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Merkel reconhece dificuldade para alcançar metas climáticas

15 de novembro de 2017

Na COP23, chanceler federal diz que Alemanha ainda está longe de alcançar redução de emissões de CO2 estipulada para os próximos anos. Geração de energia a carvão representa grande obstáculo.

Angela Merkel discursa na 23ª Conferência do Clima da ONU (COP23), em Bonn
Merkel diz que Alemanha estipulou metas "ambiciosas" para o combate ao aquecimento globalFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Meissner

Durante a 23ª Conferência do Clima da ONU (COP23), em Bonn, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, reconheceu nesta quarta-feira (15/11) as dificuldades para alcançar metas climáticas estabelecidas pelo país.

O objetivo de reduzir, até 2020, as emissões de CO2 no país em 40% em relação aos níveis de 1990 é "difícil", disse Merkel.  Em setembro, um estudo apontou que a Alemanha não conseguirá atingir tal objetivo a tempo.

"Agora, no final de 2017, sabemos que ainda nos falta uma grande parte", disse Merkel, destacando que a Alemanha estipulou uma meta "ambiciosa" para o combate ao aquecimento global.

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A chanceler federal admitiu que o uso do carvão para a geração de energia dificulta o cumprimento da meta. "Mesmo num país rico como a Alemanha há conflitos significativos sobre isso [o abandono da energia a carvão] na sociedade, que precisam ser solucionados."

Sobre a meta de eliminar o uso do carvão na geração de energia, Merkel disse que há duas questões envolvidas, a climática, mas também a social, que incluiu a perda de postos de trabalho gerados pelo setor e o fornecimento de energia elétrica a preços acessíveis. "Precisamos nos esforçar na Alemanha, mesmo que isso [abandono do carvão] gere muitas controvérsias", acrescentou.

Cerca de 40% da energia gerada na Alemanha provém do carvão, incluindo o linhito, considerado um dos combustíveis fósseis mais poluentes. Essa dependência aumentou depois que o país anunciou o desligamento de usinas nucleares após o desastre de Fukushima, em 2011. 

Macron anuncia fechamento de usinas movidas a carvão na França até 2021Foto: Getty Images/AFP/L. Schulze

Falando a chefes de Estado e governo, além de outros representantes governamentais, a chanceler federal alemã instou a comunidade internacional a trabalhar com "seriedade e confiança" na aplicação do Acordo climático de Paris, que classificou como um "ponto de partida" nos esforços para combater o aquecimento global. 

Mais esforço da Europa

Logo após Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, subiu ao palco da COP23 para pedir à Europa que compense a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Em junho, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que pretende retirar o país do pacto, ratificado por Barack Obama em 2015. Com o recente anúncio de que a Síria vai aderir, os EUA devem passar a ser o único país fora do acordo.

"Proponho que a Europa substitua os Estados Unidos. E a França vai enfrentar esse desafio", disse Macron. Ele anunciou que a França pretende compensar parte do corte do financiamento dos EUA ano Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) – órgão da ONU dedicado à pesquisa sobre o aquecimento global.

"Gostaria que um bom número de países europeus fizesse o mesmo e compensasse o que os EUA deixaram de doar, para que o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas tenha o financiamento que necessita para continuar a trabalhar em 2018", ressaltou o presidente francês. Os Estados Unidos contribuíam com cerca de 2 milhões de euros para o orçamento do IPCC.

Macron afirmou ainda que a França pretende acabar com o uso do carvão para a geração de energia até 2021. O cumprimento dessa meta é mais fácil do que para a Alemanha, pois a maior parte da energia consumida na França provém de usinas nucleares.

Outros países, como Reino Unido, Canadá e Itália, também anunciaram o fechamento de todas as suas usinas termelétricas abastecidas com carvão nos próximos anos.

CN/afp/lusa/rtr/ap

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