perguntaremos qual é a posição dele em relação à aliança", disse von der Layen. Segundo a ministra da Defesa, o governo alemão tentará estabelecer contatos nos bastidores com a nova equipe de governo dos EUA.

O ministro da Justiça alemão, Heiko Maas, afirmou em sua conta no Twitter que "o mundo não vai acabar, só ficará um pouco mais louco".

Volker Kauder, líder da bancada parlamentar do bloco conservador e grande aliado de Angela Merkel, disse que os alemães e os EUA compartilham o mesmo conjunto de valores e que "especialmente agora, precisamos trabalhar para manter as boas relações com os EUA". Kauder declarou que "uma estreita parceria transatlântica continua a ser de importância central para a Alemanha e para a Europa nos próximos anos".

AfD celebra mudança

Já o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) parabenizou o candidato republicano por sua vitória nas eleições. O resultado nos EUA mostrou, segundo a AfD, "que é momento de mudanças, e elas chegarão também para a Alemanha", disse a chefe do partido, Frauke Petry. A AfD é uma legenda emergente na Alemanha, escorada no voto de protesto contra a chegada de refugiados.

TSM/dap/efe/ap/retr

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