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Merkel rebate críticas de Trump sobre déficit comercial

13 de junho de 2018

Chanceler federal alemã pede atualização dos sistemas de avaliação do comércio internacional para incluir também o setor de serviços, o que, segundo afirma, revelaria superávit dos EUA em relação à Europa.

Angela Merkel
"Os superávits comerciais são calculados hoje de maneira relativamente antiquada", afirmou MerkelFoto: picture-alliance/dpa/NDR/W. Borrs

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, reagiu nesta terça-feira (12/06) a criticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referentes a um suposto desequilíbrio no comércio entre os dois países e também com a Europa.

Contrariando as declarações do presidente americano, Merkel afirmou que, se forem incluídos nos cálculos os números referentes ao setor de serviços e não apenas os dados referentes aos bens e mercadorias, os EUA têm superávit em relação à União Europeia (UE).

A chanceler federal defendeu que os sistemas de contabilização do comércio internacional devem ser atualizados. "Os superávits comerciais são calculados hoje de maneira relativamente antiquada", disse a uma plateia de empresários em evento econômico de seu partido, a União Social Cristã (CDU). 

"Se forem incluídos os serviços na balança comercial, os EUA possuirão um grande superávit em relação à Europa. E a fatia do setor de serviços deve aumentar", destacou, sem especificar em quais estudos seus cálculos se basearam.

Merkel destacou também que os investimentos diretos a Alemanha nos EUA são bem mais altos do que a contrapartida, o que também não é levado em conta, segundo ela.

Após Trump causar polêmica ao retirar seu apoio a uma declaração conjunta do G7 ao final de uma cúpula do grupo, no último fim de semana, a chanceler federal pediu uma resposta unificada da Europa. O comunicado conjunto havia sido acordado anteriormente pelos líderes das sete maiores economias do mundo. 

O comércio internacional estava no centro dos debates, após Trump impor novas tarifas aos países que exportam aço e alumínio para os EUA, ameaçando ainda sobretaxar as importações de automóveis, o que afetaria particularmente a Alemanha. O presidente usa supostos déficits injustos como argumento para impor tarifas.

Estatísticas do Departamento de Comércio dos EUA apontam que de fato os EUA registram um superávit em sua balança corrente em relação à UE em 2017. A balança corrente de um país é composta pela balança de bens, a balança de serviços, a balança de rendimentos e a balança de transferências correntes.

Segundo dados do governo americano, os EUA tiveram um déficit com a UE em bens, tendo importado 153 bilhões de dólares a mais do que exportaram. Em serviços e rendimentos, o país teve um superávit, tendo transferido 167 bilhões de dólares a mais para a UE do que recebeu. Como um todo, os EUA tiveram, portanto, um superávit em conta corrente com a Europa de 14 bilhões de dólares.

RC/rtr/dpa

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