1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Merkel recebe presidente chinês e reforça parceria econômica

28 de março de 2014

De olho em mercado de mais de 1,3 bilhão de consumidores, alemães assinam 18 acordos com chineses. Tanto chanceler quanto Gauck, porém, alfinetam Pequim sobre questão dos direitos humanos.

Foto: Reuters

A Alemanha recebeu nesta sexta-feira (28/03) com todas as honras de Estado o presidente chinês, Xi Jinping, numa visita destinada a reforçar os laços comerciais, mas que, ao mesmo tempo, também evidenciou as diferenças políticas entre os dois países.

Na primeira visita de Estado de um presidente chinês à Alemanha em oito anos, a chanceler federal Angela Merkel deixou claro o interesse de seu país: fortalecer e intensificar as relações com uma economia de mais de 1,3 bilhão de consumidores. Porém, não esqueceu do tema direitos humanos.

"Em sociedades como a alemã e a chinesa, que se encontram em reforma permanente, contar com um amplo e livre intercâmbio de opiniões é elemento fundamental", afirmou Merkel, repetindo o tom do discurso de mais cedo do presidente Joachim Gauck. "Alemanha e China faze parte da ordem internacional, que se baseia em regras comuns, como a Carta de Direitos Humanos da ONU", disse o chefe de Estado alemão.

Diferenças sobre Crimeia

Após encontro a portas fechadas, Xi Jinping e Merkel declararam que se comprometeram a aprofundar a cooperação estratégica nos setores da política externa e de segurança, além de fortalecer o engajamento em conjunto para solucionar conflitos regionais e globais.

Pequim e Berlim selaram um compromisso para manter o diálogo para solucionar conflitos internacionais, especialmente os relativos a Ucrânia, Afeganistão e Síria. "Nós selamos uma ampla parceria estratégica com essa visita", declarou Merkel. A chanceler reforçou que esse acordo precisa ser fortalecimento em novas áreas, como indústria, setor energético e pesquisa.

O presidente chinês também se mostrou satisfeito com o encontro e afirmou que a cooperação será boa não somente para a Alemanha e a China, mas também para Europa e para o mundo todo.

Gauck reforçou a importância dos direitos humanosFoto: Reuters

Apesar de declarar ser a favor de uma solução política para a crise da Crimeia, Xi afirmou que a China não interfere em problemas internos de outros países, além de reconhecer a soberania e integridade de todas as nações.

Berlim espera receber o apoio chinês em relação à crise da Crimeia, anexada pela Rússia. Para o governo alemão, a recente abstenção de Pequim em uma resolução relativa à Ucrânia no Conselho de Segurança das Nações Unidas representou um sinal claro de afastamento de Moscou.

Protestos

O presidente alemão, por sua vez, elogiou as reformas econômicas anunciadas pelo governo chinês, mas lembrou que o país precisa investir em mudanças que favoreçam o equilíbrio entre ricos e pobres e entre as religiões.

Gauck também reforçou a validade dos direitos humanos. "A alternativa a isso seria discórdia, conflito e violência", afirmou. Do lado de fora do palácio Bellevue e da Chancelaria, centenas de manifestantes protestaram a favor do Tibete e contra as violações dos direitos humanos na China.

A visita do presidente chinês a Berlim foi uma oportunidade para os países reforçarem seus laços econômicos. Representantes da China e da Alemanha, além de empresários, aproveitaram a ocasião para assinar 18 acordos comerciais, em setores como agricultura, energia e de automóveis.

Merkel também prometeu interceder pela China junto à União Europeia. "Nós vamos interceder na Europa para que haja um acordo de investimentos", afirmou. A China é o terceiro maior parceiro comercial da Alemanha. Em 2013, o volume no comércio entre os dois países movimentou 140,4 bilhões de euros.

CN/dpa/rtr/afp

Pular a seção Mais sobre este assunto