António Guterres havia oferecido a Merkel a presidência de um conselho consultivo sobre bens públicos globais. Desde o fim de seu mandato, Merkel tem vivido de forma discreta e pouco se sabe sobre seus planos futuros.
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Há cerca de seis semanas, Angela Merkel encerrava seu quarto mandato na chefia do governo da Alemanha. Desde então, ela se manteve bastante discreta, com raras aparições ou manifestações públicas. Muito tem sido especulado sobre quais seriam os próximos projetos da ex-chanceler federal alemã. Agora, ao menos está claro o que ela não pretende fazer.
Merkel rejeitou nesta quinta-feira (19/01) uma oferta de emprego oferecida pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. A ex-chanceler federal alemã "telefonou para o secretário-geral da ONU na semana passada, agradeceu e informou que não aceitaria a oferta", divulgou a assessoria de Merkel, após pedido da agência alemã de notícias DPA.
Guterres havia oferecido a Merkel a presidência de um órgão consultivo de alto gabarito – a função deste órgão é avaliar e debater sobre bens públicos globais que poderiam servir a toda a população mundial além das fronteiras nacionais.
Exemplos de bens públicos globais são a camada de ozônio, mas também, dependendo da definição, regulamento aplicáveis internacionalmente, como determinações de segurança de voo e comércio global.
Por parte das Nações Unidas, o telefonema entre Guterres e Merkel não foi visto como uma rejeição definitiva. Segundo informações coletadas pela DPA dos bastidores da ONU, Guterres também havia feito uma oferta a Merkel por carta. O Conselho Consultivo de Bens Públicos Globais é um dos projetos emblemáticos de Guterres em relação a uma reforma nas Nações Unidas.
Em seu relatório de 2021 sobre a transformação da ONU, Guterres escreveu: "Vou pedir a um conselho consultivo de alto nível liderado por ex-líderes para identificar bens públicos globais e outras áreas de interesse comum onde as melhorias na governança são mais urgentemente necessárias". Segundo Guterres, a pandemia do coronavírus revelou grandes lacunas na cooperação internacional.
O que líderes mundiais dizem sobre Merkel
Após 16 anos de era Merkel, líderes políticos destacam o pragmatismo e sabedoria da chanceler federal da Alemanha, descrevendo-a como um polo de tranquilidade que fará falta à diplomacia europeia e mundial.
Foto: Reuters/M. Kappeler
Barack Obama, ex-presidente dos EUA: "Um exemplo!"
Merkel tem "bom humor, um pragmatismo sábio e um senso moral implacável", disse o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Na foto, Obama com Merkel numa cúpula do G7 na Baviera em 2015. "Tantas pessoas, meninas e meninos, homens e mulheres, tiveram um exemplo a seguir em tempos difíceis." E acrescentou: "Fiquei feliz em me tornar seu amigo."
Foto: Reuters/M. Kappeler
Joe Biden: "Uma grandiosa amiga"
Já o sucessor de Obama, Joe Biden, não é tão eufórico. O presidente americano elogiou Merkel como "uma grande amiga, uma amiga pessoal e amiga dos EUA" e descreveu o governo dela como "histórico". Embora ela se dê muito melhor com Biden do que com o antecessor dele, Donald Trump, a relação Merkel-Biden permaneceu fria.
Foto: Guido Bergmann/Bundesregierung/Getty Images
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu: "Um monumento!"
Representantes da União Europeia a cobrem de elogios. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse a ela: "Você é um monumento. O Conselho Europeu sem Angela é como Roma sem o Vaticano ou Paris sem a Torre Eiffel. Sentiremos falta de sua sabedoria, especialmente em tempos difíceis. Você é como uma bússola, e como uma luz que brilha no nosso projeto europeu."
Foto: Reuters/V. Mayo
Jean-Claude Juncker, ex-presidente da Comissão Europeia: "Obra de arte completa"
Poucos na UE têm tanta experiência quanto o ex-presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker. Ele conhece Merkel de inúmeros encontros de cúpula e diz: "Eu a valorizo como uma obra de arte completa, porque ela é feita de muitas partes." Em 16 anos, ela "fez muitas coisas certas e nada de fundamentalmente errado".
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Emmanuel Macron, presidente da França: "Obrigado por suas lutas" pela Europa
O parceiro mais próximo de Merkel na Europa é o presidente francês Emmanuel Macron. Como nenhum outro, ele fez campanha pelo fortalecimento e aprofundamento da UE, frequentemente com Merkel, embora ela tenha se mostrado um pouco cética e hesitante. Mesmo assim, ele tuitou: "Obrigado, querida Angela, pelas lutas travadas pela nossa Europa."
Foto: John Thys/AFP/dpa/picture alliance
Boris Johnson, premiê britânico: "Engajamento histórico"
Boris Johnson foi um parceiro mais difícil. Ele foi fundamental para a saída de seu país da UE. Mesmo assim, Johnson, sempre brincando, distribuiu gentilezas durante a visita de despedida de Merkel em julho. Ele agradeceu à chanceler federal alemã por seu "engajamento histórico, não apenas pelas relações teuto-britânicas, mas pela diplomacia em todo o mundo".
Foto: David Rose/Daily Telegraph/empics/picture alliance
Tony Blair, ex-premiê britânico : "Ela manteve a unidade"
Se dependesse de Tony Blair, o Reino Unido teria ficado na UE. Nos primeiros anos do governo Merkel, o ex-premiê britânico disse: "Ainda podemos considerar um feito notável que ela tenha conseguido manter o bloco europeu unido, justamente na fase provavelmente mais difícil pela qual a Europa passou."
Foto: Gretel Ensignia/AP Photo/picture alliance
Alexander Schallenberg, chanceler federal da Áustria: "Polo de tranquilidade"
Ele é novo no cargo, após o antecessor, Sebastian Kurz, deixar o cargo em meio a alegações de corrupção. Mas, por já ter sido ministro do Exterior da Áustria, Schallenberg conhece Merkel há anos: "Ela vai deixar uma lacuna. Ela foi um polo de tranquilidade. E ela foi, sem dúvida, uma grande europeia."
Foto: Lisa Leutner/AP/picture alliance
Mateusz Morawiecki, premiê da Polônia: "Ela sempre manteve o diálogo"
Merkel sempre atribuiu grande importância à cooperação estreita com a vizinha Polônia, o que nem sempre foi possível devido a diferenças de opinião, por exemplo, sobre a política de refugiados. O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse a Merkel na visita de despedida dela: "Apesar de muitas questões difíceis, sempre permanecemos em diálogo, pelo que lhe agradeço."
Foto: KACPER PEMPEL/REUTERS
Recep Erdogan, presidente da Turquia: "Amiga" e "cara chanceler"
Merkel teve muitos problemas com o presidente turco, Recep Erdogan, principalmente em questões de direitos humanos. Entretanto, ele a elogiou como "amiga" e "cara chanceler", uma política experiente que sempre cultivou "abordagens coerentes e orientada para soluções". De fato, Merkel procurou com frequência o diálogo com Erdogan, principalmente por causa da política de refugiados.
Foto: OZAN KOSE/AFP
Xi Jinping, presidente da China: "Velha amiga da China"
Merkel sempre foi uma grande admiradora dos avanços da China. Somente no final de seu governo ela ficou mais cética. O chefe de Estado chinês e líder do partido, Xi Jinping, se despediu dela em uma transmissão de vídeo, chamando-a de "velha amiga da China". Entretanto, esta duvidosa honraria também já foi conferida a Vladimir Putin, Fidel Castro e Robert Mugabe.
Foto: Liu Bin/XinHua/dpa/picture alliance
Vladimir Putin, presidente da Rússia: Tempo dela no poder é "notável"
O conceito que o presidente russo tem de Merkel é bastante modesto. "Ela esteve no poder por 16 anos, o que é notável", disse ele recentemente, ao ser questionado se sentiria falta dela. A foto mostra os dois em 2007, quando Putin deixou seu cão labrador farejar Merkel, que tem medo de cães.
Foto: ITAR-TASS/imago images
George W. Bush, ex-presidente dos EUA: "Classe e dignidade"
O ex-presidente americano George W. Bush se dedica hoje principalmente à pintura, e entre suas obras está um quadro que fez de Angela Merkel, que chegou a visitá-lo em seu rancho no Texas. Bush disse recentemente à DW: "Angela Merkel preencheu sua tão importante posição com classe e dignidade. Ela fez o que era melhor para a Alemanha, e o fez com base em princípios."
Foto: Larry W. Smith/dpa/picture alliance
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Poucas aparições públicas
Após 16 anos no governo alemão, Merkel aposentou-se da política ativa em 8 de dezembro do ano passado, quando seu sucessor social-democrata Olaf Scholz assumiu a chancelaria federal da Alemanha. Desde então, Merkel pouco se manifestou. Ela foi vista fazendo compras numa galeria famosa em Berlim, na semana seguinte ao fim de seu mandato, além e ter ido a um concerto de Ano Novo da Filarmônica de Berlim com seu marido Joachim Sauer.
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Ainda não está claro se e de que forma ela pode querer se engajar voluntariamente em projetos políticos no futuro. Pouco se sabe sobre os planos de Merkel. De acordo com Beate Baumann, que coordena o escritório da ex-chanceler federal alemã e é sua confidente há muitos anos, Merkel está planejado uma autobiografia.
"A chanceler federal alemã não quer recontar toda a sua vida. Ela quer explicar suas principais decisões políticas com suas próprias palavras, e com um olhar em sua trajetória de vida", disse Baumann em entrevista à revista alemã Der Spiegel, em dezembro.
A revista publicou que o livro será um projeto conjunto de Merkel e Baumann – as duas trabalham juntas há quase 30 anos. Segundo Baumann, o livro está previsto para ser lançado em dois a três anos – ainda não há editora envolvida.
Antes do final de seu quarto e último mandato, a própria Merkel expressou reservas sobre seus planos futuros. Em setembro, nas comemorações do 750º aniversário de sua cidade natal Templin, quando perguntada se viria mais vezes no futuro, ela respondeu sucintamente: "Definitivamente".
Merkel possui uma casa de veraneio na região de Uckermark, onde fica a cidade de Templin. É de conhecimento público que ela gosta de passar dias naquela residência e cuidar do jardim.
Os 16 anos da era Merkel em imagens
A longeva chefia de governo de Angela Merkel deixou o cargo em 2021. Reveja alguns momentos que marcaram os quatro mandatos da chanceler federal.
Foto: Georg Wendt/dpa/picture alliance
O primeiro juramento
Em 22 de novembro de 2005, Angela Merkel prestou juramento perante o então presidente do Bundestag, Nortbert Lammert, como a primeira mulher e a primeira representante do leste alemão a se tornar chanceler federal. Àquela altura, ninguém podia prever que ela permaneceria na chefia de governo por 16 anos.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Bergmann
O cachorro de Putin
Esta imagem ficará na memória: Merkel se mostrou inabalável durante uma visita ao presidente russo, Vladimir Putin, em 2007 - até mesmo quando o cachorro dele apareceu. Houve quem interpretasse a presença do animal como uma provocação: é fato conhecido que Merkel tem medo de cães desde que foi mordida certa vez.
Foto: Imago/ITAR-TASS
Selfie com a chanceler federal
A selfie de Merkel com o jovem refugiado Anas Modamani, da Síria, rodou o mundo. Quando a chanceler federal visitou o abrigo em que Modamani se encontrava, em Berlim, ele inicialmente não sabia quem ela era. A foto acabou se tornando um símbolo da famosa frase de Merkel "Nós vamos conseguir", proferida no contexto da crise migratória de 2015.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Registro diplomático
O governo Merkel é marcado sobretudo por uma série de difíceis encontros políticos - como este da foto, durante a cúpula do G7 de 2018, no Canadá. A imagem ocupou manchetes em todo o mundo. Será que Merkel estava explicando ao então presidente dos EUA, Donald Trump, como as coisas devem ser feitas?
Foto: Reuters/Bundesregierung/J. Denzel
Experiência com personalidades difíceis
Durante uma visita aos EUA em 2017, Merkel ficou visivelmente irritada com o recém-empossado presidente Trump. O encontro gerou especulações: será que o líder americano realmente se recusou a apertar a mão da chanceler federal alemã diante das câmeras? Posteriormente, apesar de todo o o burburinho, Merkel falou numa "troca boa e aberta" com o republicano.
Foto: Reuters/J. Ernst
Uma questão de estilo
Não apenas a política de Merkel, mas também suas roupas foram objeto de discussão: durante uma visita à ópera em Oslo, ela usou um vestido decotado - e assim provocou discussões que chegaram até o nível da coletiva de imprensa do governo federal. Mas, no geral, Merkel optou principalmente por vestir blazers e calças.
Foto: picture-alliance/ dpa
Caminhadas nas horas vagas
Pouco se sabe sobre a vida privada de Merkel - exceto, por exemplo, sobre seu gosto por caminhadas, muitas vezes ao lado do marido, Joachim Sauer, na ilha italiana de Ischia. Uma vez ela revelou que as caminhadas a permitiam se desconectar do trabalho.
Foto: picture-alliance/ANSA/R. Olimpio
Viva o futebol!
Normalmente transmitindo uma imagem bastante tranquila, Merkel mostrou diversas vezes um lado diferente quando se tratava de futebol, como neste momento registrado durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, em que ela comemora um gol da seleção nacional. Uma confidente próxima revelou há alguns anos que particularmente o Bayern de Munique agradava à chanceler federal.
Foto: imago/ActionPictures
Um gesto simbólico
O típico gesto de Merkel - um losango feito com as mãos diante da barriga - tornou-se marca registrada da líder alemã. O losango não foi apenas usado na campanha eleitoral de 2013, mas também transformado em emoji. Quem sentir falta do gesto talvez possa matar as saudades com Olaf Scholz: na campanha eleitoral de 2021, o candidato social-democrata a chanceler federal também adotou o losango.
Foto: REUTERS
Olha o passarinho
Merkel como nunca se viu: às vésperas das eleições federais de 26 de setembro de 2021, quando eleitores foram às urnas para selar o fim da era Merkel, a chanceler federal visitou o Parque de Aves Marlow, no estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Fotos divertidas da chefe de governo na companhia de passarinhos logo viralizaram, transmitindo uma imagem descontraída da líder alemã.
Foto: Georg Wendt/dpa/picture alliance
Lembrança inusitada
Com blazer vermelho, colar e o típico gesto de losango, este ursinho de pelúcia fabricado pela empresa familiar Hermann homenageia Merkel. Os 500 exemplares do bichinho logo se esgotaram, mas um deles ainda deverá ser presenteado a chanceler federal que em breve deixará o cargo.
Foto: Nicolas Armer/dpa/picture alliance
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"Talvez eu tente ler alguma coisa"
Durante sua visita de despedida aos EUA em julho, Merkel disse que queria fazer uma pausa de reflexão após seu mandato e pensar "no que realmente me interessa". Nos últimos 16 anos, ela teve pouco tempos para isso. "E talvez eu tente ler alguma coisa, então meus olhos vão fechar porque estou cansado, depois vou dormir um pouco e então veremos", disse.
Em entrevista ao diário alemão Frankfurter Allgemeine, em outubro, Merkel enfatizou o seu desejo por desfrutar do tempo livre sem preocupações. "Agora estou me certificando que farei algumas coisas das quais estive privada enquanto chanceler, talvez viajar ou ler um pouco ou apenas ter algum lazer com a certeza de que nos próximos 20 minutos não acontecerá nada revolucionário. Estou animada para esta fase", disse.
Desde que deixou a chancelaria federal alemã, Merkel trabalha num escritório em um prédio do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão). Quando ela se despediu da facção conservadora em dezembro, ela comunicou que estava se mudando para onde também ficava o escritório de Helmut Kohl, também ex-chanceler federal e considerado o mentor político de Merkel.
Merkel fará provavelmente sua primeira aparição política pública em 13 de fevereiro. O grupo parlamentar da União Democrata Cristã (CDU) do estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental – o distrito eleitoral de Merkel – nomeou a ex-chanceler federal alemã para a assembleia geral que elegerá o próximo presidente da Alemanha.
No entanto, com toda a probabilidade, o atual presidente alemão, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, deverá ser confirmado para um segundo mandato.
pv (dpa, ots)
Angela Merkel retratada por artistas
Seja capturada em óleo ou como grafite, as várias abordagens artísticas provam a relevância e poder da chefe de governo conservadora, mesmo além das fronteiras da Alemanha.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/G. Georgiou
Em diálogo
Estudantes de arte búlgaros decoraram paredes de casas da vila de Staro Zhelezare inicialmente com retratos dos habitantes. Mais tarde, foram acrescentados políticos que parecem estar em diálogo com os locais, como aqui a chanceler federal alemã. Entrementes, as paredes também são pintadas com cópias de obras de arte do Museu de Arte Moderna de Nova York.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/H. Rusev
Arte de rua política
A arte começa na rua: na tradição dos "murales" − murais sul-americanos com mensagem política −, o artista de rua italiano Jupiterfab retratou, no muro de uma casa em Atenas, Angela Merkel em estreito contato com o ex-primeiro ministro grego Alexis Tsipras.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/G. Georgiou
Pinturas a óleo satíricas
A arte política também pode exibida em museu. Aqui, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, usando um chapéu como os de Napoleão, está sentado no colo de Angela Merkel nua. O artista e satirista britânico Kaya Mar (também na foto) retratou figoras como Theresa May, Donald Trump e o papa em contextos críticos.
Foto: picture-alliance/Photoshot/B. Strenske
Heroína humanitária
"Conhecemos muitas fotos dela em que parece bastante vazia e fria, mas eu queria ir além disso e retratar sua atitude humanitária", disse o artista norte-irlandês Colin Davidson em 2015, sobre seu retrato de Merkel mais tarde estampado na capa da revista "Time", por ocasião da escolha dela como "personalidade do ano", em parte por causa de seu posicionamento humanitário na crise dos refugiados.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Time Magazine
Ícone pop
A artista americana Elizabeth Peyton pintou um retrato da chanceler federal alemã para a revista de moda "Vogue" em 2017. Em sua representação estilizada, Merkel parece uma jovem. Peyton pinta retratos em formato pequeno de estrelas pop, e figuras históricas e contemporâneas das monarquias europeias, geralmente com pele clara e traços faciais finos.
Foto: Elizabeth Peyton
Na Coleção Federal de Arte
Arte que pertence a todos é o que busca a Coleção Federal de Arte (Bundeskunstsammlung), que desde 1970 coleciona arte alemã do pós-guerra, abordando temas como apropriação cultural, simbolismo de poder e questões de pertencimento nacional. Denominado "Sem título (A Ilha)", este desenho de Merkel, com boca vermelha e olhar crítico, foi feito pelo pintor holandês Erik van Lieshout em 2015.
Foto: Erik van Lieshout
Bush pinta Merkel
Não só artistas famosos, mas também pintores amadores retrataram Merkel. Um dos mais conhecidos foi o ex-presidente americano George W. Bush. Orgulhoso de sua arte, ele já pintou mais de 30 líderes políticos mundiais.
Foto: picture-alliance/dpa/L. W. Smith
Uma entre muitos
Há também numerosas de esculturas de Merkel, algumas polêmicas, como "Cidadania europeia", de Alexander Nikolic e Michael Kalivoda, que mostra Merkel defecando. Provocadora também é a série "Global Players", de Peter Lenk, mostrando a líder conservadora nua. Comparativamente bem comportada é a instalação "Transit", de Georg Korner, em que Merkel é uma entre 2.600 figuras.
Foto: Courtesy Georg Korner
O peso do cargo
A fotógrafa Herlinde Koelbl imortalizou Merkel em sua série "Traços do poder", como já fizera antes com o também chanceler federal Gerhard Schröder e e seu vice, Joschka Fischer. Em seu estudo de longo prazo, que examina a "transformação da pessoa através do cargo", Koelbl fotografou e entrevistou 15 personalidades da política e dos negócios, ao longo de anos. Na foto, Merkel em 1991 e 2006.
Foto: Herlinde Koelbl
Garota-propaganda para hipsters
Em sua série de fotos "Hipstory", o ilustrador israelense Amit Shimoni apresenta os poderosos e influentes como jovens hipsters. Na foto, uma série em com o ex-chefe de governo alemão Konrad Adenauer, o primeiro presidente dos EUA, George Washington, Merkel usando batom preto e vermelho, chapéu, casaco preto e piercing no nariz e, ao seu lado, o ex-presidente Barack Obama de dreadlocks.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Vítima de violência de gênero
Uma foto manipulada, em que Angela Merkel aparece com contusões e cicatrizes, integrou a campanha de arte de rua "Só porque sou mulher", do artista italiano AleXsandro Palombo. Espalhada pelo centro de Milão, em 2020. a série retratava personalidades femininas mundiais como vítimas da violência de gênero.
Foto: Antonio Calanni/AP Photo/picture alliance
No teatro musical
A atriz Annelinde Bruijs se apresenta como Europa durante um ensaio fotográfico para a peça "Merkel" no palco do Teatro Kikker. O coletivo de teatro holandês Nineties escreveu e produziu o retrato musical da chefe de governo alemã, Angela Merkel. A coprodução com a renomada companhia de teatro musical holandesa Orkater estreou em Utrecht em março de 2019.
O refugiado afegão Farhad Nouri, de dez anos, é conhecido como o pequeno Picasso, por sua precoce aptidão para o desenho. Na Sérvia, onde sua família se refugiou, ele passa os dias desenhando personalidades mundiais como Angela Merkel, Salvador Dali e Pablo Picasso.
Foto: picture-alliance/Pixsell/S. Ilic
Como personagem infantil
Merkel com cabelos e manta no pescoço lembrando a popular figura Píppi Meiaslongas, de Astrid Lindgren. A obra de Galina Schierholz fez parte da exposição "Retratos da chanceler federal − Leitores pintam Angela Merkel". A mostra com 80 obras foi uma campanha do jornal "Bild" por ocasião dos 60 anos da líder, em 2014.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Welz
Festa para os caricaturistas
Modelo nato para caricaturas, ao longo dos anos, os desenhistas apenas tiveram de acrescentar algumas rugas em volta dos olhos e da boca de Angela Merkel. A enorme quantidade de ridicularizações e deturpações que cartunistas de todo o mundo lhe dedicaram só confirma sua importância. Afinal, durante anos ela ocupou o primeiro lugar na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo.